Capítulo 1 - A última carta

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Margaret narrando.

                ( Novembro )

Os frutos colhidos do outono passado.

Ainda guardo uma sementinha de amor dentro de mim, sendo ela, sobrevivente de um tsunami formado por minhas lágrimas, não fui estúpida ao amar alguém, apenas amei e amar nunca é um erro.

E quem sabe um dia eu possa amar novamente em outra vida, sem lembrar da imensa frustração que fora amar você. Talvez os nossos corpos realmente não se completem, e talvez, o meu lugar não fosse perto de ti.

Eu não posso parar planos e objetivos e preciso e quero continuar, e se você por acaso surgir novamente, eu sinto muito, mas a sua doce Margaret, não existe mais para você.

♥♥♥♥

A rua continua a mesma, cálida e vazia. Folhas andam pelo vento como se fossem crianças correndo uma das outras, e o cheiro de grama molhada entra dentro de mim. Algumas pessoas sumiram, sendo irônico de minha parte dizer isso.

Bill havia sumido.

Nenhum vestígio, nenhum telefonema, e por incrível que pareça, seus pais  também sumiram, porém, eles foram na cerimônia.
Ás vezes me sinto em um filme, e no final, descobre-se que era apenas um pesadelo ou que alguém os sequestrou.

Já abri meus olhos inúmeras vezes, e se for um pesadelo, eu nunca consigo acordar. Já dormi ao lado do telefone e nenhum sequestrador me ligou, pedindo dinheiro em troca do resgate.

Ainda ando na rua olhando para meus sapatos, e agora, só eu me encontro andando sobre ela, onde estão as outras pessoas?

Talvez elas estejam amando alguém em suas casas, seja lá quem for esse alguém. Talvez um casal esteja vendo um filme, e o interesse em sair de casa, não despertou. Talvez uma criança esteja estudando ou talvez um homem esteja segurando uma caneta, escrevendo uma declaração para quem ele ama.

Nunca se sabe.

Ou talvez um noivo fingido esteja prestes a abandonar uma mulher na Igreja.

Um suspiro.

CORREIOS FECHADO

"Ainda guardo uma sementinha de amor dentro de mim, sendo ela...".

O envio da carta, o envio da vigésima carta, não será concluído, o fechamento dos correios me poupou, seria a vigésima carta a ser devolvida em minhas mãos.

Ele nunca leu a primeira. Por que iria ler a vigésima?

Ainda insisto, bato na janelinha desse pequeno edifício, e ninguém aparece, e minha voz interior diz:

Aceita Margaret, não tem ninguém ali dentro.

Enfio  o pequeno envelope no bolso de meu casaco e resolvo sentar perto de uma árvore.

Por que? Eu não entendo. Eu iria falar isso sem que minha voz saísse da boca, e ela saiu.

Cadê você? CADÊ VOCÊ?

Está feito. Eu não quero mais saber.

Tiro o envelope do casaco e o jogo no chão, sigo o meu caminho de volta para casa.

                     
   

                                                 ******

Oii gente, tudo bem com vocês? O capítulo é bem curtinho, porém prometo que os próximos serão médios <3

Se gostou deixa estrelinha <3






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⏰ Última atualização: Dec 05, 2016 ⏰

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Abandonada no altar ( Primeira Versão )Onde histórias criam vida. Descubra agora