Capítulo 1

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O casamento foi perfeito.
Apenas dez pessoas reunidas na Prefeitura, sem músicas, sem leituras, sem rebuliço; em seguida, fomos para Alta, no West Village, para a festa. Velinhas iluminavam o rosto das minhas pessoas mais queridas: Jenny, Vanessa, Erin. E Alex. Deus do céu, como ele ficava bonito de terno. Fiz uma anotação mental para concencer aquele garoto a vestir calça, paletó e colete com mais frequência. No nosso casamento, talvez...não, Angela má, é muito cedo para pensar em uma coisas dessas.
Tan-tan-taran...

-Então você não acha que estou cometendo um erro ridículo? -Susurrou minha amiga Erin por cima do meu ombro, trazendo -me de volta à realidade.- Quer dizer, não faz nem seis meses que eu lhe disse que nunca mais me casaria.
Balancei a cabeça.
- Não, mesmo-dei uma olhada para o novo sr.Erin, ou Thomas, como ele é chamado pelos amigos. Ou "aquela bundinha linda", como era conhecido por Jenny.- Você não estaria fazendo isso se não fosse a coisa certa.

- Ahn, e com certeza é. Acorde! -Jenny Lopez se aproximou gingando e deu um beijão na noiva, deixando o rosto de Erin todo pintado de batom MAC Ruby Woo.- Ele é um advogado super rico, supergato, que está super apaixonado por você. Tenho certeza de que esses são os três fatores principais a considerar antes de se amarrar. E, nossa, esta corda é praticamente feita de ouro. Melhor até que o seu último casamento. E muito melhor que o penúltimo.

- Meu Deus, como você e grosseira - disse Erin, dando um tapinha de brincadeira nos cabelos cacheados cor de chocolate de Jenny.- Mas está certa. Eu não podia deixar de me casar com ele, visto que é simplesmente um doce.

- Sim, um doce. Pois eu só me caso quando o cara puder reservar meu restaurante preferido só para mim em uma noite de sábado.- Jenny suspirou e bebeu uma taça inteira de champanhe em um gole.

- O Thomas não tem amigos solteiros? Quero dizer, advogados, ricos e solteiros?

Não pude deixar de sorrir. O último casamento em que estive não tinha sido exatamente um sucesso. Eu tinha começado o dia como uma madrinha adorável, com meu noivo dedicado, e terminado como uma quebradora de mãos, armada com um sapato de salto alto, já que o dedicado noivo se divertia com uma qualquer no banco de trás de um Range Rover.
Depois de deixar todo mundo na festa chorando e/ou no hospital, parti para New York para ser recebida por Jenny:uma família inteira, melhor amiga e terapeuta em uma única pessoa. As coisas por aqui não foram tranquilas como um passeio no Central Park, mas acabei encontrando meu caminho. Um emprego como blogueira para a revista The Look, grandes amigas, uma vida de verdade, tantas coisas que estavam faltando fazia tempos. Quando uma mão deslizou pela minha cintura e me puxou, lembrei-me da outra coisa que tinha encontrado em New York: Alex Reid.

- Acho que este é o melhor casamento em que já estive - ele pressionou os lábios gentilmente na minha pele.- E estou com a garota mais linda da festa.

- Em primeiro lugar, só tem oito garotas aqui e, em segundo, isso não é verdade-respondi, virando-me para afastar a longa franja de Alex de seus olhos.- A Erin está maravilhosa, a Jenny ficou absurdamente bonita com aquele vestido e a Vanessa...

- Será que dá para apenas aceitar o elogio?- Alex balançou a cabeça.
- E não ligo para o que diz, pois não há mulher nenhuma nesta cidade que se compare a você neste momento.
Torci o nariz e aceitei um beijo, silenciosamente agradecendo às minhas estrelas da sorte. Tínhamos nos conhecido logo depois que cheguei a New York e as coisas logo ficaram muito sérias, rápido demais. Ele tinha decidido pisar no freio e eu passei seis meses na geladeira, fingindo que não estava pronta para começar um relacionamento quando, na verdade, imaginava se haveria algum problema em ligar para ele. Por fim, peguei o telefone, apostei todas as minhas fichas de carma e, graças a Deus, a Buda e Marc Jacobs, Alex atendeu.
Agora, só estava tentando me divertir e ignorar a sensação incômoda no meu estômago de que Alex era o cara certo. Eu não queria de jeito nenhum repetir o papelão da última vez. Durante os dez anos que passei com meu ex, nunca, nem por um momento, o medo de perdê-lo foi tão grande quanto o medo de perder o Alex,  principalmete porque agora eu costumava ficar acordada à noite, observando-o dormir.

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