"OH MY SHOTS"

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Pov Killian

Deixamos a bebida para a festa. Escolhemos ficarmos sóbrios para que Emma levasse-me para conhecer a majestosa Nova Iorque.

— Há quanto tempo mora aqui? – perguntei, enquanto parávamos perto de um pequeno rio em um parque.

Emma pareceu pensar e encarou um grupo de adolescentes por um tempo.

— Eu tinha dezesseis anos quando fugi.

Guardei aquelas palavras. Ela fugiu.

— Posso perguntar o motivo?

Ela me encarou e assentiu, pensando um pouco.

— Eu discuti com meus pais e meus irmãos – ela soprou o ar e uma pequena fumaça branca foi-se junto com sua voz.

— Eles não...

— Eu inventei. Eles não morreram. Só estava com medo que você me achasse uma idiota pela verdadeira história – confessou. Franzi meu cenho e a conduzi à um banco. Sentamo-nos.

— Conte-me. Prometo não tirar uma com a sua cara.

Ela retribuiu meu olhar e assentiu. Encarou o céu, já estrelado e bufou.

— Eu sempre quis ter uma banda. Tocar teclado era algo que eu fazia vinte e cinco horas por dia – a loira sorriu levemente e retornou a falar — Secretamente, meus irmãos, Sam e eu criamos uma banda no porão.

A interrompi rapidamente

— O mesmo Sam que você...

— Estamos apenas saindo – reforçou e deu continuidade — Nós conseguimos manter a banda em segredo por quase um ano. Eu estava prestes a fazer dezesseis anos e nós íamos nos apresentar na minha festa. Foi aí que... tudo deu errado e...

— Ei – a abracei de lado — Se não quiser continuar, tudo bem.

— Meu irmão mais velho criou mentiras sobre mim. Antes mesmo que eu pudesse dizer que tinha uma banda, um teste de gravidez foi revelado na festa.

— Você estava...

— Não! – exclamou, negando rapidamente — Mas todos pensaram que eu estava. Por ser nova e namorar "cedo demais para a época", eles pensaram o pior de mim.

— E você fugiu – concluí.

— Sam negou, mas ninguém acreditou em nós. O teste estava em meu quarto. Era óbvio o pensamento deles, isso eu até entendi – ela suspirou a limpou uma lágrima que escapou de seu olho esquerdo — Eu passei a maior vergonha em meu aniversário.

— Afinal, de quem era o teste?

— Da namorada do meu irmão.

— O que te dedurou? – Emma confirmou — E ele não sabia?

— Não sei o que aconteceu depois. Eu fugi. Me senti tão humilhada e eles me disseram coisas tão... horríveis!

A abracei novamente, beijando o topo de sua cabeça.

— Depois disso vocês não tiveram mais contato?

— Sam e Maia, minha irmã, eram os únicos que sabiam. Mas depois de um tempo, eu parei de mandar notícias.

— Quando você mandava, eles diziam algo à seus pais?

— Apenas que eu estava bem – contou — Eles nunca vieram atrás de mim. Nunca se importaram se eu estava bem e onde eu me encontrava. E eu sou eternamente grata por isso.

Waiting for youOnde histórias criam vida. Descubra agora