8º capítulo

289 38 8
                                    

Zen beija-me, apertando a minha cintura de modo aos nossos corpos se juntarem ainda mais do que já estavam. Prolongo o beijo calmamente, não querendo que este momento acabe. Levo uma mão até ao seu pescoço, e puxo-o mais para mim delicadamente. Mais uma vez, pequenas borboletas esvoaçavam na minha barriga. Depois de cerca e um minuto, Zen para o beijo, por falta de folego, mordendo-me o lábio levemente.

“vou para o ringue” ele acaricia levemente a minha bochecha rosada com o polegar.

“ok, boa sorte” murmuro ainda fora de mim.

Ele dirige-se para uma porta, que eu suponho ser um dos balneários. Quando ele desaparece pela porta, levo os meus dedos finos aos lábios. Ainda consigo sentir uma espécie de formigueiro neles, como se os lábios carnudos e rosados de Zen ainda lá estivessem. Pergunto-me o porquê de ele me ter beijado. Será que foi para a atenção se desviar de nós? Talvez, as pessoas que se encontram no ginásio deixaram logo de nos olhar.

Passado pouco tempo, sai do balneário e caminha até ao ringue, cumprimentando alguns dos rapazes que lá se encontravam. Ele começa a treinar com outro rapaz e eu observo-o atentamente.

#POV Zen#

Dirigi-me aos balneários calmamente, pensando naquele beijo. Ainda não sei bem porque o fiz. Parte de mim diz aquilo que eu quero ouvir, foi para desviar a atenção das pessoas. Mas outra parte de mim, diz-me que foi porque eu queria aquele beijo. Mas será que queria mesmo? Kaitlin é… não sei… é diferente, eu sinto isso… mas não. Eu não me apaixono desde aquele dia… não vai voltar a acontecer, nunca.

Depois se me vestir dirijo-me para o ringue e cumprimento alguns colegas que lá treinavam. Puseram-me imediatamente a treinar com outro gajo. Coitado dele. Vai sair daqui coxo (nota adm: nem comeces Carol -.- ).

Começamos a lutar. Faço variados golpes calmamente, sabia que ia ganhar o combate. O rapaz tenta me acertar, mas eu defendo-me sempre a tempo.

"A tua miúda é boa." murmurou, tentando distrair-me e eu arqueei a sobrancelha. "Estou morto para a comer." murmurou continuando as provocações. eu apenas lhe dei um soco, acertando-lhe na cara, fazendo-o cair e fiz repetidamente o mesmo não lhe dando hipótese de se mexer. Ninguém ia falar assim da Kaitlin. Não à minha frente.

"Zen."  o treinador berrou chamando-me  "Isto é um treino não a final."  Falou afastando-me enquanto me ajudava a levantar e me levava para longe do outro. Serrei o punho e respirei tentando acalmar-me.  "Fica, aqui. Quieto. Eu vou ver dele."  Murmurou o treinador deixando-me sozinho. Sentei-me na cadeira atrás de mim inclinado a cabeça para trás.

Conseguia visualizar Kailtin a mexer nos seus pequenos e delicados dedos nervosamente. Uns segundos depois, os seus olhos encontram os meus e posso ver que a sua boca se curva num pequeno sorriso quando me vê e eu penso em retribui-lo, mas o treinador vem ter comigo, fazendo-me desviar a atenção para ele.

“Tem calma rapaz.” O treinador murmura e ajuda-me a levantar. Apenas assinto com a cabeça e depressa me dirijo para os sacos, começando logo a dar socos num destes, descarregando toda a minha raiva e energia.

#POV Kaitlin#

Observo atentamente Zen a dar socos com toda a força num dos sacos vermelhos e pretos que se encontravam numa parede daquele pequeno ginásio.

Porque será que ele não me retribui o sorriso? Passar-se-á alguma coisa?

Cada vez ele batia no saco com mais força. Posso agora reparar na força que ele tem. Deve treinar muito para ser tão forte. Mas será que precisava de toda aquela força? Eu sei que Zen tem alguns inimigos, não sei ao certo o porquê de os ter, mas tem. Mas não acho que ele fosse do tipo de se meter numa luta do nada.

Quer dizer, na noite passada ele quase que matava o Max…

Estava tão perdida nos meus pensamentos que não vejo Zen a aproximar-se de mim, com a t shirt suada e a testa igualmente brilhante devido as gotas de suor que por ela escorriam.

Ele senta-se ao meu lado, olhando-me por breves momentos.

“Hey”  olho-o .

“Hey” murmura.

“O que se passou lá em baixo?” talvez não devesse perguntar. Sei que de qualquer das maneiras ele não me vai responder, mas vale a pena tentar.

“Nada” vira a sua atenção para a frente, observando os outros rapazes a treinar.

“Nada? Não pareceu “

“ Deixa isso” murmura um pouco rouco.

“Não deixo nada Zen, responde-me” continuo com o olhar nele.

“Não me apetece” volta a olhar para mim “esquece isso”

Bufo um pouco em sinal de descontentamento. Não insisto mais no assunto. Não quero discutir com ele.

“Desculpa. Já acabaste de treinar?”

“Já. Vou só tomar banho”             

Zen levanta-se e caminha para a mesma porta parta a qual tinha caminhado quando se foi vestir.

Espero a mexer no meu telemóvel.

Zen vem ter comigo depois de cerca de 15 minutos, vestido e de banho tomado. Ele vem na minha direção e eu levanto-me, quando ele para na minha frente.

“Vais-me explicar o que se passou lá em baixo ou nem por isso?” encaro-o.

“Nem por isso” ele murmura.

“Tá” bufo levemente e desvio o meu olhar para os outros rapazes a treinar.

Posso ver pelo canto do olho que Zen arqueia a sobrancelha.

“Vamos? volto a olhar para ele.

“Vamos”

Andamos para fora do ginásio, mais uma vez com todos os olhares postos sobre nós. Zen coloca o seu braço direito sobre os meus ombros, e instantaneamente chego-me mais para ele assim que o vento frio de Inverno me ataca quando saímos pelas portas do pequeno edifício.

“Já posso fazer perguntas?” pergunto enquanto andamos até ao carro.

“Podes”

 “Porque é que estava tudo a olhar para nós, porque é que me beijas-te, porque é que deixou tudo de nos olhar depois disso, e o que ´que se passou com o outro gajo?” mando as perguntas todas de uma vez e paro em frente ao carro cruzando os braços *a espera das respostas.

“Estás com fome?” murmura olhando as horas no seu iPhone. “Já passa do meio dia” diz claramente a tentar esquivar-se às minhas perguntas.

“Responde Zen” ignoro a sua pergunta, ainda à espera das respostas as que eu tinha feito.

“Não me apetece”

“Também não me apetece comer então” na verdade apetece-me. Estou esfomeada.

“birras?” ele olha-me.

“Não” a minha barriga ronca interiormente e a fome começa a apertar “aff. Prontos. Vamos comer”

“Aonde queres ir comer?”

“Um sítio qualquer, eu não sou esquisita como já disse” olho-o

Ele não responde e entra no carro, levando-me a fazer o mesmo. Mal colocamos o cinto, ele começa a conduzir por um caminho que me é desconhecido.

Uma música conhecida passa na rádio, e mais uma vez eu começo a cantarola-la, lembrando.me que havia prometido a Zen cantar para ele na viagem de regresso. A música acaba pouco antes de o carro parar em frente a um dos imensos Nando’ que existiam por toda a cidade de Londres e arredores. 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 28, 2014 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

He's the oneOnde histórias criam vida. Descubra agora