Estávamos na estrada há horas, ainda revezando o volante. Era de manhã quando finalmente chegamos a algum lugar.
Encostei o carro rente a calçada ha alguns poucos metros de uma loja de fogos de artifício, sempre tive uma paixão por tudo que envolvesse fogo, desde estralinhos até aqueles gigantes foguetes que quando acesos iluminam o céu todo
Desliguei o carro e acordei Michael, a garota que encontramos no caminho, Raquel, não dormiu o trajeto todo, ficou acordada conversando comigo, que me encontrei interessado nela.
Descobri que ela tinha 19 anos, tinha terminado o ensino médio cedo, com 16 anos. Com 17 começou a cursar Geografia, estava no 3 ano quando tudo começou.Desci do carro e os três me acompanharam, com cuidado olharam ao redor e se espreguicavam, provavelmente estavam com o corpo doendo de tanto ficar parados no carro.
Olhei ao redor, nenhum sinal de ameaça, o único bicho que estava por ali estava metros acima de nós, em uma ponte, preso por uma porta de um carro.
Fui andando lentamente até a loja de fogos, com a mão próxima a cintura.
Abri a porta sem dificuldade, por sorte os donos não haviam trancado a porta, por um lado não precisamos nos esforçar para entrar, mas é arriscado.
Saquei minha arma e entrei, olhando ao redor, logo atrás de mim Michael veio, me ajudando a ver se não tinha nenhuma ameaça.
Eu estava andando tranquilamente, com os olhos vivos, quando eu senti uma forte pressão no meu tornozelo e cai.
Olhei assustado o que havia acontecido, a pressão ainda estava ali, percebi que eu havia sido pego por um morto, ele estava preso em baixo de uma prateleira, tentando puxar meu pé para perto de sua boca
Gritei para Michael, ao mesmo tempo que tentava a todo custo quebrar o pulso do bicho aos chutes
Apenas escutei um barulho ensurdecedor e um clarão, quando minha perna ficou mais leve e consegui me afastar daquilo, que jazia imóvel no chão-Caralho, viado
Me afastei, assustado, olhando Michael colocar a arma de volta na cintura, Andressa e Raquel vieram até nos, me levantei ainda levemente assustado e peguei minha pistola caída no chão
-Merda.
Naquela noite já havíamos nos instalado em um escritório nos fundos da loja, acendemos uma pequena fogueira improvisada com algumas latinhas de refrigerante e fervemos água que achamos em uma garrafinha velha, no balcão da loja.
Michael conversava com Raquel, os dois aparentemente estavam se dando bem, mas eu ainda estava pensando na possibilidade de ela ficar conosco, afinal, quatro pessoas se defendem melhor do que só três.
Andressa estava dormindo em seu saco de dormir, não falou muito desde que Raquel chegou, dispensou até mesmo a janta (Barrinhas de cereal e Mentos vencido).
Fui me deitar logo após beber alguns goles de água, finalmente eu dormiria em uma coisa melhor que um banco de carro velho. Deixei Michael conversando com Raquel e lhe devolvi sua peixeira, não achei que ela fosse ameaça, e caso alguma coisa acontecesse ela deveria ter como se defender, não seria por minha causa que ela morreria.Três dias se passaram, era de manhã, me levantei e estralei as costas, os outros tres estavam dormindo, eu apenas me levantei e fui até o banheiro
Me olhei no espelho e pela primeira vez me lembrei de minha aparência quando tudo comecou.
Meu cabelo estava muito maior, na altura do peito. Eu estava mais alto e levemente mais forte, havia um ralo cavanhaque começando a se formar em meu queixo. Nunca gostei muito de barba, mas deixei o cavanhaque, talvez porque me sentia mais velho, ou ate mesmo mais competente.
Escrevi um bilhete em um pedaço de guardanapo dizendo que iria dar uma volta pelo bairro, e que não iria demorar.
Fui até a maleta onde guardamos as armas saqueadas e peguei um dos fuzis, uma M4.
Sai da loja com a bandoleira ao redor de meu corpo e a arma sob meu peito, fui andando cauteloso pela rua deserta, vez ou outra encontrava um daqueles bichos ha alguns metros, pela arma ter silenciador eu mirava e treinava minha pontaria com eles, enquanto ainda me acostumava com o recuo da arma, na maioria das vezes eu acrrtava depois de dois ou três tiros, o que ja é aluma coisa.
Enquanto andava encontrei um bar, eu nunca havia sido muito de beber, mas imaginava que deveria ter comida lá dentro, ou água limpa.
Entrei no bar, que por estranho era até bem iluminado, pulei o balcão e vi um bicho de costas, aparentemente não perceberá minha presença, saquei minha faça e facilmente cravei em sua cabeça.
Comecei a revisar o local, peguei um engradado com alguns isqueiros e meio engradado com seis garrafas de água cheias, coloquei tudo dentro da minha mochila e continuei procurando, mas aparentemente ja haviam saqueado toda a comida do local.
Tive uma ideia meio louca, não sei, mas comecei a pensar na possibilidade de construir uma arma, algo que me ajudasse a me defender em algumas ocasiões.
Peguei uma garrafa de vinho (também estranhei ter vinho em um bar) e sai dali, andei algumas quadras e encontrei uma pet shop, entrei apenas para dar uma olhada, ver se tinha algo a se aproveitar, havia tido uma leve ideia de algo para fazer, peguei um cano de aquário e sai, voltando para a loja de fogos.
Chegando lá senti um cheiro estranho vindo do beco ao lado, com certeza era algo queimando.
Empenhei a arma e fui andando ate o beco, cauteloso, onde vi Raquel antes que ela me visse, era dali que vinha o cheiro, e acho que tive uma leve impressão do que era a erva no saquinho ao ver seus olhos vermelhos.
A ignorei e entrei na loja, indo em direção ao escritório, onde Andressa já estava acordada, escrevendo algo em um diário-Eae
Me sentei ao seu lado e ela apenas acenou para mim, esvaziei a mochila e lhe estendo uma garrafinha de água, pegando outra e bebendo metade
"Por que saiu sozinho?"Ela me perguntou, me fitando, fiquei sem saber o que falar e apenas bebi minha água, pegando um isqueiro e brincando com as chamas, peguei o vinho e o desarrolhei, olhei o rótulo e dei um gole.
Foi a segunda vez que ingeri algo alcoólico, e foi melhor do que esperei, senti o líquido quentr descendo pela minha garganta e quase fiz uma careta, estendi para ela e ali ficamos por um bom tempo, ela escrevendo em seu diário e eu me embebedando pela primeira vez
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Walker
ActionEm um mundo onde coisas "mortas" estão dominando, Jack, com 14 anos tem que lutar para sobreviver