A verdade sobre Leon

165 13 1
                                    

- O que faremos com o meu sangue?- perguntei quando ele guardava uma das bolsas na maleta.

-Vamos guardar.- respondeu. Fomos para o carro logo depois. Leon dirigia quieto e aquele silencio estava me matando.

-Você vai me contar?- perguntei quebrando o gelo.

-O que quer saber?- eu tinha tantas perguntas....

-Tudo.- respondi um pouco melhor.- Como se transformou em vampiro? Como se alimenta? Como sai no sol?

-Uma de cada vez Bela.-essa não  tinha sido a primeira vez que ele me chamava pelo apelido. Mas ouvir ele falando me fez arrepiar. Eu não devia gostar dele, nunca gostei de caras prolematicos. Mas esse cara era diferente.- Eu nasci em 1893. Fui criado em uma familia de caçadores de vampiros junto com Victor. Em 1916 meu pai foi mordido por um vampiro e completou a trasição bebendo sangue humano. Um ano depois ele voltou para casa e disse que queria nossa familia junta pela eternidade...

-Foi assim que voce se transformou em vampiro?- ele me fitou irritado por te-lo interrompido.

-Posso termina?- fiz que sim com a cabeça. - Bem...quando ele falou que queria nos tranformar Victor odiou a ideia e eu mais ainda. Decidimos nao aceitar ser vampiros. Mas nossa decisão nao o agradou, entao numa noite ele colocou seu sangue no vinho em que eu e Victor  beberiamos e depois que o sangue estava em nossos organismos , o grande Crawford quebrou nossos pescoços.  Amanhecemos no dia seguinte como vampiros em transicao.-eu só tentava digerir cada palavra que Leon jogava no ar.- Para nos tornarmos vampiros de verdade tínhamos que nos alimentar de sangue humano ou ao contrario nos morreriamos.-ele fez uma pausa dramática. Ele nao tirava os olhos da estrada, isso era bom pois ai ele nao via minha cara de pasma.

-Você se alimentou.-eu disse por fim.

-Do contrário eu nao estaria aqui.-respondeu ainda com voz e  olhos firmes.

-Como anda na luz do sol?-perguntei apos um tempinho.

-Com isso.- ele estendeu o braço e no seu pulso esquerdo havia uma pulseira de couro preta com um C bordado nela. -É uma pulseira da luz do dia. Ha muito tempo uma bruxa criou um feitiço que permitia os vampiros sairem a luz do sol. Entao se eu nao usar a pulseira eu torro na luz do sol.- ele falava com a voz sem nenhuma emoção. Mas o que eu realmente queria saber era sobre como se alimentava . Quando finalmente criei coragem perguntei.

-E como você se alimenta?- ele tirou os olhos da entrada e me fitou. Fui surpreendida quando ele deu um meio sorriso malicioso.

- Quer saber se eu mato pessoas?

- Mata?- percebi naquela hora que minhas mãos estavam suando.

- Já matei...muitas pessoas.-ele suspirou fundo e lentamente. - Mas nao mato mais. Bom, não pra me alimentar. Bebo em bolsas de sangue.- senti um peso sair das minhas costas.  Não sabia ao certo como reagir ou como pensar. Só tinha certeza de que eu estava segura com ele ao meu lado.

-Como assim, não mata para se alimentar? - perguntei. - Você mata por outras coisas?- ele deu ombros.

-Ninguém é perfeito.

- Yasmim sabe sobre victor e você? - ele engoliu em seco e ficou tenso.

- Acho que a essa altura ela ja deve saber.-respondeu ele.

-O que quer dizer?- Leon apertou os dedos no volante, as juntas brancas.

-Bela, eu tenho motivos pra acreditar que Yasmim e Victor foram levados pelo novo cla de vampiros que se mudou pra cidade.

-O QUÊ? -isso era impossível. Yasmim ...nao. Ela estava em grande perigo. Senti uma preocupação maior se instalar em mim e uma lágrima escorrer.- Eles são bons como você e victor?  -eu quase sabia a resposta.

-Pelo que descobri, nao são. - ele parou o carro quando percebeu que eu estava chorando. Me senti sufocada dentro do carro entao sai pra fora.

-E se eles a mataram? -minha voz saiu num sussurro. Leon saiu também ,segurou minha mao e me olhou nos olhos.

-Victor jamais deixaria alguma coisa acontecer com ela.- ele segurou meu rosto com as duas maos. Nossos rostos a centímetros, podia sentir seu cheiro alcalinho e seu hálito fresco. - Eu prometo que vamos salva-los. E eu prometo Bela, que vou te proteger.

Nos ficamos assim por mais alguns segundos. Olhos nos olhos, debaixo das gotas de chuva e sob as estrelas.

Lorenzi Onde histórias criam vida. Descubra agora