Último suspiro

Apresentações

Se sentiu perdida no meio da escuridão, sozinha estava entre dois mundos não conseguia tocar ou sequer falar com alguém. Não tinha para onde ir, tentou gritar e correr inutilmente.
Se via presa mas estava apenas de passagem. Deu seu último suspiro.

A menina escondida no fundo da sala afastada da vida se desperta dos devaneios com o clama de sua professora que busca sua atenção em vão.
- Meredit!MEREDIT!
- Sim...professora. ( falou ainda desnorteada com a situação)
- Posso saber em que mundo a senhorita está ?
- Ué! Estou bem aqui prof. Jaque.
- Materialmente sim mas está viajando menina, preserve sua concentração se não...

O sinal para encerramento das aulas toca e a menina que se via no meio de gargalhadas e cochichos sobre o acontecido puxa o ar aliviada e sai solitária.

Meredit Allen tinha cabelos longos e com cachos em suas pontas eram tão brilhosos e de um tom de castanho único. Seu rosto tinha traços fortes e marcantes porém tão delicados como um jardim em época de primavera. Seus olhos eram como duas bolas de gude, grandes e castanhos escuro e seus lábios! Seus lábios eram como uma pintura feita por Leonardo da Vinci e amaciados como as pétalas de uma Rosa, tão delicado e desenhado e tentador. Seu corpo lembrava um violão, rodeados de curvas uma silhueta perfeita!
Ela Tinha apenas 6 anos quando seu amigo de infância partiu para outra vida e desde então, 10 anos depois e com seus 16 anos passou a ter uma maturidade superior às pessoas de sua idade, seu caráter se intensificou e todos os seus sonhos foram resumidos em poucos porém os mais importantes. Como era uma menina sonhadora quando mais jovem criou seus próprios sonhos com seu melhor amigo que deixou um fenda profunda na sua alma após deixá-la no acidente de carro.
Apesar do tempo, a forma como Meredit se comportava mudou, sua beleza, caráter, sentimentos e seus sonhos ficaram guardados em casa.

Na escola ela era vista como uma esquisita devido as roupas que usava( sempre moletons largos para esconder seu belo corpo é um capuz para apagar a imagem de seu rosto). Levantar a cabeça e direcionar palavras a sociedade era raro e passou a vagar sozinha e excluída pelo mundo.

Seu caminho de volta para casa era sempre importunado pelas meninas e meninos de sua classe de aula.
- Gorda! Anda com essas roupas largas pra esconder é?
- Que bom que anda de capuz. Só assim para esconder essa desgraça que você é!

- Tá na Terra hoje garota ?

- Esquisita.

Todas as barbaridades Meredit ou Meid como seu melhor amigo a chamava,tinha de escutar e sempre do mesmo modo saia correndo sem levantar a cabeça e abrir a boca. Para a infelicidade da garota :

- Desculpa! ( Meredit tropeça e acaba por caída na frente de um dos meninos da sua escola, ainda chorando )

- Tudo bem com você ? ( fala o menino que vê a aflição estampado no rosto da garota ).- Sou novo aqui! Eric. Olha eu vi o que as pessoas ali fizeram, deixa eu te ajudar.

- Para! Você não está escutando as risadas ? Quem me garante que você não está no meio dessa confusão !

A menina fala irritada com garoto mas logo se arrepende com sua timidez abaixa a cabeça e volta a correr para sua casa deixando o menino de cabelos pretos e olhos verdes para traz sem explicação alguma ou gratidão pelo feito de ajuda.

Para o menino foi fácil se perder nos olhos da garota que não sabia o nome, a imagem dela ficou guardada em sua memória e a vontade de vê-la novamente se intensificou, ficou incrédulo com a atitudes das pessoas contra a garota e seu coração doeu em lembrar da palavras dela.

Ao chegar em casa Meredit retira os sapatos e corre para seu quarto bate à porta tão forte que o barulho soa como tiros, sua raiva estava como uma torneira que continua aberta e que uma hora transborda, seu ataque de fúria logo é substituído por uma onda de tristeza. Seus sentimentos agora são como um bolo, tudo esta misturado e ela sem força se joga na cama e continua a chorar.