Prólogo - Sonho Destruído

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Margaret narrando
                  ( Fevereiro)

Um raio de sol invade a pequena janela de meu quarto, o dia amanhece bonito e com certeza, a minha união com Bill será selada, um sonho sempre existente, em que estendeu sua morada dentro de mim durante anos.

Costumam dizer que as noivas não podem deixar que seus noivos olhem seus vestidos antes do casamento, caso contrário, será atribuído azar sobre eles. E eu me sinto um pouco angustiada de não poder dividir a paixão pelo meu vestido junto com meu futuro marido, porém, não posso deixar que nada estrague minha felicidade, e com isso, irei respeitar essa tradição.

As últimas semanas tomaram conta de mim, e a organização da festa de casamento contou com a ajuda da minha melhor amiga Melanie juntamente com a minha mãe. Eu juro que não conseguiria fazer tudo sozinha, e agora, está assim, tudo do jeito que sempre imaginei. Bill não liga muito para decoração, ele disse apenas que seu único desejo era escutar da boca do Padre " Agora o noivo pode beijar a noiva", e quando escutei, suou algo fofo para os meus ouvidos.

Levanto da cama, esfrego suavemente os olhos, e percebo alguns vestígios de sombra marrom sobre o meu côncavo, impressionante como nunca tenho paciência em tirar completamente toda a maquiagem, e pareço rir de mim mesma, e lembro de quando tentava aprender a como esfumar e realizar uma maquiagem deslumbrante.

Parece irônico relembrar como essa época está longe e como rapidamente ela passou, conheci meu noivo aos 19 anos e ainda guardo a primeira risada que soltei em sua frente, o primeiro encontro na sorveteria e a preocupação em ter o que vestir.

O impressionante é que Bill nunca se importara com detalhes como esse, ele era diferente e eu não havia demorado para perceber isso, ás vezes eu não conseguia ser eu mesma em sua presença, forçava ações que para mim, naquela época, pareciam ser essenciais para conquistá-lo e com o tempo eu havia percebido que não precisava de nada daquilo.

Ele se apaixonou por mim exatamente como eu era, na verdade, como eu ainda sou, meu cabelo bagunçado ou exatamente alinhado, minhas sombrancelhas feitas ou cinco pelinhos fora do lugar ou um sorriso magnífico ou uma cara fechada em plena segunda-feira. Se apaixonou pelas minhas qualidades que nem eu mesma sabia reconhecer, e quando surgiam defeitos em mim, ele me ensinava a melhorar e assim como eu aprendia com ele eu o ensinava também.

Quando se encontra alguém é necessário ser você mesma, sem forçar simpatia demais ou parecer gostar das mesmas coisas sabendo que não é verdade, e hoje eu irei ajustar alguns detalhes em meu vestido, em que o mesmo registra a certeza do que eu quero.

(...)

Uma batida na porta, acompanhada da segunda.

- Está acordada minha filha? - minha mãe irá me acompanhar até o ateliê, e está feliz por mim.

- Sim, pode entrar. - eu a respondo, correspondendo uma doçura na voz.

Ando até a cama e me ajeito nela, sentando e apoiando as costas sobre a cabeceira, sobrando um espaço em que ela senta.

- Pensando muito? - ela pergunta.

- Digamos que estou revivendo momentos. - seguro uma de suas mãos - Eu preciso lhe agradecer imensamente, a senhora tem me ajudado demais, muito obrigada.

- Margaret, eu vou sempre estar aqui.
- ela olha para mim - Eu ainda lembro do dia em que Bill sugeriu que vocês morassem juntos, quando completaram 3 anos de namoro e você disse que não poderia deixar eu e seu pai. E então, durante a ceia de natal do ano passado ele fez um pedido.

(...)

Natal passado ( meia noite e meia )

Uma mesa farta, a família reunida e meu namorado ao meu lado, um natal perfeito, meu vestido vermelho e um batom marcante, todos reunidos ali, na sala de jantar.

Abandonada no altar ( Primeira Versão )Onde histórias criam vida. Descubra agora