Prólogo

55 2 2
                                    


Em 1590, a França estabelecia-se cada vez mais como país. Em meio a tantas guerras, cresceu incorporada de valores culturais romanos, estabelecendo como religião o cristianismo.

Neste mesmo ano, Álvaro Deville I foi proclamado rei, sendo brutalmente assassinado dois anos depois, deixando o trono para seu filho Álvaro Deville II. Álvaro II, a fim de formar alianças, casou-se com Madalena Castro, herdeira do trono português. Desta união, nasceu Henry e Laila.

Não muito longe dali, em 1595, nascia o pequeno bebê que dará continuidade a nossa história. A Itália, neste ano, era agraciada com o nascimento da 3ª filha de seus soberanos César e Catarina Bertuzzo. Uma vez que o país também é envolvido em tradição e cultura romana, era com alegria e pesar que César recebia sua filha Lorena nos braços, pois esta assim como as irmãs Lívia e Helena, não poderia governar.

Assim, sem demora e sem saber o que lhe aguardava, César abandonou sua esposa ainda no leito do parto e partiu em uma longa viagem a fim de resguardar o futuro de seu país. Após três meses, rodando a Europa em busca de pretendentes para suas filhas, ou aliados como bem dizia, voltou para casa.

Catarina encontrava-se sentada em sua sala privada enquanto uma ama de leite alimentava sua filha mais nova. Acreditava que o ato de amamentar era trabalho para vacas e serviçais, logo se recusou a faze-lo. A unica filha que ela amamentara com todo o seu amor foi a mais velha: Lívia. 

- Achei que não voltaria mais. Afinal de contas, nem ao menos viu o rosto de sua filha antes de partir - Resmungou Catarina, quando o Rei abriu a porta. 

Após tantos anos juntos, Catarina reconhecia os passos do marido na escada. Eram pesados, assim como o fardo que o mesmo carregava nas costas por ser o rei da Itália. 

- Não fale assim, mulher. Sabe que parti em busca de um futuro para o nosso país. 

- Não é verdade. Você partiu em busca de um futuro estorvo para as nossas filhas porque simplesmente não aceita que uma delas possa governar como Mary Stuart fez ou Rainha Elizabeth. 

- Você esquece que, mesmo governando, Mary se casou duas vezes. - Disse César, sem levantar a voz. - Consegui arranjar para Helena e Lorena, boas alianças. Helena se casará com Thomas Enriques da Espanha e Lorena com Henry Deville da França. Com os acordos que fiz, pagando um bom dote, Lorena será a rainha da Itália. 

Catarina sempre soube que César não a amava e, de fato, ela também não nutria sentimento por ele. Com o casamento arranjado, abandonou seu passado, dando todo o amor que lhe restava a sua primeira filha. 

- Desculpe, acho que você esqueceu marido que temos uma filha mais velha. É dela o dever de comandar nosso país e ser sua herdeira. Lívia vem sendo preparada desde seu nascimento para cumprir tal dever.

- Ninguém a quis. Está velha demais. Todos os homens da idade dela já possuem compromisso. Além disso, os franceses possuem influencia em toda a Europa. Eles serão o futuro do nosso país.

César levantou-se e se dirigiu a saída da sala, porém lembrou de avisar a esposa.

- Amanhã Helena e Lívia partiram para a abadia por segurança. Na verdade acredito que o melhor agora seja Lívia se tornar freira. Quanto a Lorena, assim que deixar de amamenta-la, ela partirá.

Com raiva, Catarina atirou o primeiro vaso de flores na parede, chamando a atenção de todos os empregados que passavam.

- Leve esse bebê infeliz para o convento hoje mesmo, mas Lívia ficará perto de mim até os meus últimos dias de vida.


Entregue-se ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora