Capítulo 11

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Ouvir ele dizer que não tinha ninguém, depois aquele momento lindo entre nós, e depois ouvir sua voz mandando beijos pra Vânia foi demais. Afinal, que jogo ele achava que estava jogando? Me senti um lixo e usada.

-Eu preciso ir. Tenho umas coisas para resolver antes da meia-noite. - segurou minhas mão beijando-as. Depois me encarou com doçura - Nem sei expressar o quando essa noite foi mágica - sorriu e beijou de leve meus lábios. Eu não consegui reagir como anteriormente. Me senti petrificada e ele percebeu - Está tudo bem?

Eu queria fingir que tudo estava bem. Mas sentia um nó na garganta.

-Sim, está. -triste -  Só me deu um cansaço de repente.- eu lutava contra as lágrimas- Vou entrar. Tenha uma boa noite.

Ivo ficou ali parado me analisando. Será que ele não se tocava que estava errado ficar de amizade colorida comigo, enquanto tinha outra  uma pessoa? Esqueceu as regras? E por que não me falava a verdade? Isso tudo me magoava demais. Será que fantasiei demais com relação a ele? Eu aguentaria as maiores desilusões dos outros. Mas dele eu não estava preparada.

Na manhã seguinte tentava me concentrar nas coisas da empresa quando Bruno me chamou no escritório.

-Senta. - Indicou a cadeira - Vou direto ao assunto. Quero que você vá arrumar a nova loja. Quero que deixe a loja bem apresentável para a inauguração.

-Eu achei que você quisesse fazer isso - falei surpresa

-E queria. Mas tenho uma reunião com uns gringos. Essa reunião está agenda há uns 2 meses. Se cancelar agora, vai demorar mais um tempo pra conseguir agendar outra - Sorriu.- Eu confio no seu bom gosto. Tenho prestado atenção em você. Deveria se especializar nessas coisas. Já pensou num curso desse ramo?

-Na verdade já.

-Amanhã as 13:00, um carro vem para a loja. Só retorne depois que deixar tudo pronto.

-Mas eu não conheço nada lá.

-Você será esperada pelo pessoal. Não se preocupe com nada. Estadia e alimentação será tudo por conta da empresa.

-Ok! -  Como assim? Eu não acreditava naquilo. Sair e conhecer outros lugares. Ter a certeza que alguém acreditava no meu potencial. Estava radiante até lembrar de uma pequeno detalhe. Ivo. Ele estaria por lá? O nome dele não foi mencionado. O coração acelerou. Não sabia como iria reagir na presença dele depois daquele beijo. Não sabia mais o que pensar. A única coisa que ainda tinha certeza era que estava gostando muito dele. Muito mesmo. Não queria que isso acontecesse. Nunca quis se envolver com um amigo. Mesmo Ivo sendo diferente dos outros, ele ainda era seu amigo. Beijos, gestos e abraços fazia parte dessa amizade e ele deixou bem claro, que essas coisas não interferiam na amizade deles. Mas, e se ele soubesse que ela estava apaixonada por ele? Com certeza ele tinha alguém. O porque dele não contar-lhe é o que estava machucando. Não devia haver tanta confiança assim entre eles afinal. Ou ele simplesmente não é como eu pensava.  Homens são todos iguais. A solução pra isso é manter-se afastada. Seria discreta, focaria só no seu emprego e carreira. Talvez até arrumasse alguém pra sair. Esses pensamentos pareciam confusos e controversos. Mas seria melhor parar agora do que se machucar de uma forma que as feridas nunca sarassem.

O carro chegou na hora marcada e perto das 15 horas, já se  via a placa que indicava a entrada da cidade. Era uma cidade pequena mas muito charmosa. Haviam muitas casas de madeira, de tijolos vermelhos e também haviam pequenas vilas charmosas com fontes rodeadas de lindos jardins. Por um momento acreditei estar num filme romântico. As ruas eram limpas e bem ladeadas, haviam ruas com ladeiras. Percebi que os moradores amavam fontes e jardins. Mas deveria ser fácil cuidar de plantas num lugar frio.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora