Capítulo 2

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Francis

Festivais de músicas são os lugares que eu mais amo ir. Talvez porque as pessoas de Londres sejam um pouco fechadas, pelo menos comparadas as da Itália.

Então, nos festivais encontro pessoas que gostam das mesmas bandas que eu gosto, algumas gostam de um estilo de música mais pop, pessoas extrovertidas e mais sociáveis do que a maioria da população londrina. E por isso, com certeza não ia perder o APM, que é o maior festival de música pop e alternativa da Europa, e eu posso afirmar isso pois já fui em muitos, inclusive nesse, quando ainda estava na Itália. Os funcionários são simpáticos e adoram o que fazem e isso torna tudo um pouco melhor. Não é legal lidar com pessoas que ficam te olhando como se você fosse o culpado do dia delas estar sendo uma baita bosta.

***

Estou rodando pelo festival a mais ou menos uma hora, confesso que ele está bem agitado, já havia tocado a banda Arcade Fire, uma das minhas bandas favoritas de rock alternativo. Mas mesmo assim, as pessoas continuavam fechadas em seus próprios ciclos de amizades.

Talvez tenha sido má ideia vir sozinho.

Me desloquei para a parte dos foods trucks, já estava morrendo de fome, precisava de um hambúrguer bem grande com cerveja.

"Bad Burger" estava escrito em vermelho néon no segundo food truck da fileira com centenas dos mesmos, fiquei curioso tanto pelo nome, quanto pela garota alta de cabelos desgrenhados. Estava usando uma saia de veludo vermelho, uma blusa de meia manga preta e uma linda jaqueta que eu quero tirar junto com o resto.

A observei de longe. Pegando seu lanche e indo se sentar em um banco que fica de frente para a rua movimentada. Ventava suavemente, mas o suficiente para fazer seus cabelos voarem em direção ao seu rosto, a fazendo cerrar o cenho de uma forma encantadora.

Aparentemente, ela estava sozinha. Bom saber que não fui o único a vir sem companhia. Com algum tipo de sorte, isso até ser bom.

Pedi um sanduíche e uma garrafa de cerveja antes de me aproximar da garota e começar um diálogo.

- Tem alguém sentado aqui? - pergunto apontando com a cabeça para o espaço vazio ao seu lado no banco, enquanto a garota da uma golada em sua latinha de pepsi.

Ela me fita por alguns segundos e nega rapidamente.

Lanço meu melhor sorriso galanteador e me sento, sem tirar os olhos daqueles lábios sugando o líquido amarronzado pelo canudo. Que canudo sortudo.

- Então - sou pego de surpresa por ela ter puxado assunto - como o senhor perseguidor se chama?

Solto uma risada pelo apelido carinhoso que me foi concebido.

- Por que me chama assim?

- Me diga você por que estava me observando encostado naquele poste a dez minutos atrás. É um perseguidor ou algo parecido?

- Acho que sou algo parecido - ela fica em silêncio por um tempo, cerrando os olhos em minha direção - Como se chama?

- Greta Geller. - eu sorrio automaticamente pelo seu nome combinar com sua beleza.

- Francis Grimes - ergo a mão em sua direção e espero que ela aperte. Porém a mesma só sorri e volta sua atenção para o lanche.

- O que um italiano faz nas maravilhosas terras nubladas da Inglaterra? - perguntou a garota que agora tinha um nome, muito bonito por sinal, Greta.

- Problemas. Eles estão sempre nos rodeando, nos fazendo ficar tristes e com vontade de pular de uma grande ponte direto para o mais gelado e obscuro mar. - falei um tanto rápido fazendo com que eu buscasse fôlego no final.

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