Parte 2

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O táxi me deixou na porta da estação e não cobrou além de 10 reais a viagem, mas para meu azar a estação estava lotada. Decorada de tons de azul e verde o estação estava tumultuada de passageiros que pareciam ter tido a mesma ideia que a minha. Gênio? A fila fazia voltas na recepção e eu chegava a preocupar se já teria passagem para mim ainda hoje.

Meu celular começa a vibrar. Eu o retiro do bolso e vejo que é uma ligação de Geovani e logo o atendo.

– Sim? – Pergunto.

– Não vem trabalhar? Bebeu tanto assim ontem?! – Satirizou ele com uma leve risada, o que me fez sorrir um pouco naquela tensão.

– A bebi tanto, mas houve um problema lá em casa, vou ter que tirar o dia, infelizmente.

– É sobre a Fenda? – Questionou, e eu não consegui responder de imediato. Ouvi Geovani bufar com outra risada, para ele era engraçado.

– Cara, ainda não é o fim da mundo, isso deve ser algum tipo de marketing da Labore.

– Mas nunca foi relato algo desse jeito, como não está preocupado?! – Ele ficou calado, talvez pensativo, ele demorou a responder. Puxou um pouco de ar, mas no final apenas suspirou. Ele não sabia responder.

– Boa viagem amigo! – Enfim se pronunciou.

– Obrigado – Respondi, mas a ligação subitamente se encerrou. Eu me assustei e olhei para o celular; a ligação havia caído e meu celular estava sem sinal de rede. E foi quando houve um grito.

Todos que estavam na estação olharam para os lados a procura de onde o grito havia surgido e foi quando percebemos uma mulher de pé olhando para o celular com a mão tapando a boca. Seus olhos estavam vidrados na tela do smartphone e foi quando mais pessoas espantadas começaram a pegar seu celular. Os sussurros e o desespero no rosto de cada um eram evidentes, então a grande televisão que ficava na recepção mudou de canal, e novamente o assunto retomava a fenda.

Um helicóptero perseguia uma "sombra?" que voava pelos céus e mostrava mais imagens dessas coisas escurecidas saindo da Fenda. O que podia ser isso? Alienígenas? Existia mesmo vida do outro lado da Fenda? Eu achava que fosse impossível. O mesmo monstro caiu sobre uma cidade na Índia atacando com imensas garras as pessoas que passavam na cidade. Eu estremeci.

Haviam mais dessas coisas saindo da Fenda e rapidamente se espalhariam pelo mundo. Eu olhei para fora e percebi que nuvens já haviam se instalado na cidade e o sol não estava tão intenso mais, e o vento estava mais forte do que antes.

"Atenção, essa é uma transmissão nacional", passava na televisão uma transmissão, era Gabriel Pawalik, o presidente da Corporação Labore do Brasil "Pelo recente evento envolvendo a Fenda peço a todos que estejam ouvindo essa mensagem que se instalem o mais rápido para a base Labore mais próxima de você e que tomem cuidado com os Devoradores, estaremos dispostos a atendê-los e socorrê-lo; aguardamos vocês, sejam breves".

Eu consegui contar três segundos até tudo virar um verdadeiro inferno.

É incrível que na sobrevivência as pessoas fazem de tudo para protegerem a si mesmo e nesse estado ela não se preocupam com mais ninguém. As pessoas estavam desesperadas correndo de um lado para o outro, com seus carros e motos correndo pelas ruas pra alcançar a Labore. De onde eu estava eu não deveria demorar muito para chegar, não de taxi, gastaria uns trinta minutos para chegar, mas não havia nenhum taxi disponível.

Não havia ninguém que podia dar uma carona e um desespero começava a me dominar. Eu olhava para os lados sem saber o que fazer apenas vendo o céu escurecer sobre minha cabeça e os trovões anunciarem a chegada do abismo.

Eu comecei a correr, correr, correr, com lágrimas nos olhos eu corria para tentar chegar na Labore, para sobreviver. A cena daquele monstro atacando as pessoas na cidade não saia da minha cabeça. Eles pareciam demônios e talvez fosse sim o fim do mundo.




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A Fenda - Um conto de AsborgOnde histórias criam vida. Descubra agora