Hoje o dia amanheceu chovendo, está tão frio que meus pés estão gelados, olho para a janela e vejo carros passando. Esse cheirinho de terra molhada, tudo parecia perfeito. Me levanto da cama e preparo meu café, ligo a televisão, no mesmo jornal de sempre.
— Notícias da manhã, foi encontrado morto o policial Frederick Garsan, o corpo foi encontrado na sua casa, hoje as 3:57am. Não se sabe ao certo o motivo do crime. O caso será investigado — dizia o noticiário. A água começa a ferver. Minutos depois de beber o café, tomo um banho quente, naquela temperatura ideal. Depois do banho, visto minha roupa da faculdade e meu casaco, antes da sair de casa, pego o dinheiro da passagem e dou uma olhada no calendário, Pego a minha mochila e saio de casa. Chego no ponto de ônibus, um pouco molhado. Me pergunto, por quê não peguei o guarda chuva?
Sim, sou retardado a esse ponto
O ônibus demora um pouco a chegar, enquanto ele não chega, começo a imaginar meu lindo futuro com Ayumi
Estávamos em um campo com flores, observando o pôr do sol laranja atrás dos prédios
— É lindo não é ?— fala Ayumi
— Eh, realmente. Sabe o que também é lindo ?
— Não, o quê ?
— Seu sorriso
Ela da um sorrisinho envergonhado. aproximo meu rosto perto do dela, e lentamente meus lábios tocam nos lábios dela, nós nos beijamos. Até que os alienígena atacam!
Tiros de raio laser para todos os lados!
— Meu deus! Oliver!
— Não se preucupe boneca, vou salvar você desse terrível ataque alien! — falo com as mãos segurando na cintura. E rapidamente, pego meu sabre de luz! E…
É engraçado como estrago as coisas até na minha imaginação. Claro que isso nunca irá acontecer, ou será que vai? Enfim, a esperança de ser um mestre jedi é a última que morre.
O ônibus chega, entro nele e vou pagar a passagem
— Bom dia Oliver — fala o cobrador
— Bom dia Finn
Finn é o cobrador do ônibus 55, ele é um senhor de bigode, gordo, que usa um chapéu de pescador, é gente boa quando não está bebado
Vou sentar em um dos últimos assentos, mas me deparo com Ayumi, ela está sentada na parte do meio meio. Começo a ficar nervoso, mas o que pode acontecer? O que pode dar errado? É só ir, passar por ela e então acaba. Começo a andar, mas parece que tudo ficou mais longe, o tempo parece que desacelerou e ficou tudo lento. Aí o motorista decide dar a partida, mas não foi uma simples partida, ele pisou fundo! Vou direto ao encontro com o chão, bem na frente dela! Maldita inércia!
— Meu Deus, você está bem? — Ayumi fala olhando me levantar da desagradável queda
— Claro, está tudo bem, não foi nada — dou umas palmadas na camisa para tirar a poeira
— Tem certeza? Seu nariz está sangrando
— Sério? — passo a mão no possível sangramento, e realmente estava, e muito!
— Quer um lenço? Ou algo do tipo?
— Não obrigado, sangrar me faz parecer mais masculo — ela da uma risada da minha piada
— Toma — ela pega um lenço da sua bolsa cor de rosa
— Obrigado — vou em direção ao meu lugar
— Espera! Qual seu nome?
— Oliver
— O meu é Ayumi
— Eu sei
— Como sabe?
Bem, isso é uma história complicada, antes eu não tinha notado ela e menos pouco gostava dela. A tempos atrás ela deixou cair seu diário dentro do ônibus, claro que eu peguei, iria apenas devolver pra ela no dia seguinte. A capa era amarela tinha uns desenhos de flores. A minha intenção não era ler, mas a tentação foi grande. Abri e logo atrás da capa tinha uma foto dela sorrindo com um nome, Ayumi Mikasa. Quando cheguei em casa, comecei a ler seu diário, tinha várias coisas que me fez gostar dela. Por exemplo: sua comida favorita é cachorro quente, e adivinha, é o meu também! O problema é que depois que eu li, fiquei com vergonha de entregar, fiquei adiando a entrega, até que não entreguei.
— Como eu sei seu nome? Te sigo no Twitter — mandei essa bem arriscada, nem tenho Twitter
— Ah, tudo bem
— Amanhã te entrego o seu lenço
— Pode ficar com ele
Me sentei, esperei até chegar no meu ponto. Fui para a faculdade, não consegui prestar atenção na aula, fiquei pensando nela e me arrependendo de ter caído na frente dela, talvez se não fosse isso eu nem teria falado com ela, por um lado foi bom, por outro, bastante constrangedor. A aula termina, vou esperar o ônibus no ponto, até que meu celular toca
— Alô
— Iae Oliver
— Iae Niko
— Já terminou a aula, mano?
— Já, você sabe que já
— Beleza. Se liga, me encontra na mansão dos homens
— Agora? Estou morrendo de fome. Desculpa, acho que não vou
— Relaxa, compro um cachorro quente pra você
— Chego aí em 30 minutos
— Beleza. Falou
— Falou
Desligo o celular e guardo no bolso
A mansão dos homens é uma casa abandonada atrás do campinho onde eu e meus amigos brincávamos antes. Ela é um pouco grande, tem um andar. Para entrar nela não foi fácil, tivemos que subir em uma árvore e entrar pela janela de cima. Queríamos caçar fantasmas, mas não encontramos nada além de alguns móveis velhos, quadros velhos, pinturas velhas, brinquedos velhos, poeira velha, um sofá velho e é claro uma poltrona velha, que chamamos de, “o trono do rei”. Que é o Niko que senta nela, ele que marca as reuniões, nelas decidimos nossas ações em determinados casos. Ou apenas para jogar a conversa fora.
Assim que chego dou um assobio para avisar que cheguei, ele assobia de volta e joga uma escada de corda pela janela. Enfim entro na mansão.
— Iae Oliver — fala Niko com meu cachorro quente nas mãos
— Passa isso pra cá — pego o cachorro quente — Então, pra que isso?
— Vamos esperar o Bill e o Calton, daí conversamos
— Que porra foi dessa vez?
— Estamos em guerra
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A Linha Da Insanidade
De TodoOliver é um adolescente como qualquer outro que não faz parte do padrão da sociedade