Restart <007>

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Você, não olhe dentro dos meus olhos, e não minta novamente.
Estou cansada de ficar sozinha"

         
                 -Something
- Seu rosto e palavras trêmulas
parece que algo está acontecendo.
            
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Seus lábios tocaram o meu, era como algodão de tão macio, me sentia uma criança quando recebe seu doce favorito. Então o amor tem gosto de limão? Doce com fragrância convidativa, mas ainda sim, seu sabor era azedo e presente.

Bora, se hoje você me deixar, acho, que apesar de tudo, nunca esquecerei o sabor de teus lábios.

Eu a olhei, meu rosto parecia queimar de tão vermelho, ela ria da minha expressão de vergonha e de confusão.

- Então, unnie, o que achou?

- Bom.... Foi perfeito.

Eu posso ter falado algo que não devia, mas jamais vou me arrepender de ter dito o que sentia, errado seria guardar isso pra depois ficar sofrendo. Ela me olhou vermelha, assim como eu estava segundos atrás.

- Eu...

No momento que ela ia dizer algo seu celular tocou, a mesma levantou o atendendo. Assim que ouviu a voz do outro lado da linha um sorriso enorme brotou em sua boca, seus olhos brilhavam como pérolas, nunca a vi desse jeito.

- Também sinto sua falta, oppa.

Oppa? Então era esse o cara pelo qual ela pedia conselhos, era então por ele que ela passava horas rindo para o celular? Bora-ssi, por que não disse que já tinha um oppa?

Ela se despediu da pessoa e desligou o celular dando pulinhos de alegria, ela me abraçou rindo.

- Unnie, meu oppa chega amanhã, estou muito animada.

Você já se esqueceu do que houve à cinco minutos atrás, Bora?  

- Que bom, dongsaeng.

Tentei ser a mais compreensiva possível, era como se por dentro de mim agulhas perfurassem meu coração novamente.

"Esse arco-íris dentro dos céus cinzentos.
O piano chorando tristemente"

Me deitei na cama de lençóis azulados, ficando de costas para Bora que mexia animadamente no celular. Era como se minha presença fosse insignificante.

O som impertinente das teclas me incomodavam. Sua presença estava me sufocando, eu sempre soube que ela nunca iria ser minha, mas meus sentimentos cresciam, eu não tinha culpa. Ninguém tinha.

Me levantei da cama me ajeitando. Queria espairecer

- Bora, eu preciso ir. Bom.... Não estou me sentindo muito bem.

-Ah, okay. Até amanhã.

Apenas um até amanhã?

Peguei minha bolsa, e saindo da casa da mais nova. Devia ser umas 22:00 ou 23:00 horas. As ruas começavam a ficar desertas. A chuva começou a cair, igual a três meses atrás quando Soo me deixou. Seria minha sina sofrer por amor ?

Minhas roupas começaram a ficar encharcadas. Do outro lado da rua havia uma loja de doces, era linda sua decoração. No meio da rua a qual eu atravessava, uma luz forte bateu contra meus olhos, fechei os mesmo, vendo que de hoje eu não passaria. Senti algo tocar meu braço fortemente, como se me puxasse. Abri meus olhos, e um rapaz de cabelos castanhos e olhos caídos olhava fixamente pra mim.

- Eu morri e estou no céu?

Perguntei, olhando pra ele desnorteada, ele riu da minha pergunta. E que sorriso, um dos mais lindos que já vi.

                 
     Para alguns finais, são apenas o começo.


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