Isak,
Tento te descrever ligeiro antes que meu último cigarro apague e me fuja da memória todos os teus traços.
Rapidamente vejo as palavras unindo umas nas outras em versos simples que desenham as tuas formas.
Um pouco cá e mais uma melhorada ali e nasce um esboço do que era teus olhos e a maneira como eles mudam de cor enquanto admira a tarde chegando ao fim na nossa cama.
Em mais uma linha surge as perfeições dos teus beijos com gosto de erva e a atração dos lábios finos que possui.
Não preciso de muito e já se faz poesia da sua pele clara, da cor dos mais insanos desejos, e teu cabelo em tom de ouro e desalinhados propositalmente, numa bagunça que se assemelha aos próprios sentimentos.
E num canto da página desenho um pedaço da nossa história, em minuciosas palavras que nunca poderão definir o quão belo é e qual o efeito causa em meus pensamentos conturbados pela paixão incógnita que me trouxe.Você, Isak, além de menino, é a salvação da minha arte.