Capítulo III

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Era tão graciosa que não parecia aquela garotinha assustada de horas atrás, ela trazia calma e paz ao redor de si, seu sorriso era como uma boneca de porcelana e suas maçãs do rosto levemente coradas dava-lhe um toque infantil sedutor.
Realmente era uma princesa, e, como príncipe Enrico a via tão indiferente?

Suas dúvidas sobre ele tinham desaparecido quando adentrara o salão; seus cabelos loiros lisos que divergiam o da mãe que brilhavam sob a luz do Sol, sua pele clara combinavam com a doce cor de mel dos seus olhos, os lábios eram pequenos mas aparentavam ser carnudos. Seu corpo estava começando a formar músculos definidos e esculpidos. Realmente, era de tirar o fôlego.
Coretta desviou o olhar algumas vezes para não se distrair em cada detalhe do seu noivo. Seus pais começaram então seus discursos, porém nenhuma palavra entrava em seu ouvido. Correu os olhos para o salão para observar todos que estavam diante dela, mas não encontrou nada de especial. Mantinha a calma, começou a ignorar o garoto ao seu lado e prestar atenção nas palavras do rei.

- Há exatos dois dias teremos o baile especial para nossos queridos filhos. A todos vocês quero que se alegrem e festejem essa união com que Deus nos abençoou. - todos aplaudiram firmemente e felizes, Coretta apenas sorria.

Todos os nobres ali tomaram a atenção da princesa que quando sentiu um toque suave em sua mão, baixou os olhos e viu a mão do príncipe Enrico estendida, sorriu timidamente e aceitou. Ambos caminharam para fora daquele salão.

Assim que deixaram o salão e estavam no corredor a sós, uma serva os guiou para fora do castelo onde iriam ao jardim caminhar até todos chegarem,  haveria um entreterimento de acrobacias.
O caminho todo um silêncio perturbador incomodava-a. A mão do príncipe era quente e agora seu braço estava laçado no seu.
Passaram então por um arco de flores caídas que fez a garota olhar para cima encantada.

"Quando esse príncipe vai dizer algo?"-
Pensava Coretta.

- É encantador. - Coretta desviou o olhar para o príncipe que a surpreendeu. Ele deu de ombros.

- Os arcos?

- Não, sua confiança. - Coretta sentiu o baque das palavras e demorou um pouco para pensar nas próximas. - mesmo chegando tarde e fazendo seus pais estarem a ponto de não ter mais argumentos para enrolar todos naquele salão. Você foi muito ousada e corajosa de entrar no salão com tamanha fé e determinação.

Enrico ainda olhava para o seu caminho com um sorriso irônico no rosto, a garota não sabia o que dizer apenas o encarava.

- Espero que futuramente seja mais pontual. - finalmente Enrico encarou a garota, mas agora um um olhar sarcástico e sério. - Não seria honroso ter uma esposa perdida no tempo. -
Faltava pouco para Coretta soltar fogo pelo nariz, deixá-lo e tomar seu próprio caminho, mas precisava manter a postura de boa garota.

- Perdão, querido, prometo que a partir de agora serei pontual em tudo. - já estavam próximos de onde teria o entretenimento. - Serei uma esposa de honra e terá orgulho de dizer que é meu marido. - Coretta sorriu amargamente mas viu que Enrico não reagira.

- É o que eu espero, querida.

Subiram no espaço coberto com suas cadeiras reservadas, Enrico fora gentil e cavalheiro com sua noiva em lhe oferecer sua cadeira. Todos os observavam e precisavam mostrar um bom relacionamento. O príncipe tomara novamente a sua mão de forma sutil e elegante.

- Espero que não se incomode em ter sua mão junto com a minha. - disse sussurrando no ouvido de Coretta.

- Faremos isso para eles, certo? - disse em tom baixo e enclinada em sua direção.

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