❌TWO❌

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  Adentramos a balada com o pé direito, pra dar sorte.
Está mais cheia do que das últimas vezes que viemos. Fomos caminhando em meio aquele apertado, com as mãos entrelaçadas, a música estava muito alta, do jeitinho que eu gosto.

- Um shot de tequila pra começar?- gritei a Becka, devido ao barulho.

- Nem precisa perguntar!

Puxei ela até o bar, onde encontro um bar-man jovem e bonito, guardando alguns copos.
Limpo a garganta pra chamar sua atenção.

- Pois não?- sua voz rouca e calma se pronuncia.

- Dois shots de tequila com limão por favor...- mordo meu lábio inferior.

Ele se vira e tira dois copos de baixo da bancada e coloca em cima da mesma, puxa a garrafa de tequila da prateleira e despeja dentro dos copos.

Arrasta os dois copos até eu e Becka. E olha pra mim. Instantaneamente seguro o copo com a bebida alcoólica e despejo garganta a baixo, balançando a cabeça pra o efeito ser melhor. Becka faz o mesmo e segue pra pista de dança.

- Ow, vai com calma! - mais uma vez faz-se ouvir a voz do bar-man.

- Não se preocupe comigo. - pisco, abrindo meu melhor sorriso.

- Mais alguma coisa, senhorita? -  apoia-se sobre os cotovelos no balcão. Olhando em meus olhos.

- Mais um shot de e o bar-man por favor - repito seu ato, deixando nossos rostos a centímetros de distância.

Ele apenas dá um sorriso de lado, provavelmente acostumado a ouvir essa cantada e volta a pegar um copo, novamente o enchendo com a bebida e me entregando.

Levo o copo até a boca de olhos fechados.

Arrasto os olhos pela pista de dança e avisto Becka, dançando descontroladamente no ritmo da música. Seus olhos vão de encontro aos meus e a mesma faz um gesto para que eu fosse até ela.

Faço o que é "pedido" e me junto a ela,
E agora somos duas, dançando como se nossa jornada escolar tivesse acabado, e realmente havia.

Algumas horas se passaram. A essa altura do campeonato eu já devia ter dado várias vezes em cima do bar-man. Já beijei. Já dancei a playlist do DJ inteira, e ainda não achei Becka. É sempre assim ela some e me deixa dançando sozinha.
Varri os olhos ao redor da boate, para a achar...

Achei!  Ela estava conversando ou melhor, quase se jogando em cima de um homem. Ele usava uma calça Skinner, uma blusa preta com algo escrito e uma jaqueta de couro. Cabelos lisos e olhos escuros. Possuia uma expressão facial séria. E um copo na sua mão direita.

Talvez Becka não percebeu que ele não está a fim dela. Acho melhor eu ir até eles.

Dou meu primeiro passo a frente, quando começa a tocar uma música que eu conheço bem.

"How deeps is your love"- digo pra mim mesma.

Desisto de ir até ela naquele instante.

Deixo a batida da música me guiar, como se eu fosse uma marionete.
Sinto alguém tocar meu braço, atrapalhando minha dança.
Me viro pra olhar o incômodo. Era Becka e sua expressão não era boa.

- Pelo visto não deu certo com o carinha - digo voltando a dançar.

- Amh.... É, hum, não mesmo - ela força um sorriso é começa a dançar também.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunto parando minha dança e a olhando.

- Ele não parava de fazer perguntas sobre você.

Arregalo os olhos.

- Como? - pisco algumas vezes.

Ela não responde nada apenas fica parada me olhando.

- Vamos dançar, esquece isso - digo.

Voltamos a dançar, aos poucos a tensão entre nós desapareceu. Confesso que fiquei um pouco desconfortável com o que ouvi . Quando olhei de canto para o bar, lá estava ele, o carinha. Me olhando.

Já estava com vergonha do peso dos seus olhos em mim

- Becka que horas são?

- São 05:48 AM - ela checa seu celular, que estava dentro do bolso do seu short.

- O que você acha de irmos? Já estou cansada, e minha mãe me mandou voltar antes das sete, o trajeto é longo até lá. - invento uma desculpa pra sairmos dalí.

- Tudo bem. Também já estou cansada daqui. Meus pés estão me matando! - disse arrumando o calcanhar no salto.

Entrelaçamos as mãos e vamos caminhando em direção a saida, quando de repente, me dá uma vontade repentina de ir ao banheiro.

- Becka, vou ao banheiro e volto rapidinho. -falo parando de andar.

- Te espero no carro. - revira os olhos.

Dei meia volta e caminhei na direção contrária em direção ao banheiro feminino.

Fiz minhas o que tinha de fazer e fui até a pia lavar as mãos e o rosto. Abaixei o olhar, e quando olhei novamente no grande espelho daquele local.
Avisto aquele carinha com quem a Becka conversava horas atrás bem atrás de mim.

É inevitável não arregalar os olhos.
Ele sorri e levanta um objeto, que não soube bem o que era.

- Boa noite! - sorriu.

Sinto uma pancada muito forte na nuca e minha visão fica escura. Minhas pernas bambeiam e eu caio no chão como um saco de ossos, e choco minha cabeça contra a cerâmica branca do banheiro.
À partir daquele momento, não vi mais nada.

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Beijos da autora.

CONTINUA......

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2019 ⏰

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