Jaehyun não tinha pesadelos frequentemente, ele teria dedos suficientes para contar quantas vezes sonhou com algo ruim.
Quando criança, tinha uma vida feliz e tranquila. Seu pior medo era perder seu dom de escutar melhor do que as outras pessoas. Ele não acreditava ou simplesmente não temia os monstros, fantasmas ou qualquer outra lenda que escutava na escola.
Quando adolescente, ou sua fase atual, o seu medo de infância havia se tornado desejo. Ele vivia seu pior medo e estava acostumado com ele, não teria motivos para ter pesadelos.
Porém, na mesma noite que conheceu o vizinho, ele teve um pesadelo que envolvia o garoto de cabelos castanhos, a silhueta de um homem com voz extremamente grave que dizia "nós iremos devagar" e muita violência.
O vizinho escutava algumas batidas fortes na porta enquanto conversava com Jaehyun pelo buraco e, quando abriu a porta de entrada, encontrou um homem. Jaehyun não pôde identificar o homem ou sequer ver mais do que uma silhueta coberta por roupas pretas. O homem tinha uma barra de ferro em sua mão e a usou para atingir a perna e cabeça do vizinho.
O vizinho estava imóvel e segurava seus gritos de dor, abafados pelos lábios fechados em uma linha.
O homem fazia diversos sons com objetos metálicos sendo batidos por toda parte. A pior parte era quando ele engatilhava uma arma, apontava em direção ao vizinho e ria sadicamente como se estivesse prestes a acabar com a vida do outro á qualquer momento.
Todas aquelas situações deixavam Jaehyun sem qualquer capacidade de ajudar o vizinho.
O homem era completamente desprovido de piedade. Era um maníaco sem coração.
Quando Jaehyun finalmente criou coragem de mover-se e ir ajudar ao vizinho, o homem apareceu rapidamente no buraco da parede, extremamente próximo de Jaehyun, ou, ao menos, o suficiente para alcançar a gola do suéter e puxá-lo para mais perto do buraco.
"Não mova um músculo, ou nós iremos ainda mais devagar." Ele sorria, causando arrepios em todo o corpo de Jaehyun.
O homem se afastou e continuou a agredir o outro rapaz enquanto olhava fixamente para Jaehyun.
"Kim Dongyoung! Faça a sua parte, mostre a sua dor. Está doendo, não está?" Um corte na vertical foi aberto no lado esquerdo do rosto, conforme o tempo passava, mais mutilado ficava. Ainda assim, ele se manteve em silêncio.
"Jae, feche seus olhos!" O vizinho gritou e logo foi calado brutalmente pelo homem.
"Você parece mais rebelde do que na última vez, Doyoung."
"Cale a boca!" Doyoung vociferou. "Feche seus olhos, Jae!" O tom de voz mudou completamente, Doyoung fez seu melhor para ignorar a dor e falar o mais calmo possível. Afinal, mesmo que tivesse sofrendo, ainda se importava com Jaehyun.
"Como seu irmão está? Ele perdeu alguns parafusos, não é mesmo?"
"Cale a boca, seu desgraçado." Doyoung tentou se mover para atacar o homem, mas seu corpo não estava em condições.
"Eu tive uma ideia! Yoonoh poderia fazer companhia ao Donghyun!"
"Não, não!" As lágrimas escorriam para fora dos olhos de Doyoung como uma cachoeira. "Deixa ele em paz."
"Sofrer e sentir dor se tornou algo comum para você. Então, será que ele aguentará?"
O homem caminhou lentamente em direção á Jaehyun, engatilhou a arma e puxou o mais novo pelo suéter.
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the_7th_sense_dojae.pdf
Fanfiction+ Tanto Jaehyun quanto Doyoung sempre viveram seus próprios infernos sozinhos. Mas quando os dois se conheceram, seus futuros se tornaram sombriamente coloridos. +