Nada a declarar

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  No final da festa a Fü me fez deixa-la em casa, por eu ter a preocupado. Da pra acreditar? Ela morava no outro lado da cidade, ir de carro era até rápido, mas o que me incomodou foram as broncas. Ela estava me tratando como se eu fosse uma criança pequena, que se perdeu no supermercado e ela estava agindo como a "mãe" que acabou de encontrar a criança travessa. Ela me fez contar para onde eu tinha ido, e eu acabei contando tudo até a parte do Uchiha dando em cima de mim - mesmo eu achando isso algo absurdo, o Uchiha nunca olharia para um otaku metido a desenhista.

- Não acredito no que acabei de ouvir, Naruto. - Fü alternava entre rir e ficar com uma cara de deboche ao mesmo tempo. 

- Acha que é brincadeira? Bem, até eu estava achando que era, quando ele me perguntou praticamente qual era meu lugar preferido para sair. - Estacionei em frente ao apartamento em que Fü morava. 

- Te vejo outro dia, Naruh. - Ela ri e desce do carro. - Até mais! - Ela acena e vai em direção do portão do prédio.

- Até. - Arranquei dali direto pra casa.

  (...) 

  Chegando em casa, guardo o carro na garagem e entro. Pelo silêncio dos cômodos meu pai não se encontrava, vou direto pro meu quarto. Enviei uma mensagem para meu pai, avisando-o que já estava em casa.

  Tomo um banho, troco de roupa, desço para a cozinha e como a primeira coisa que encontro na geladeira. Volto para o quarto e ligo  meu pc chamando Shikamaru pelo skype, precisava conversar com alguém.

- E aí, cara! - Shikamaru diz assim que aparece no visor. 

- E aí! - Sento na cadeira giratória e ponho meus fones. - Preciso falar algo contigo.

- Fala aê.

- Como eu já tinha dito, comecei a trabalhar na empresa dos Uchiha.

- Uhum. - Ele escorou sua cabeça nas costas de sua mão que estava sobre a mesinha de seu pc. 

- Então, hoje foi meu primeiro dia e tals, e teve uma festa de boas-vindas para os novatos. - Ele me olhou como se dissesse "prossiga" pela tela do monitor. - Bem, o... O Sasuke, o chefão, foi falar comigo.

- Espera, porque o chefão foi falar logo contigo, tendo tantas outras pessoas lá para comprimentar? 

- Me pergunto o mesmo. 

- Então...? 

- Então o quê, Shikamaru? 

  Ele da um leve tapa na própria testa.

- Queria saber o que conversaram, bobão.

- Aaah - Ri sem graça e cocei a nuca. - Bem, ele me perguntou quais eram meus lugares preferidos.

- Lugares?

- Oh, sim. Tipo, os que gosto de ir quando saio.

- Ah, isso pareceu um flerte. - Ele riu. 

- Não tem graça, Shikamaru. - O repreendi. 

- Mas bem que seria impossível o grande Uchiha ser gay. - Continua a rir, mas dessa vez da cara que fiz. 

  Mas ele tinha razão. O Uchiha não parecia ser gay. Ele tem milhares e milhares, bem, a cidade inteira, todas a garotas ao seus pés. Qualquer uma daria tudo, qualquer coisa, para o moreno apenas a olhá-la. 

  Resolvi mudar de assunto e falar sobre a edição de mangás que tinham saído naquele bimestre.

  (...)

 No outro dia, me levantei cedo, às sete, e desci para a cozinha encontrando meu pai pondo a mesa do café. Sem dizer nada sentei em uma das cadeiras da mesa, vendo ele sentar em seguida com um sorriso.

- Er, bom dia, pai. - Disse me servindo de suco.

- Bom dia, filho. - Ele disse pondo seu café. - Como foi ontem no primeiro dia no emprego? Olha, se mudar de idéia...

- Não começa pai. - Ri. - Eu gosto de trabalhar lá, e outra, nunca sujaria minhas mãos de gracha. 

- Deixa de frescurinha, Naruto. - Ele ri também. - Mas bem, como te trataram? Se deu bem com o chefe?

- C-como assim? - Me engasgo. 

- Tá tudo bem, filho? - Assenti. - Assim, ele tem uma boa impressão de você?

 Pelo que vi ontem, sim.

- Sim, acho que sim.

- Hum. 

 Em seguida, meu pai se calou e continuou seu café indo para a oficina. Subi para meu quarto e me troquei. Peguei as chaves do meu carro, me despedi do meu pai, e me dirigi para a Corporation Uchiha.

 Chegando no prédio, estacionei meu carro em uma das vagas dos funcionários e entrei no enorme edifício como no outro dia. 

Gold in Black (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora