Avoado

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   O helicóptero tinha pousado e todos tinham saído, o que eu agradecia. O Uchiha apenas acenou para mim e saiu em disparada para se preparar pra sua reunião. Eu não ligava para nada que acontecesse ainda hoje nesse prédio, eu tinha mais algumas horas de expediente e eu precisava trabalhar. Mas quem disse que deu? Todos ficaram me fazendo perguntas. Eu dava um passo e já tinha um monte de gente me perguntando o que eu era do Uchiha mais novo, onde tínhamos ido, o que tínhamos feito, e como tinha sido sair com ele em um "passeio" de helicóptero.

   Sinceramente, tudo foi um completo desastre para quem quer saber, tomei um banho de lámen, fui praticamente assediado, fiquei preso em um engarrafamento e ainda fui obrigado pelas circunstâncias de subir em um helicóptero. Um ótimo dia, não? E ainda ficam nessa curiosidade toda de quererem saber do meu dia maravilhoso ao lado do Sasuke. Faça me o favor!

   Todo aquele estresse me trouxe uma dor de cabeça terrível, e o pior de tudo era que eu não podia voltar para casa, tinha mais 3hrs de trabalho ainda. O lado bom de trabalhar aqui, é que posso fazer o que gosto, e as horas se passam mais rápido quando fazemos o que gostamos.

   Como eu tinha dito, as horas passaram rápido, e ignorando todos os olhares e as mesmas perguntas de antes eu consegui sair do prédio. Saí tão rápido que nem prestei atenção para o que a Ino tinha dito quando passei por ela. A única coisa que eu precisava e tinha de fazer era entrar no meu carro e ficar um pouco sozinho. Hoje foi um dia louco, e eu só quero esquecer dele o mais rápido possível.

   Chegando em casa meu pai me perguntou o que tinha havido, e mesmo com minha cara de poucos amigos ele insistiu no assunto.

- O que houve, filho? - ele me seguiu até a escada, qual eu nem tinha subido ainda pela sua insistência - Ainda não me explicou o porquê de estar com as roupas manchadas assim.

- Ok, ok uh, o que aconteceu foi: Fui almoçar, acabei derramando lámen em mim mesmo e bom, fiquei preso no meio de um engarrafamento. Feliz?

- Não tanto, sei que está omitindo algo, é sempre um péssimo mentiroso - agora ele me pegou, droga.

- Tudo bem, eu não fui almoçar sozinho tá legal.

- Foi a mesma garota daquele almoço do outro dia? - vish, olha o sorriso do homem.

- Ah, não - ri da cara dele e prossegui - Foi com o... Sasuke.

- Sasuke Uchiha? Naruto, não se pode chamar o próprio chefe pelo primeiro nome, você não tem intimidade - me repreendeu sem saber da história, tsc.

- Na verdade, eh... Ele me deu essa liberdade - agora sim ele está surpreso.

- Como assim? - me lançou um olhar interrogativo. Não me entenda mal, pai, calma aê.

- Assim, ele já me considera um ótimo funcionário sabe, me deu essa liberdade. Mas não é só comigo não, isso rola com todo mundo - acho. Disse coçando a nuca subindo as escadas correndo antes que meu pai me fizesse mais perguntas.

   [...]

   Três semanas. Tinham se passado exatas três semanas. O que isso significa? Que estou próximo de estar a um mês aqui. Exatamente, trabalhando na Corporation Uchiha, o que tem sido incrível, mas tudo tem seus lados positivos e negativos não é verdade? Pois é. E o que de negativo tem aqui? O meu chefe, o chefão, o Uchiha. Mas qual o mal nisso, irei explicar também. Ele está cada vez mais estranho.

   O Sasuke, como ele prefere que eu o chame, sempre dá um jeito de ir na minha sala para ver se estou fazendo meu trabalho direito (N/A: tsc, 😏👌). Eu me sinto um pouco pressionado pelo fato dele ficar detrás da minha cadeira e segurar minha mão me ensinando e explicando técnicas para aprimorar os desenhos. Além disso, eu tenho que sair do prédio sempre correndo para que ele não me chame para almoçar de novo. "Mas Naruto, é só recusar", eu não sei dizer não a ninguém, nem ao Uchiha caçula lá.

   Mas tudo bem, continuando. Meu pai fica sempre perguntando como estou indo na empresa e se eu quero desistir disso, apenas lhe respondo sobre como ando indo e, dizendo "não" toda vez que ele vem com essa história de mecânico, para eu sujar minhas mãos de graça, meu deus. Como se eu fosse fazer isso. Mas se caso eu fosse sair da empresa dos Uchiha já tinha um lugar na oficina, como por exemplo, na parte de chamar atenção, trabalhando com propagandas - o que eu sinceramente acho perda de tempo, isso aqui já tem fama e demais.

   Nesses dias também andei esbarrando com a garota dos olhos perolados. Ela era uma fofa, quando esbarrava em mim sem querer corava e murmurava um tímido "Me desculpe". Sabe a vontade que dá de apertar as bochechas dela e abraçar ela e não soltar mais? Enorme! Mas assim, nem tempo de fazer algo assim não dá, o Uchiha parece sempre estar por perto, e isso me deixa desconfortável de certa forma.

- Naruto? - olha ele entrando na minha sala de novo - Ocupado? - Magina.

- Ah, sim. O senhor precisa de algo? - disse ainda olhando para o que fazia.

- Na verdade sim, mas convenhamos que não precise saber - uia, grosso.

- Então...?

- O que há entre você e a Srta. Hyuuga? -mas, hein?

- Como assim? - virei minha cadeira giratória para olhar o Uchiha de braços cruzados parado ainda na entrada.

- A forma que ela te olha, não sou nenhum bobo, já percebi a tempos.

- Oh... - ok, não sei o que dizer.

- Se você tem, não aceito que leve adiante.

- Mas o que você...

- Local de trabalho não é para isso. E são normas, tem que respeitá-las. (N/A: sei)

- Mas não temos nada, Sasuke - estava com uma expressão curiosa no rosto bem perceptível agora.

- Ótimo - aliviou a carranca e descruzou os braços abrindo a porta e saíndo em seguida.

- What the fuck?! - soltei o lápis e passei as mãos pelo rosto ainda frustado.

   O Sasuke agia dessa forma de vez em quando, ele estava com certeza estranho, e me deixando nervoso, pensativo, droga, ficar assim é ruim, eu fico mais avoado. Esses dias andei pensando em tudo, desde que botei na cabeça que a Corporation Uchiha era a empresa perfeita até o dia do "passeio" de helicóptero, e por último mesmo, o beijo. Eu acabei - involuntariadade total na hora, ok - correspondendo o beijo dele, e isso não sai de forma alguma da minha cabeça.

Gold in Black (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora