O fluxo de barcaças entre os estágios do porto findava uma constante movimentação. Os comerciantes, rasgavam toda dúvida de silêncio, alguns solenes e comunicativos outros desesperados e inconvenientes pareciam suplicar por um lucro. Tharle pisava cuidadoso, um passo em falso poderia comprar uma confusão com um pé alheio, desconfortado procurava uma barcaça que atravessasse a Baía de Ironfall.
Enfiando-se entre um mar de ombros e cabeças conseguiu chegar a um tablado de madeira que vagava um galeão com uma proa de aproximadamente dois metros. Novamente enfiou-se no mar de cabeças para encontrar o capitão. Girando o corpo e sendo flagelado por ombros, Tharle já castigado consegue ficar em frente ao capitão, um homem alto, de barba mal feita e tragando um charuto de tamarindo.
- Esse navio atravessa Ironfall? – Tharle estava começando a se estressar, apenas quando parou os pés começaram a latejar das pisaduras.
- Sim, mas não levamos inquilinos, só cargas. – Indiferente o capitão mascava o charuto.
Tharle virou-se para as barcaças de transporte, a indisposição de ser pisado e enfrentar aquele mar novamente abateu-lhe. Virou-se ao capitão.
- Não vou conseguir atravessar esse porto, olhe quantas pessoas. Por favor. – Retirou uma saca com cento e cinquenta orions de ouro e a lançou ao capitão.
- Hurr. – Bufou – Vá no último estágio. Meu nome é Abath Rhengar, no navio apenas Capitão Rhengar. – Por fim guardou a saca.
- Obrigado, não sabes como isso irá me ajudar. – Agradeceu Tharle enquanto subia a bordo.
- Deves saber de apenas uma coisa, fique no último estágio, não atrapalhe no convés nem passe pela sala dos lemes. Entendido?
- Sim Capitão Rhengar.
Driblando os olhares Tharle suplicava para ser uma carga, talvez não seria tão vigiado. Os marujos não possuíam o dom da beleza, porém no da intimidação eram maestros. Descendo alguns níveis o jovem depositou suas bolsas e armou uma rede em um cubículo de compartimento. Deitou-se e rezou para que a viagem ao Norte fosse suficientemente rápida.
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Academia Arcana
Fantasy"O oráculo acorrentou os joelhos ao chão e o suor consumia seu pescoço e casaco, a boca desidratada exultava lábios cortados e apagados. Quando nem os joelhos puderam lhe sustentar caiu com a face contra o solo, entrando em desmaio e interceptando a...
