Capítulo 5

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Capítulo 5: Revelações

São quase 19:30, preciso decidir pra onde vou, o reencontro com o passado é muito esperado por mim a muito tempo,  porém não posso jogar tudo pro alto, não ainda. Desço do prédio onde fica o ateliê e pego meu carro, começo a escutar minha banda favorita R.E.M,  começo  imaginar como será olhar para a cara ridícula e sínica do Renan. Minha atendente do ateliê começa a me ligar.

Atendente: - Boa noite dona Judite, estou reservando a mesa a senhora já está no caminho ?

- No caminho para morte você quis dizer né ?

- Senhora não diga isso.

Noto a surpresa e o medo dela ao ouvir minhas sinceridades.

- Já estou a caminho, peça qualquer coisa  e poupe-me de ver o Renan.

- Ele já deu duas voltas pela a mesa onde estou, vai difícil não esbarrar com ele hoje, me desculpe.

- Tudo bem, você não tem culpa de nada. Aliás preciso mesmo pergunta o intuito dele em cortar as contas do ateliê. Vou desligar estou chegando em 15 minutos.

Exatamente 15 minutos depois, com o coração apertado coloco meu carro no estacionamento do restaurante, me olho no retrovisor, estou ridícula.

- Boa noite Adriana.

- Boa noite senhora, o diretor e os assessores da empresa de decoração chegam em 10 minutos, enquanto isso o senhor Renan pediu que quando a  senhora chegasse fosse até o escritório dele no segunda andar. 

- Certo, preciso encarar isso de uma vez por todas, me deseje sorte!

- Boa sorte.

Antes de subir vou ao banheiro e me olho no espelho, faço reflexões sobre quais demônios e espíritos malignos habitam em mim, depois disso ajeito meu cabelo e digo pra mim mesma que estou bonita quebrando o que tinha dito antes. Mesmo sendo uma mulher que não se cala diante de adversários,  confesso pra mim mesma que acabar de uma vez por todas com Renan não é tão fácil assim, sei que vou conseguir só não sei o preço que isso vai me custar.

Bato no escritório clichê na maior vontade que ele não abra.

- A porta está aberta.

Entro e faço o máximo para não olhar diretamente em seus olhos, tenho medo do que posso encontrar. Ódio e rancor é tudo que o move e eu sei disso.

- Bom vamos direto ao assunto, qual seu benefício em cortar as contas do meu ateliê ?

- O Ateliê está no nome dá minha mãe, só pra constar. Bom as contas do ateliê estão movendo negativamente muito dinheiro e isso não é bom para o nome da minha família.

- Quer que eu volte pra sua casa estúpida né ?

- Saiba que eu coloco meus pés lá nem morta.

- Bom, morta não mas bem viva sim, sabe aqueles segredinhos sobre seu irmão ? O porte de armas e munições e além disso o tráfico de drogas que ele se envolveu ?
- A polícia do Rio De Janeiro adoraria saber disso.

- Se não voltar em 3 dias pra casa, não verá seus filhos e terá um irmão preso, tudo bem por você ?

- Olha aqui seu crápula, você sabe que o Henrique já saiu dessa vida.

- Saiu mesmo, e você por qual motivo ? Eu quem paguei todo o tratamento dele e da sua mamazinha, se não me falha a memória a velha tá em câncer terminal, cuidado suspender os remédios a essa altura pode fazer mal pra ela. Por que ela já estaria morta.

No momento de ódio e insanidade mental eu me levanto e bato na cara dele, uma boa tapa, tudo que eu precisava. Ele quer me destruir mas eu não vou desistir.

- Voltarei sim pro pulgatorio, mas saiba que a cada dia te odeio mais, e saiba também que eu vou revelar pra sua mãe que quando você me traiu eu estava grávida e pela sua traição eu perdi meu bebê, eu te odeio com todas as forças que eu tenho, e não vou chorar na sua frente pra não borrar minha maquiagem eu preciso  estar linda pra fechar um contrato com boa empresa e não se atreva a estragar isso.

Ele nota meu ódio a cada palavra e depois disso me levanto e bato a porta sem olhar pra trás.

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