6° Capítulo

306 20 5
                                    

Dirijo o meu olhar para ele.

"não para todos" -digo enquanto nos dirigimos ao carro carro dele-

"para mim sim" -ele murmura naquele tom misterioso que tanto me fascina-

Ambos entramos para o carro, ele do lado do condutor e eu do lado oposto. Pomos o cinto sem proferir uma única palavra e ele liga o carro fazendo com o que o motor se faça ouvir pela rua silenciosa.

"é para ir onde?" -sinto o seu olhar em mim-

"não sei, onde queres ir?" -digo sem fazer a mínima ideia daquilo que lhe agradava fazer-

"não sou bom com escolhas"

"nem eu" -suspiro e olho as horas no pequeno mostrador que iluminava parte do carro- "já são duas da manhã... Podíamos ir para minha casa ou para a tua ver um filme ou assim"

Ele assente com a cabeça e começa a conduzir. Sinto-me um pouco aliviada por Zen ter concordado com a minha ideia. Parte de mim sente medo dele, talvez pela sua má fama por toda a cidade. Mas em todo o tempo que passamos juntos, esse medo não se manisfestou. Ele mostrou-se bastante protetor, mesmo sem ter essa "obrigação". E quando o Max apareceu, ele ajudou-me, quase que o matava. Pois, o Max... Agora que será de mim? Ele vem atrás de mim, eu sei que sim, e o Zen não estará sempre lá para me proteger....

"ele não virá" -ele murmura como que lendo os meus pensamentos-

"não sabes, tu não vais estar comigo para sempre..."

"eu sou o Zen lembras-te? Tudo me chega" -ele murmura, e de certa forma esta pequena frase consegue tranquilizar-me-

"É..." - murmuro. Sim, ele era o Zen, tudo lhe chegava... -

"talvez até esteja contigo o tempo todo" - murmura e para o carro, podendo concluir que me trouxe para casa dele -

"como assim?" - olho-o sem perceber o que quis dizer. Será que ele tencionava raptar-me? -

"depois vês"

Não sei o que responder, mas também não é necessário pois ele sai do carro e anda até à entrada de casa. Saio também e vou ter com ele. Depois de remexer uns segundos no bolso das calças, Zen retira de lá umas chaves e abre a porta encostando-a para trás. Ele espera que eu entre e depois entra também fechando porta.

"que filme queres ver?" - ele diz enquanto se dirige as escadas -

"não sei, escolhe tu se faz favor" - sigo-o -

Subimos as escadas e entramos no quarto que suponho ser dele. As paredes eram azuis escuro, mas não muito escura, sendo uma delas coberta por um armário de madeira escura embutido. A cama, que se situava no meio do quarto encostada na parede perpendicular à do armário, era de casal e enfeitada com uns lençóis brancos e uma colcha semelhante com algumas almofadas azuis por cima. Na parede a frente estava uma cómoda do mesmo tom de madeira com uma televisão pousada. Zen fecha a porta enquanto eu admiro o espaço. Na parede

"Terror?" - pergunta enquanto se dirige ao armário tirando umas calças de fato de treino do mesmo e despindo de seguida a sua camisola -

"sim, pode ser" - murmuro vagamente admirando o seu corpo -

"queres vestir outra coisa?" - diz trocando as calças de ganga desbotada ue tinha vestidas pelas calças de fato de treino cinzentas -

"uma camisola se faz favor"

Zen tira uma t-shirt branca da Obbey e entrega-ma quando me levanto e me dirijo a ele. Agradeço num murmuro e pouso-a em cima da cama tirando a roupa que tinha vestida. Reparo no olhar dele sobre mim e sinto-me um pouco constrangida por ele me ver naqueles modos, mas tento ignorar e visto a camisola que me dava pelas coxas.

"ahm, já escolhes-te o filme?" - olho ainda um pouco corada -

"sim, podes deitar-te que eu vou por o filme" - ele passa a mão pelo cabelo olhando-me e depois dirige-se à cómoda -

Deito-me na cama e verifico que esta é muito confortável, era capaz de dormir mais vezes aqui... Tapo-me com os lençóis frescos e instalo-me confortavelmente na cama admirando Zen a colocar o filme no leitor de DVD. Depois de o colocar, ele dirige-se ate a cama, deslizando para debaixo dos lençóis ao meu lado.

Viro a cara para ele e observo atentamente os traços belos no seu rosto. Ele retribui o olhar e puxa-me mais para ele, fazendo-me deitar a cabeça no seu peito e uma das minhas mãos pousa no mesmo perto da minha cabeça. O filme começou e ambos direcionamos a atenção para o ecrã.

Enquanto vejo o filme, vou fazendo pequenas festas no peito de Zen. Mais uma vez sinto o seu corpo ficar rígido com o meu toque.

"queres que pare?" - digo num sussurro -

Ele apenas me olha por uns segundos e ajeita os lençóis para nos mantermos mais quentes. Como não me respondeu, continuei com as festas e olho para o seu rosto, encontrando os seus belos olhos fechados. O sono começa a tomar conta de mim e os movimentos que faço no seu peito cessam, quando adormeço.

He's the oneOnde histórias criam vida. Descubra agora