Mãe

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"And I thought I heard you call my name." - Adam Levine, Lost Stars

Alguém continua me chamando. Não tenho ideia de que dia seja hoje, mal lembro de minha aparência, não sei quanto tempo se passou. Os bips constantes permanecem, de vez em quando eu sinto um toque. Sinto algo úmido por todo meu corpo. Mas logo essas coisas passam e volto a ficar só, com a silhueta me encarando. Constantemente ela sussurra "é hora de partir". E outra voz ecoa baixinho, os sons formam a palavra "acorde".

De repente alguém me vem a mente...

Mamãe... Eu sinto sua falta.

Ouço a voz de minha mãe "o que houve com minha criança? Por que está assim?"

Eu também não sei, mãe. Estou preso. Quero te dizer isso... Aqui é tão doloroso. Não há nada. As flores vermelhas se foram. É apenas um lugar escuro onde meu corpo não existe e uma silhueta me fita. É tão vazio... E triste.

Mamãe, eu estou com medo...

Alguém me salve...

Embora não haja nada aqui... Estou tão cansado... Quero dormir. Minha consciência está se esvaindo. Desisti de tentar me mover. É tão agonizante. Eu não consigo. Meu corpo não me pertence mais. Eu gostaria apenas de morrer...

"Venha comigo... "

A silhueta sussurra. Se ela diz isso... Eu sinto medo. Não quero ir com ela. Mas aqui é...

"Meu filho... "

Mãe?

" Me perdoe... "

Pelo quê?

Lágrimas brotam em meus olhos... Quando mães perdem seus filhos, elas pedem perdão. Mas não fizeram nada. Acho que acreditam que não foram capazes de proteger seus filhos.

Você não tem que me proteger, mãe. Você não me perdeu.

Quero dizer isso a ela. Minhas lágrimas agora começam a escorrer incessantemente. Será que ela pode ver isso? Assim vai saber como me sinto.

Merda! Quero sair daqui. Isso é tão agonizante! Essa pessoa que vê meu estado agora... Nunca queira estar aqui. Apenas morra se tiver que morrer! Isso é pior que o inferno. Meu peito está a ponto de explodir. Quero gritar. Mas eu não posso. Porque aqui, embora eu exista, eu não existo. Embora eu esteja aqui, eu não estou. Eu não sou nada e ao mesmo tempo sou alguma coisa.

Aqui... Nem ao menos sei o que sou.

Me ajude.

Perdido em meu desespero, ouço a voz fria e cortante. A silhueta. Outrora essa voz não tinha sentimento. Não tinha som. Não tinha nada. Eu a ouvia. Mas não ouvia. É confuso. Porém, apenas sabia o que ela me dizia. Agora é diferente.

"Eu posso te ajudar. Vamos embora. Vou te levar para um lugar melhor. "

- Quem é você? Por que não me deixa ir?

Isso foi o que pensei, na esperança de que ela ouvisse, forcei uma coragem que não existia. Estava apavorado. Isso eu não queria que ela visse. Meu medo.

"Eu quero te levar de uma vez por todas. "

Eu...

" Acorde. "

Wake UpOnde histórias criam vida. Descubra agora