Adeus

Deitada nos meus lençóis de seda espero que me venhas aconchegar, que me venhas dar um simples beijo de boa noite. Nem que seja o ultimo.

Foste embora sem aviso quando já me tinha esquecido de existir.

O que aconteceu aos nossos laços?

Gastaram-se!

Gastámos as promessas e os beijos, gastámos até os olhares. E o que nos restava, o respeito, até esse gastaste.

Adeus.

Não quero mais olhar-te. Não quero nem posso.

Rotina, disseste tu. Já nem sabes o que somos, afirmaste olhando-me nos olhos. E eu sem saber o que te dizer só pedi "Vai... Por favor vai. Não fiques mais aqui."

Hoje digo-te que me tinhas para sempre se quisesses.

Em vez disso preferiste partir. Quebrar a rotina, chamaste-lhe.

Dói tanto quando me dizes que nunca estiveste assim feliz, dói observar de longe como já me esqueceste.

Fico longe, não quero que sintas que me fazes mal. Não te quero perder mas não te consigo falar. Falta-me o ar, faltam-me as palavras, falta-me a força para continuar.

E as lágrimas, quando iram secar?

O pior são as saudades [de nós] que não quero ter, as mesmas que não consigo evitar e que me corroem como ácido. [Matam-me!]

O teu sorriso, a tua pele, o teu cheiro...

"Vai... Por favor vai!"