Richard

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Cap.8

Vou para casa um pouco tarde por que resolvi passar no orfanato de Diana, dar uma olhada como é, e saber mais sobre ela, coitada ela foi abandonada lá tão nova, realmente dá dó. Eu pensei muito e ainda estou pensando, em adotá-la. Só que é muita burocracia, não sei se ela iria gostar, e não sei se Lizze iria gostar da idéia. Entro em casa e não vejo Lizze, vou até seu quarto e a vejo lá, está dormindo, fico parado na porta do seu quarto a olhando e imaginando a reação dela quando eu contar que estou pensando em adotar Diana, na verdade não tenho certeza de nada, é só um desejo que estou tendo. A mesma acorda e fica me olhando.

-Pai? Tá há muito tempo aí? –ela pergunta.

-Não (risos), cheguei agora. Lizze, precisava conversar com você.

-O que aconteceu? – pergunta, Chego mais perto dela e se sento em sua mesa à frente da escrivaninha.

-Estou pensando em adotar uma menina, é uma aluna minha.

-Não. Pai, não, você não tem mais responsabilidade de cuidar de uma criança. – ela diz.

-Não é uma criança Lizze, ela tem 13 anos, e eu estava pensando em adotá-la. – Ela levanta ficando de frente para mim.

-Richard, você perdeu sua mulher minha mãe, e ela estava grávida, perdeu um filho também, se até hoje sofremos por causa disso, você quer assumir outro compromisso? E se algo acontecer com ela, Pai, o senhor já tem 43 anos, e você sai para beber, acha mesmo que pode assumir essa responsabilidade? – ela diz e me assusto com o tom que ela fala, não gosto quando brigo com Lizze.

-Essa casa é minha, eu quem mando! – digo em tom autoritário, a mesma fica boquiaberta com meu tom de voz.Droga eu não queria falar com ela assim. – hm, Lizze.. des..

-Por favor, se retire do meu quarto. – ela diz friamente me interrompendo. – A olho com peso na consciência, mas saio, saio até de casa, pego o carro e dirijo até um bar mais próximo. Saio do carro e sento na cadeira próxima do balcão.

-Uma vodka por favor. – digo para o velho à minha frente, com barba grisalha e com pele flácida. O mesmo coloca a garrafa junto de um copo à minha frente. E minha noite se resume assim, bebidas, bebo algumas. Saio cambaleando penso em pegar o carro, mas é melhor não, não causar outro acidente, já bati o carro uma vez em um poste, mas não foi nada muito sério, a polícia nem pegou, chego em casa e sem querer bato a porta muito forte, droga. Entro e Lizze vem assustada e faz uma cara de decepcionada ao notar que eu estou bêbado.

-Lizze...tem como vocêê pegaar..o carro lá no bar –falo com um pouco de dificuldade. Ela me ignora e vai para seu quarto. Vou para o banheiro e ligo na água gelada para dar uma melhorada.

Vou para o quarto por estar com um pouco de dor nas articulações e fico vendo a foto de Emma no meu celular, ela era tão linda.

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Percebo que já é dia, tomo um banho na água gelada mesmo, sinto uma dor de cabeça muito forte. Coloco minha roupa e vou para a cozinha.Lizze está tomando café.

-Bom dia! –digo e sorrio, na intenção de descontrair o clima chato que está entre nós. Eu sou péssimo nisso ao ver que ela se levanta pegando a bolsa e saindo me ignorando. Mas que menina..

-Lizze espera! -vou atrás dela dizendo.

-Tenho que ir para a faculdade. – a mesma diz saindo na rua.

A faculdade dela é o mesmo caminho que o bar, então vou a acompanhando por que tenho que pegar o carro e ir para a escola.

-Lizze, olha eu sou que eu sou um péssimo pai, desculpa. –digo, e a mesma continua me ignorando ainda, andamos por muito tempo até chegar ao lugar que eu deixei o carro, ela não para e continua andando. Entro no carro e o ligo e vou a acompanhando com o carro.

