"Maybe."

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POV Emma

Despertei atordoada com batidas agudas em minha porta. Franzi meu cenho, tentando focalizar a imagem da superfície de madeira que era judiada com tamanha agressividade.

Quem poderia ser?

Tentei de algum jeito levantar-me daquele sofá e segui cambaleando até a porta, abrindo-a lentamente.

— O que houve com você?

Esfreguei meus olhos, limpando o excesso de maquiagem que havia ficado em minha mão no vestido.

— Mary?

Espremi meus olhos, choramingando ao sentir minha cabeça dar início à um pequeno latejar.

— Está de ressaca – pude ouvir ela murmurar, começando a me guiar para o sofá novamente. Apenas assenti.

Deitei-me e cobri-me, observando minha melhor amiga vasculhar meus armários da cozinha, retirando de lá um copo e aspirina.

— Sente-se – ordenou. Bufei e ajeitei-me — Algum cliente nessa festa?

Passei minha mão por meu cabelo, enquanto com a outra, pegava o remédio e o engolia rapidamente.

— Nenhum.

— E por que está de ressaca? – questionou, entregando-me a água, que após diversos goles, pude respondê-la:

— Porque a cada talento que chegava perto de mim, eu guiava para o bar, conversava e levava um fora – senti-me sendo abraçada pela morena, que lamentava baixinho, afagando meus cabelos — Estou desempregada há meses, M!

Ela pareceu lembrar-se de algo e correu até sua bolsa, retirando seu notebook de lá.

— O que...

Mary fez um movimento para que eu me calasse e voltou ao meu lado.

— O que está tocando violão. Killian Okaley. Apenas veja.

Observei o pequeno monitor por alguns segundos e sorri involuntariamente. O tal cara era muito bom tocando e cantando. Minha amiga pareceu perceber minha satisfação e comentou:

— Ele é bom, não?

— E gato.

— Noivo também! – ela complementou — Não lembra-se dele?

Neguei.

— Eu deveria?

— Esse vídeo é o do ensaio de meu casamento, Em!

— Oh, sim! Eu...eu havia esquecido. Me desculpe, M. – desculpei-me, fazendo-a assentir, sorrindo minimamente.

— Por falar em casamento... David e eu adiamos – disse, parecendo chateada.

— O que houve? – questionei, preocupada.

— O irmão do Killian morreu ontem em um acidente de carro. David irá viajar até a Irlanda para passar algumas semanas lá.

— Isso é horrível! Ele deve estar arrasado – lamentei.

— O pior de tudo é que esse homem estava seguindo para a lua de mel. Ele e a esposa não resistiram.

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