"Como... Como você perdeu a visão ?" A ruiva para de comer e rapidamente a sua feição muda para triste. Percebo que fiz besteira.
"Se você não quiser responder tudo bem." Novamente falo e a bela moça respira fundo.
"Não Harry, tudo bem." Ela volta a ter um ar de felicidade. "Eu perdi a visão faz quatro anos, quando eu tinha 16 anos." Fico calado observando a Esmeralda enquanto ela falava. "Eu e meu irmão saímos a noite para comprar um presente para nossa mãe e quando estávamos voltando um caminhão bateu em nosso carro, e eu infelizmente fui jogada para fora do carro e nisso cacos de vidro entraram em meus olhos. Por sorte eu ainda posso voltar a ver, por um transplante de córnea. " Ela sorrir sem humor e come mais uma vez um pedaço da pizza.
"E por que você ainda não fez o transplante ?" Pergunto.
"Um transplante é muito caro Harry e meus pais não tem tanto dinheiro assim." Ela sorrir. "Mas não faz mal."
Também sorri e é surpreendente como essa garota por tudo que ela passou ainda consegue ser feliz.
"Mais agora fale de você Harry." Esmeralda me pega desprevenido me fazendo quase engasga com o refrigerante que estava bebendo.
"Sobre mim."
"Sim, quero saber sobre você."
"Ta então, eu não sou tão interessante como você mais vamos lá." Ela rir e eu contínuo. "Bom, eu nasci em Holmes Chapel, é um pequeno lugar daqui da Inglaterra." Esmerada limpa a garganta.
"Eu conheço Holmes Chapel, tenho uma tia que mora lá. É uma cidazinha bem legal." Ela sorrir e eu também.
"Tenho quatro amigos bem legais e amo muito música." Respiro e como mais um pedaço da minha pizza.
"Música é vida." Ela sorrir. "E seus pais ?" Esmeralda me lembra das ultimas pessoas que eu queria lembrar hoje.
"Nada de importante." Ela concorda e terminamos nossa pizza com muitos risos e brincadeiras.
•••
"Por que eu não te conheci antes ?" Falo recuperando o fôlego depois de tanto rir da Esmeralda.
Ela respira fundo e fecha os olhos.
"As vezes a vida deixa as melhores coisas para o final." Ela direciona seu olhar para o chão e depois ergui a cabeça e dar um sorriso fraco.
"Como assim ?" Pergunto.
"Sei lá Harry. É difícil." Não queria entrar em uma conversa triste, então não pergunto mais nada sobre esse assunto.
"Esmeralda. Esmeralda." Vejo ela direcionar seu rosto para a minha direção mas seus olhos estavam direcionados no chão.
"Meu nome." Ela diz de uma forma tão doce e calma que foi como música para meu ouvido.
"Sim seu nome mais por que ?" Ela franzia suas sombrancelhas. "Digo, porque Esmeralda ?"
"Na verdade é uma história bem louca." Ela limpa a garganta. "Minha mãe, quando tinha mais ou menos minha idade amava um filme chamado "Tudo por uma Esmeralda". Ela e uma tia minha simplesmente eram apaixonadas por esse filme e ainda mais pelo o nome Esmeralda, elas eram tão apaixonadas que apostaram: quem casar primeiro vai colocar o nome da sua filha de "Esmeralda". Então minha mãe casou primeiro e por coincidências o anel de noivado da minha mãe tinha a pedra esmeralda." Ela termina sorrido.
"Nossa ! Ainda bem que o filme não se chamava "Tudo por um Rubi." Tiro uma longa gargalhada da ruiva.
"Ainda bem." Esmeralda suspira. "Mais eu gosto do meu nome, sabe ele é raro. Me diz se você for perguntar pra uma pessoa "qual o seu nome ?" vai ter poucas chances dessa pessoa se chamar Esmeralda."
"Isso eu concordo. Você é a primeira pessoa que conheço chamada "Esmeralda". Falo.
"E você Harry, por que se chama assim ?"
"Não tem nenhuma história por trás do meu nome. A única coisa que eu sei: foi minha avó paterna que escolheu ele para mim." Sorri quando lembrei de minha avó, Linda, ela era a única que me entendia mas infelizmente as pessoas boas sempre vão embora cedo de mais.
"Nossa sua avó tem um bom gosto." Ela sorrir sem mostrar os dentes.
"É, ela tinha." Digo como um sussurro.
•••
Esther
O senhor Roberts estava inquieto e a tia Mary também. Não os culpo faz quatro anos que a Esmeralda não saía com ninguém exceto eu e é claro que é normal que eles estejam assim. São pais.
"Eu vou ligar." Senhor Roberts corta o silêncio e se levanta rapidamente do sofá.
"Não Roberts. Vamos deixar a Esmeralda ter o momento dela, é difícil mais não podemos livrar ela da vida." Tia Mary fala firme com os olhos na televisão. O senhor Roberts foi convencido por Mary e volta a sentar ao lado da sua mulher. Eu estava apenas observando eles sentada em poltrona, que por sinal é muito confortável.
Quando eu começo a fechar os olhos, escuto a campainha e me levanto rápido da poltrona.
"Eu atendendo." Falo e sinto os olhares do senhor e da senhora Colins em mim, enquanto sigo ate a porta de entrada.
Abro e vejo um homem de capuz na cabeça. O homem retira o capuz e dois olhos verdes azulados perfuram minha alma. Quantotempoeunãovejoessesolhos ?
Fico assustada por não está acreditando que o dono daqueles olhos voltaram.
