4 semanas antes...
— Por que? — Ele me olhava como se estivesse prestes a me beijar.
— Porque, às vezes quero ficar sozinho com você na escola e não posso. — Falo sorrindo, mas sinto meu sorriso desaparecer aos poucos. - Tenho medo do que as pessoas podem dizer.
James e eu namorávamos escondidos, porque sempre tivemos medo dos comentários alheios, sempre duvidamos da capacidade de julgamento das pessoas na cidade, então nos encontrávamos todas as noites em um penhasco ao fim da trilha, no alto da floresta e apenas Seline, minha melhor amiga, sabia de nós. James e eu era um segredo a ser mantido.
— Está escuro aqui.
— Sim, está! — Diz ele, falando sob risos. Ele me abraça, de repente, forte com os seus braços musculosos. Olho para ele e o beijo. James tem cabelos dourados e olhos castanhos e mesmo escuro sua pele clara consegue brilhar sob a luz do luar que agora perpassa por entre as nuvens de chuva.
Eu o beijo, de novo.
Seus lábios macios tocam os meus de forma leve e suave e por um momento parece que todas as nossas preocupações sobre sermos aceitos ou não pelas pessoas, torna-se uma vaga lembrança que nos permitimos esquecer nos braços um do outro.
— Espera um minuto! — Digo deixando os seus braços.- Preciso pegar uma coisa.
Ele olha, cruza os braços e ri.
— Vem cá! — Ele me puxa para mais um caloroso beijo e me envolve em seus braços. — Eu te amo!
— Eu também te amo, mas deixa eu pegar a camisinha senão... — Eu o beijo de novo — Nunca... —O beijo de novamente — Iremos ter nossa primeira vez.
— Isso é o que veremos. — Ele tira a camisa e me agarra. Eu começo a rir.
— Pare, deixe ao menos eu pegar a camisinha na mochila. — Digo, enroscado em seus braços
—.Trouxe os muffins que você adora — Ele diz e em seguida sorri.
— E eu trouxe os brownies que você ama!- Digo a ele em resposta.
— Também trouxe uma coberta e um travesseiro — Diz ele.
—Vamos dormir aqui, esta noite? — Pergunto desacreditado.
Ele me olha e revira os olhos castanhos...
— Sim! algum problema? porque para mim esta perfeito! — Ele diz
— Não. Claro que não. Tudo está perfeito — Digo — Amo estar com você, mas espero que você tenha trazido repelente contra insetos. — Digo olhando para os vagalumes perto da lanterna. —Ok. Agora deixe-me pegar a camisinha — Digo beijando-o de leve.
— Você é quem manda capitão! - Ele ri e faz uma marcha.
Antes nunca o tivesse deixado.
Ouço um grito. É James, e esta chamando por mim. Corro imediatamente para tentar ajudar, só o que vejo é a escuridão. Está escuro demais para que se possa ver qualquer coisa, mas ainda consigo ver uma sombra se movendo abruptamente e então vejo James caindo penhasco abaixo. Tento ajudar mas não consigo.
É tarde demais.
Não posso fazer nada para ajudar, e então seu corpo desaparece na escuridão sombria. Por um momento a única coisa que consigo pensar é em correr o maximo que eu puder. Descer a montanha até embaixo
Correr.
Correr! Correr e Correr! É tudo o que eu posso fazer. Corro em direção a interestadual que corta as montanhas ao redor da cidade, semperteando floresta a dentro, e então um carro em alta velocidade freia e quase me atropela, o motorista xinga, mas e eu não ligo. Minhas lágrimas estão escorrendo e ao invés de me ajudar, elas apenas me atrapalham, porque estou correndo sem saber ao certo para onde ir. Continuei a correr o máximo que podia, ate pisar em falso no barranco e cair ribanceira a baixo. Caio dentro de um buraco raso na beira do riacho, então as primeiras gotas de chuva caem sobre mim, não tenho forças para levantar. Enrosco-me como se fosse um caracol. E ali eu permaneci, não sei se por segundos, minutos, horas ou dias. Eu estava aterrorizado. A chuva torrencial, formava lama e mais lama, e o riacho começa a alagar o entorno do buraco onde me encontro e então eu fecho os meus olhos e não sinto mais nada.
YOU ARE READING
Believe Me
Mystery / ThrillerInocente ou culpado? Cody allen, é um jovem estudante acusado de um suposto crime. Ordenado ao isolamento pela suprema corte norte-americana, Cody é enviado ao colégio interno de segurança máxima; Lá ele tenta achar meios de provar sua inocência, no...