Capítulo 2

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A pedidos (e porque sou um ser muito ansioso mesmo), resolvi adiantar mais um capítulo para vocês! Amanhã vem o próximo! 

* * * 

— É claro que você viria aqui. — É meu cumprimento sarcástico para a aparição fantasmagórica em formato de donzela na minha sala. — Para onde mais? — Murmuro para mim mesmo, enquanto coloco a adaga com cuidado num gancho do meu cinturão e cruzo os braços, tentando manter a calma.

Bela afasta o capuz do rosto e percebo agora que esteve chorando. Para variar. Isso deveria me comover, mas não surte muito efeito. Já passamos por isso vezes demais para que ainda me afete. A única diferença é que antes Bela estava noiva de um homem odioso. Agora à minha frente está princesa Bela, a esposa da fera que tentou me matar.

— Você não mudou muito. — Ela diz, tentando manter o tremor da voz sob controle, enquanto me sonda dos pés à cabeça com os olhos. Fala como se isso fosse uma visita social, mera rotina. Ela tampouco mudou. Está tão agonizantemente linda quanto sempre foi.

Sacudo o indicador no ar e balanço a cabeça negativamente, enquanto caminho até o outro lado da mesa.

— Nada de amenidades. Vá direto ao assunto. — Falo rispidamente e reviro os olhos. — O que foi dessa vez? Você se atrasou para o jantar? Calculou errado a quantidade de tecido para a cortina? Não, já sei! — Estalos os dedos no ar. — Você tocou numa das suas preciosas rosas! — Finjo animação com o palpite e prossigo num murmúrio gozador, antes que possa responder. — Claro, que tipo de homem tem uma coleção de rosas é algo que nunca irei compreender, mas, ei, você me conhece, sou só um forte, bruto e bonitão.

— Gaston! — Ela se ergue repentinamente, cortando meus gracejos, e, é assim, com seus olhos fixos nos meus que sou capaz de enxergar a profundidade de sua tristeza, talvez até mesmo seu arrependimento, embora eu não ouse sonhar com algo assim. Esse seu olhar que sempre foi capaz de me partir em mil pedaços.

Não posso me permitir sentir isso novamente. Nunca mais. Bela fez sua escolha. Além disso, há um príncipe em seu encalço. Já estou arriscando minha vida por simplesmente recebê-la em casa.

— Estou grávida. — Ela diz e me encara com sobrancelhas erguidas e testa franzida. A frase paira no ar, enquanto tento entender o significado de cada palavra, porque de início não me fazem sentido. E, de repente, fazem.

Eu vou matá-lo.

Eu vou matá-lo

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PRÓXIMO CAPÍTULO: Sexta-feira, 30 de dezembro

[402 palavras]

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