Cap. 7 - Bomba relógio

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Como é interessante o corpo humano e suas diferentes formas de reagir a determinadas situações. Fiquei imóvel, completamente imóvel e em silêncio diante da fala que acabara de ouvir, com uma respiração muito fraca e lenta, permaneci pálido encarando-o com um semblante completamente assustado escondido por detrás daquela máscara. Perguntava-me se havia ouvido certo o que aquele carrasco acabara de me dizer.

- Não vai me dizer nada Questão, parece que toquei na ferida não é? E então como vai ser?

- Vo.. você, você disse que... você quer dizer que...

- Sim, professor Rodor ainda esta vivo... ainda. Por isso precisa ser rápido em sua escolha, pois enquanto conversamos aqui o tempo esta se acabando para ele.

Em um ataque de nervos dou um tremendo soco em sua face nesse momento!

- Seu canalha! Diga-me de uma vez como o salvo e quanto tempo ainda tenho! Vamos, diga de uma vez!

- Ha-Ha-Ha-Ha, então temos um acordo meu jovem, você me solta e vê seu amigo novamente, que tal? Vamos me solte logo.

- Você não este em posição de fazer nenhuma exigência seu porco!

- A plataforma inteira sabe que estou aqui na sala 12-E, e...

- Não estamos mais na sala 12-E seu patife. Após render a moça da ala E, e obrigá-la a dizer aquilo nos comunicadores eu a deixei desmaiada graças a um vidro de clorofórmio que encontrei na primeira sala que entramos e o aguardamos, devia guardar melhor seus pertences doutor. Depois de desmaiar a você o trouxe até sua sala particular que só é aberta com a leitura de sua retina. E você sabe muito bem que nem mesmo se souberem onde estamos podem vir resgatá-lo agora. Se ainda acha que estou blefando, olhe bem a sua volta.

- Mas como descobriu minha sala particular?

- Simples, além de ser a única com leitura de retina sua sala fica no lado reverso do corredor que da aos fundos a sala de onde nos recebeu. Quando o vi entrando por trás daquele palanque não havendo nenhuma outra entrada pelas laterais imaginei o óbvio. Portanto, estando eu em vantagem, você vai comer na minha mão. Viverá sim, mas apodrecendo na cadeia, lugar de onde jamais deveria ter saído desde a primeira vez que o pus lá com a ajuda do Dr. Tot.

- Nunca irá tirar uma confissão de mim!

- Mesmo? Sinto-lhe dizer, mas eu já tirei isto de você no momento em que lhe fiz aquelas perguntas no corredor junto aos outros cientistas.

Neste momento puxei do bolso um gravador e apertei o play.

"- ... consegui extrair de meu ex-colega Aristotle Rodor, ele trabalhou comigo nesse experimento e foi a grande mente na solução desta incógnita. Extraímos de suas anotações que o mesmo guardava em sua casa. Desonesto ato eu sei..."

- Eu tenho tudo confesso por você Dr. Twain, e então vai ou não me dizer como salvo a vida de Dr. Tot?

- Parabéns Questão, você pensou em tudo, e como recompensa vou lhe dar o que quer. Há uma toxina, refinada a partir do néctar da rhododendron ponticum. Conhecida esta na região da Turquia perto do Mar Negro, por produzir uma paralisia mortal. 

Entretanto, se dentro de 48 horas o individuo que a experimentar ingerir uma simples mistura a base de sais sucumbirá o efeito da toxina

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Entretanto, se dentro de 48 horas o individuo que a experimentar ingerir uma simples mistura a base de sais sucumbirá o efeito da toxina. Porém só eu sei como fazer esse antídoto. Como vê, novamente tenho meu ponto de escape, seu amigo pode viver ou morrer, tudo depende de você Questão.

Ele pode estar blefando, ou não, será que devo correr o risco?

Comunicador alerta

- Questão onde você está? Os capangas de Twain estão o dando como perdido, se estiver com e ele e sei que está tome cuidado, deixe-me ajuda-lo. Diga sua posição.

- Arqueiro encontre-me daqui a 10 minutos na sala principal de experimentos da ala E. Tome o cuidado para ninguém o seguir.

- Muito bem, faremos então o seguinte, para que eu tenha a certeza de que não esta blefando primeiro aplicará a toxina em você mesmo e depois eu lhe aplico o antídoto.

- Como tenho a certeza de que aplicará o antídoto em mim?

- Quanto a isso não precisa se preocupar uma vez que preciso saber com exatidão se funciona o antídoto antes de aplicar no Dr. Tot.

- Interessante, mas ainda não gosto da ideia de ter de ir pra cadeia sabe, precisamos melhorar nosso acordo.

- O quê? Prefere morrer doutor?

- Se me matar, professor Rodor também morre. Estamos ficando sem tempo meu jovem.

Eu estava a ponto de torturá-lo, mas sabia que ele era osso duro de roer mesmo sob tortura, lembro-me de usar esta tática na primeira vez que o pegamos, e não consegui arrancar nenhuma informação importante que queria só mesmo o Tot é que conhecia seus pontos fracos.

Percebendo a esse ponto de que o tempo se esgotava cada vez mais, olhei intensamente para a face de Twain e o disse de maneira bem pausada com sangue no olho.

- Muito bem Twain, se fizer sua parte você escapará desta vez, mas saiba que não mais descansarei até por minhas mãos em você novamente.

Com seu olhar fúnebre aquele nojento disparou uma risada alta e sinistra.

- HA-HA-HA-HA-HA-HA-HA-HA-HA-HA

Percebi que não conseguiria de maneira fácil resolver a situação de modo que ficasse totalmente a meu favor. Eu poderia acabar com ele, e facilmente sair dali com o traje de cientista, mas ao fazer isso sofreria com o peso da morte de Tot. Não havendo outra forma, deitei-o em uma maca com uma mordaça na boca e cobri com um pano todo seu corpo para que pudéssemos ir até a outra sala sem levantar nenhuma suspeita.

Lá estava o arqueiro quando abri finalmente a porta da sala principal de experimentos da ala E.

- Estão atrasados.

- É bom te ver também Arqueiro.

- Corta essa, me diga de uma vez como vamos levar esse canalha até as autoridades e fazê-lo confessar? Devíamos bater em retirada imediatamente aproveitando que a maior parte dos seguranças está vigiando os cientistas naquela outra ala.

- Esta não é a Questão meu caro, o jogo mudou totalmente as cartas no momento em que capturei Twain. O fato é que podemos salvar Tot.

- O que?! Mas como, ele já não estava dado como morto?

- Tot esta sobre o efeito de uma toxina que causa paralisia em todo o corpo por horas, pode ser mortal se não aplicado o antídoto a tempo, concordei em liberar Twain se o antídoto que ele fizer vier a funcionar, e para a certeza disso vamos aplicar o teste nele mesmo. Precisamos ser rápidos ou essa "bomba" vai se estourar logo e jamais me perdoarei se isso vier a acontecer.

- Algo não me cheira bem nisso, mas não temos muitas opções não é?

Questão - Por Detrás da Máscara. (Em revisão)Where stories live. Discover now