-Entra Lizze. -digo

Ela nem olha para mim, quer saber cansei, acelero o carro e vou para a escola. Não vou perder meu tempo com Lizze depois a gente se acerta mesmo. Entro na escola e vou para a sala da Diana. Ela fica me encarando como se estivesse curiosa, deve estar assim por eu ter ido ao orfanato dela. Passo algumas tarefas e explico. Vou até a carteira de Diana.

-Entendeu? – pergunto.

-Entendi a lição, só não entendi o porque você foi no meu orfanato ontem- a mesma diz, e dá uma risada.

-Queria saber mais sobre você. –digo.

-Por que? -ela pergunta.

-Curiosidade. -dou risada, e ela também dá. Queria tanto lhe falar que tenho vontade de adotá-la, mas como Lizze diz, não tenho responsabilidade. Mas talvez ela esteja errada, talvez eu consiga cuidar de Diana, por ela já ter uma idade boa não será tão difícil mas ela já namora então posso acabar ficando com um pouco de ciúmes, eu dou um jeito, como sempre. Mas é melhor eu não comentar por que talvez ela crie muitas expectativas e não dê certo.

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O dia se passa rápido hoje, vou para casa e ligo para um amigo meu que é médico. Faz uns três dias que eu não estou me sentindo muito bem, suando durante a noite, e não está calor, e sinto dores nas articulações e nos ossos, talvez não seja nada, mas não custa nada fazer alguns exames.

-Oi, Kevin, sou eu Richard. –

- Ô amigo, quanto tempo, está tudo bem?

-Eu estava querendo fazer alguns exames, não deve ser nada, mas é melhor  examinar, saúde em primeiro lugar.

-Isso mesmo, então vou marcar aqui, a clínica ainda está aberta, hoje ficamos até mais tarde, se quiser vir.

-Ah, pode ser então, já já estou aí. – digo e desligo o telefone.

-Está tudo bem Pai? – Lizze aparece do nada perguntando. Faço uma cara de surpreso levantando a sobrancelha.

-Sim, está sim, só vou fazer um exame. –digo.

-Do que?

-Não sei, não tô muito bem nos últimos dias.

-An. – ela diz.

Não deve ser nada demais deve ser só estresse por causa do cansaço do dia a dia. Saio e quando vou ligar o carro vejo uma mancha no meu braço, ué, nem tinha percebido, devo ter batido em algum lugar. Chego na clinica e vou na recepção, dou meu nome e já sou encaminhado para a sala de Kevin. Estudamos juntos na mesma universidade, viramos amigos, mas depois cada um seguiu seu rumo, nos falamos ainda, mas nada exagerado.

-Kevin – digo com um sorriso no rosto adentrando a sala.

-Opa, senta aqui por favor. – o mesmo diz. –Me diz o que está sentindo.

-Sinto dores nas articulações, tipo nos ossos, e hoje eu vi essa mancha aqui no meu braço mas acho que devo ter batido – digo a mostrando. O mesmo fica me encarando com uma cara de assustado.

-É..faz muito tempo que você vem sentindo isso ? –ele pergunta anotando em uma ficha.

-Então, não faz muito tempo.

-Ok, você ficou de jejum né, então me acompanhe. –O acompanho para uma sala minúscula, na mesma tem uma cadeira e uma mesa, se alguma pessoa que tem claustrofobia entrasse aqui, só por Deus. Sento-me na cadeira e ele amarra a cordinha amarela no meu braço, tentando achar a veia, confesso que até hoje sinto um pouco de medo de tirar sangue, mas nada exagerado, quando penso em sentir a dor, já acabou.

-Prontinho, vou realizar, e assim que ficar pronto, eu ligo.

-Brigadão Kevin,tchau. – ele faz sinal com a mão e saio.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora