Eu estava bem em frente aquele prédio imenso, as cores azuis dominavam, era quase todo de vidro espelhado e muito alto. Ficava nada mais, nada menos situado no centro da cidade, aonde apenas as maiores empresas estavam. Pessoas bonitas com roupas sociais entravam e saiam daquele local, me senti uma mendiga perto deles com a melhor roupa que tinha. Sem mais nenhuma briga mental entrei no prédio. Dentro me senti ainda mis inferior, era impecável, tudo limpo com um aroma bom. Caminhei até uma mulher atrás de uma bancada, por sinal muito bonita e apresentável assim como todas as outras, eram padronizadas.
— Boa tarde senhorita, no que posso lhe ajudar hoje? — Ela perguntou com um sorriso nos lábios.
— Eu vim para tentar uma vaga de emprego. — Mostro o anunciado no jornal.
Estendo o currículo para ela, as folhas estavam todas amassadas. Senti vergonha ao ver a expressão que ela fez.
─ Certo, ligaremos para você.
─ Obrigada, moça.
Sai do prédio sentindo olhares encima de mim, sentia minhas bochechas queimarem. Eu não pertencia aquele lugar, era notório. Voltei para casa sem muitas expectativas, eu tinha quase certeza que eles não iriam me ligar, aquela empresa tinha aparência de ser um lugar sério e formal. Provavelmente, a pessoa que administrava tudo aquilo era extremamente poderosa. Encostei minhas coisas cansadas no sofá, eu queria afundar nele e sumir. Desde que meu pai desapareceu, eu passei a cuidar de todo o dinheiro que saia e entrava, tudo dependia de mim, e agora sem emprego eu nem poderia ajudar Anne a ir para uma faculdade boa ou a minha mãe que ainda fazia tratamento. O preço do plano de saúde dela era tão caro que as vezes faltava para a nossa alimentação, mas já estávamos acostumadas a passar dificuldades.
Dois dias se passaram, meu celular não tocava nem para ligações de cobrança. Eu tentei limpar a casa dos vizinhos, mas a diária dava apenas para comprar comida. Mesmo assim, Anne permanecia confiante. Meu coração pesava só de pensar em ficar mais dias sem trabalho.
─ Para onde vai? ─ Perguntou Anne quando me viu cesse com uma bolsa no ombro.
─ Entregar mais currículo, a situação está apertando cada vez mais.
Ela assente com uma expressão ameno a, as vezes ver Anne com essa cara me dava uma leve raiva. Ela nunca perdia o controle de suas emoções, sempre acreditava que tudo ia ficar bem. Der repente meu celular vibra no bolso de trás da calça. Atendo rapidamente.
─ Boa tarde, falo com a senhorita Alice? ─ Uma mulher com a voz calma pergunta do outro lado da linha.
─ Sim, é ela mesma. Aconteceu algo?
─ Liguei para marcar a sua entrevista para a vaga de recepcionista aqui na Angenl's.
Segurei minha emoção para não gritar de felicidade.
─ Certo, que horas?
─ A tarde, não atrase.
Desligo com os olhos cheios de felicidade, mas era apenas uma entrevista, eu não podia alimentar falsas esperanças. Só de pensar na minha carteira sendo assinada eu sentia vontade de pular de alegria. Anne saiu da cozinha secando as mãos, me olhando.
─ Aconteceu mais alguma coisa?
─ Sim, eu consegui uma entrevista na Angnel's.
Ela correu para os meus braços e me abraçou.
─ Estou tão feliz!
─ Não podemos comemorar antes do tempo.
Ela revira os olhos.
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Entre Quatro paredes (Degustação)
Romance(Obra completa no Hi-Novel, disponível para download em Android e iOS). Se para salvar a vida pessoa que mais ama, você tivesse que dormir com um homem charmoso mas dominante por quantas noites ele quisesse, você faria? Com a doença de sua mãe, Alic...