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Imagino que o campo de batalha é o lugar que o Diabo chamaria de lar. Não havia vida alguma a neblina cobria tudo até onde a vista alcançava o raro silêncio deixava tudo mais assustador.

Embora todos os homens ali presentes estivessem armados até os dentes eu estava tremendo, minha única segurança era Edward, ele estava sendo forte por nós dois.

Assim que a corneta foi tocada começamos a marchar até onde nossos inimigos estavam, o general tinha informado que seria pelo menos umas três horas de caminhada e eu não me animei com isso.

Assim que chegamos fomos recebidos com tiros e mais tiros, como não esperávamos isso pois achamos que tínhamos vantagem não restou nada a não ser partir para a batalha.

Ódio correu pelas minhas veias quando vi Charlie - um garoto que conheci durante o treinamento - ele tinha quinze anos e o vi cair no chão por conta de vários tiros no seu abdômen. Mataram uma criança inocente por causa do luxo, da arrogância e aquilo tinha que acabar.

Mandei um sinal para Edward e logo ele se juntou a mim e trabalhamos em equipe. Enquanto eu atirava ele me dava cobertura ou vice-versa, as vezes tínhamos que apelar para a luta corporal, coisa que eu não gostava muito porque sou baixinho e sem força alguma.

Várias bombas foram detonadas, fazendo meus ouvidos zumbir e me desnortear. Um grupo da força inimiga veio em minha dir6e e de Edward e para afastá-los lancei uma granada, mas não calculei a distância e estilhaços da explosão me atingiram.

- William? Você está bem? - Edward se abaixou no chão e ficou do meu lado, minha visão estava turva e minha cabeça doía.

- Não. Quero ir para casa - murmurei. Sinceramente, eu não sei como Edward me ouviu mas ele disse algo que não entendi e me ajudou a levantar.

- SOLDADOS INGLESES, RECUAR! - gritou o general em cima do seu cavalo marrom. Por que ele tinha um cavalo e nós não?

- É a nossa chance, vamos! - Edward me arrastou para o lado oposto do inimigo e pude ver que outros soldados também iam na mesma direção.

Eu estava completamente tonto, isso serviria de lição para não jogar uma granada novamente. Será que eu ia morrer? Um castigo de Deus por estar matando pessoas que nunca tinha visto?

Fomos recuando até estarmos bem afastados do local daquela batalha fracassada. Eu ainda andava cambaleando e sentia como se todos meus órgãos internos quisessem ser postos pra fora.

- Acho que vou vomitar - murmurei e Edward parou perto de uma árvore para que pudesse me apoiar coloquei tudo o que tinha e não tinha no estômago para fora. Uma explosão me deixou tão mal assim? Imagina então um dia inteiro de luta.

●○●

- Como você está se sentindo? - Edward perguntou enquanto estava ao meu lado na cama da enfermaria improvisada.

- Melhor. Aquela granada me detonou - sorri fraco, achando graça do ocorrido.

- Não ria. Você poderia ter morrido e por uma besteira - disse sério - Agora descanse, ouvir dizer que partiremos amanhã cedo.

- Pra onde? - perguntei temendo a resposta.

- Lutar. O general está furioso por termos perdido hoje.

- Velho ridículo - bufei e Edward riu.

Algumas horas depois fomos acordados e dessa vez tínhamos que ganhar custe o que custar.

○●○

E mais uma vez eu estava ali, naquele lugar horrível que eu fui obrigado a ir.

Combinei com Edward de ficarmos sempre juntos, pois um daria cobertura ao outro e assim seria mais fácil.

Derrubei vários homens com meu fuzil, podia me dar ao luxo de me achar bom nisso. Em um momento Edward se afastou e eu continuei apenas com minha arma, olhei ao redor e vi um garoto do meu pelotão que estava precisando de ajuda, mirei mas no instante que ia atirar uma voz me interrompeu.

- Hey princesa, o que um garotinho bonito faz aqui? - um homem que fazia parte do exército inimigo perguntou se aproximando - Aposto que daria uma ótima putinha para mim e meus companheiros - sorriu, mostrando os dentes amarelos. Sem paciência dei um tiro em sua perna e o homem caiu no chão urrando de dor.

- Limpe sua boca para falar de mim seu lixo, eu poderia te matar e acabar com sua dor mas que tal ficar aí agonizando mais um pouco, hum?

Quando ia falar mais algumas verdades para aquele homem, senti uma dor e logo cai no chão. Alguém tinha me acertado. Minha visão estava escurecendo e tudo ao redor rodava, vi um homem ajudando o outro que eu tinha atirado e eles me encararam.

Um dos dois - naquela hora não sabia mais diferenciar mais nada - pegou uma arma e atirou de novo e então veio a escuridão.

My Last Life l.s || AUOnde histórias criam vida. Descubra agora