Amor de mentira...

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Se te vejo passar,minha cara indolente,
Ao canto de instrumentos,partido no teto,
Como donaire a fugir,lenta e harmoniosamente,
O tédio a navegar no teu olhar inquieto;
E de eu contemplo,à luz do gás e que a colora,
Pálida fronte a arder de mórbido aparato,
Em que as tochas da tarde acendem uma aurora,
E estes olhos que atraem,como os de algum retrato,
Eu me digo:Que beleza! E que fresco vestido!
A saudade Maciça - um balões de esplêndedor -Coroa-a;e o coração,um pêssego ferido,
E o corpo amadurecem para o sábio amor.
És o fruto outonal de sabor soberano?
És o lacrimatório á espera de algum pranto,
Perfume de sonhar num oásis arcano,
Ramalhete de flor ou carícioso manto?
E de olhares eu sei de tristezas iníquias,
Que nada deixam ver por detrás de seus véus;
Escrinios a mofar, medalhões sem relíquias?
Mais ocos,a afundar muito mais do que os céus!
Mas não te basta ser só ilusão imensa
Para num falso coração ter tua presa?
Que emportar o que há em ti,de tola indiferença?
A máscara que importa? Amor a tua beleza!

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2016 ⏰

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