Capítulo 1

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*
Olho para minha mãe, seu sorriso era deslumbrante e contagioso. Gabriel meu padrasto sorri para ela.

*

Tudo aquilo que eu havia vivido era uma completa mentira. Gabriel havia enganado minha mãe, a mim e o ao meu irmão.

Me chamo Léa Dams, tenho 15 anos e tenho um irmão de 17 anos, Lucas. Minha mãe falecida a um ano atrás, faleceu sem ver quão ruim era seu marido.

- Léa anda cá! - resmunga para mim

Eu corro até a sala, se eu não fizesse o que ele mandava ele batia em mim. Claro sem o conhecimento do meu irmão. E o meu irmão chegaria daqui a duas horas.

-Sim, senhor? - falo de cabeça baixa

- Sente no meu colo.

Fiquei pasma, eu não queria, eu me seguro, mais sabia que se não fizesse depois haveria cinto. Avanço lentamente, e sento na ponta de seu colo. Logo ele me puxa mais para trás.

A campainha toca e ele bufa de raiva.

- Vá abrir a porta.

Eu me levanto rápido e quase corro ao ir até a porta. Logo que abro abraço meu irmão.

-Porque veio cedo Lucas?

-Agora trabalho de noite.

-Ainda não fiz o almoço...

-Não é a Amanda que faz o almoço?

-Ah sim... Mais eu combinei de ajudar ela hoje.

Deixo ele entrar e vou para o meu quarto, quando meu irmão estava cá eu apenas podia ficar lá. Desço na hora do almoço, comi sozinha e vou para sala. Porque ouço me chamarem.

- Venha ao meu quarto Léa. - chamou Gabriel, meu irmão olhou sem entender - Quero conversar com ela sobre a escola...

Tenho certeza que fiquei pasma, meu coração já havia parado de bater. Eu vou de passos curtos até lá.

Ele me empurra para dentro do quarto e trança o quarto, já sabia que amanhã teria que usar camisolas de manga larga.

- NÃO GOSTEI DO ALMOÇO!- gritou tirando o cinto

- Lamento, é que...

Eu nem havia acabado de falar porque havia levado uma cintada da a escotas. Caio de joelhos, lágrimas escorriam pela minha pele cor de café.

-Eu já avisei que se não sabe não faz.- fala me dando várias outras no corpo.

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Uso as minhas moletas de urgência para chegar até a banheira. Logo e aguardo encher. Entro lentamente e sinto a quentura queimar as minhas feridas.

Visto um pijama longo. Era difícil viver com Gabriel mais nunca pensei em o desejar morte ou whatever. Minha minha mãe me criou doce demais.

Toc toc.

Ouvi baterem a porta do meu quarto.

Abro e me deparei com o meu irmão.

- O que ele faz com você?-Ele foi direto e sério

- Nada.- falo

- Então porque sempre que ele te chama para o quarto você vem e se tranca aqui, e veste roupas longas.

- Não se preocupa não é nada.

- Léa...

-Eu estou cansada Lucas.

Lucas adentra no meu quarto e puxa manga do meu vestido.

- NÃO !- grito para que ele não visse

- O que ele faz com você?- vejo seus olhos ficarem marejados - Ele te bate?

- Lucas...

- E você escondeu isso de mim? Eu pensei que você estivesse bem, porquê?

- Eu que sou a errada...

- Ele te bate com o quê?

-Nada Lucas...

- Fala comigo Léa...

- Cinto...-Sussurei

- Eu vou acabar com isso agora!

- Não... Lucas isso só vai fazer mal para você, ele é um monstro é malvado, ele vai fazer mal a você.-caio de joelhos implorando para ele, chorando

- Eu não deixo ele tocar em você outra vez.

- Quando você completar dezoito anos você me salva mas por enquanto agradeço que deixe as coisas assim...

- Você gosta de sofrer nas mãos daquele homem?

- Não, é que eu só tenho quinze anos não posso fazer nada contra.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto, eu era culpada. Se eu não existisse e ele não estaria sofrendo, nem chorando.

-Quer que eu durma com você hoje?

- Tudo bem!- me animo

Passo a pomada e nos decidimos ver um filme. Eu adormeci no meio do filme mais acordei com a voz do meu irmão.

- Não quer sair? Comer fora?

- Ele autorizou?

- Cara, você o obedece como escrava! Nunca saiu de casa sem pedir?

Neguei com a cabeça e ele me olha indignado. Ele deve estar achando que eu não faço nada. Eu leio tá... E não peço!

- Nunca me deu interesse. E também eu seria castigada, qual seria o interesse disso?

- Bom, se arrume vamos passear.

- Ah, eu não quero Lucas.

- Vamos...

Me levanto e coloco uma camisola de mangas compridas e uma calça larga para não apertar as feridas. Passo um pó quase da minha cor e saio.

- Está saindo sem a autorização de quem, Léa?

Gabriel aperta meu braço e uma vontade de chorar me bate na hora. Eu sabia que isso ia dar problema, mais não.

- O...Lucas...con-convidou...- falo mais Caio no chão com o soco que me dão

- LÉA!- Lucas grita correndo até mim - Eu que tinha convidado ela seu monstro!

-  Ah....- ficou sem jeito - Desculpa Léa.- finge arrependimento

- Vamos Lucas.- me jogo em seus braços com vontade de chorar, eu não ia aguentar por muito tempo

- Seu lábio tá sangrando!- fala

Ele me ajuda a levantar e me leva para a casa de banho. E começa fazendo corretivo.

- O que aconteceu?

- Nada de muito importante...

- Léa Porque você não quer me contar...

- Porque isso só vai te prejudicar a ti, você o adora, e a mamãe também o adorava. Eu prefiro assim. Essa dor não é maior do que a perder a mamãe.

- Mais a mamãe tá vendo que você tá sofrendo. E você precisa de mudar esse pensamento.

InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora