Capítulo 2

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Não respondo, espero ele acabar o curativo para irmos embora, essa casa me sinto totalmente mal. Sem vida. Me sinto um lixo.

Saio da casa de banho, sem esperar ele e esbarro com Gabriel, até parecia que estava nos esperando.

- Venha cá minha linda.- me abraçou um abraço falso, nojento

- Sim Gabriel? Do que precisa?

- Léa o Gabriel não precisa de nada agora, vamos. - ele me puxou pelo braço

Ao irmos senti um peso em minha bunda, viro assustada, e ele estava sorrindo estranhamente. Segui o caminho até o carro quieta.

- Lucas?

- Sim?

- Eu não quero voltar para casa.

- Porquê?

- Ele me tocou...

-Quando? - o observo ficando vermelho, talvez teria sido melhor se não tivesse contado

- Quando estávamos saindo...

- Quer dormir num hotel?

- Sim.

*
-Ai minha filha, seja sempre doce educada, forte, perfeita como você é.

- Mais mamãe porquê?

- Porque é raro encontrar esse tipo de gente.

*

Aí mamãe se você soubesse como faz falta. Queria poder rir enquanto ando pela casa. Queria poder ficar na sala. Queria poder falar com outros. Queria poder ir na escola. Queria poder brincar. Queria poder não ficar tremendo de medo o dia todo. Queria poder ficar sem marcas.

-Chegamos.- fala

Estávamos em um centro comercial. Qual era o interesse de me trazer aqui? As garotas normalmente gostam de vir aqui? Será que ele achou que eu fosse gostar.

- Viemos comprar sorvete.

-Ah tá.

Não estava habituada de ver tantas pessoas. Andando de um lado para o outro, para frente e para trás, saído dali e entrando ali.

- Eu quero de morango.

Falo observando tudo a minha volta. Lojas, restaurantes e whatever. Recebo meu gelado como uma criança vendo o pai natal pela primeira vez.

Eu acho aquele alimente gelado simplesmente fantástico.

- Então, o seu gelado está bom?

-Muito bom...

- Sabe bem vir aqui?

-Éééé...Eu gostei...Vamos jantar aqui?

-Se você quiser...- ele me deu a mão e me fez entrar em uma loja

- Não entendo.- falo dirigindo meus olhos para ele

- Oh odeio ter irmã retardada!- exclamou me fazendo rir

- Eu também mais nunca o digo.

- Você vai comprar roupas novas.

- Pra quê meu filho?

- Para vestir...

Eu o olhei séria.

Ele me olhou sério.

Foi uma troca de olhares sérios.

Eu o olhei irónica.

Ele me olhou brincalhão.

- Sério que você me respondeu isso?

-Super sério.

Eu o dou um olhar mortal. Eu e ele éramos estranhos. Talvez porque temos germes idênticos.

- Seu cocó.

- Sua diarreia.

-Seu chichi.

- Sua necessidade maior.

- Mais é a mesma coisa que que cocó.

- AFF, vai catar água.

Eu gargalho da cara de emburrado dele. Ele vai pegando roupas que tenho a certeza que são do meu tamanho. E me trouxe uns 20 vestidos e vários outras peças de roupa.

- Tô com preguiça...

-Pode ir provando!-Falou me empurrando

InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora