Rain •Larry Stylinson•

01. LOUIS

Boston, 04 de janeiro de 2017, quarta-feira, 11:49 A.M.

A luz que entrava pela janela de vidro do meu quarto era incômoda, então imediatamente cobri o rosto com as mãos, apertando os dedos em minhas pálpebras. Dei um jeito de impedir apenas com uma das mãos que a luz do sol chegasse novamente em meus olhos, enquanto com a outra tateava a cama de solteiro em busca do meu cobertor. Sem sucesso. Enquanto me encolhia na cama tentei lembrar algo importante que eu sabia que estava esquecendo, mas parecia que a vida estava contra mim.

Resmunguei baixinho enquanto me sentava na beirada da cama de olhos fechados e procurava com os pés meus chinelos. Okay, com certeza um ladrão havia arrombado a porta da minha casa, entrado e roubado todas as minhas coisas durante essa não tão bela madrugada. Ouvi o barulho alto de alguma coisa quebrando vindo da cozinha e me encolhi novamente, me perguntando sobre que merda estava acontecendo na minha casa.

Abri os olhos lentamente e fiquei imóvel até que eles se adaptassem á luz. Pelo jeito fazia um dia lindo lá fora, e eu já estava pensando nas probabilidades de um passeio no parque. Espera, como essa luz está entrando aqui? Semicerrei os olhos e analisei minha janela. Mas que ladrão seria capaz de roubar uma cortina? Olhei para a porta branca do meu quarto e enquanto ouvia o som de algo fritando rapidamente pensei em algum.

Obriguei meu corpo á se levantar e a me levar até a minha cozinha. Por saber o caminho de cor, arrisquei ir de olhos fechados, logo sentindo algo sólido e gelado se chocar contra o meu corpo e eu sabia que era a parede da cozinha.

-Caso você se machuque, acho bom saber que não vou correr com ninguém pro hospital. -a voz de Ed me trousse de volta a realidade e eu abri os olhos, encarando-o. Ele usava uma calça beje e um avental branco completamente sujo de algo que me parecia molho de tomate, enquanto segurava dois macarrões instantâneos nas mãos. Com o cabelo ruivo completamente bagunçado ele escondeu os miojos atrás do corpo e sorriu para mim- Vou fazer o almoço hoje.

Eu ri e me encostei na parede fria.

-Vai ter miojo? -perguntei e fiz uma careta ao ouvir minha voz rouca. Eu estava bêbado de sono.

- Louis Tomlinson! Você está querendo dizer que eu não sou capaz de cozinhar algo para o meu melhor amigo que não seja miojo? È isso? -sua voz transbordava indignação e eu segurei o riso.

-Não, claro que não. Eu acredito em você e nas suas habilidades culinárias, Christopher. -ele pareceu aliviado, e então segurou os dois miojos, antes escondidos, na frente do corpo, os analisando com indecisão.

-Tá, mas você vai querer de galinha ou de carne?

Eu ri o mais alto que pude e fechei os olhos; o sono me dominando aos poucos.

-Cheiro de ovos. -comentei e ouvi a sua risada.

-A loira foi comprar orégano pra por neles, finalmente ela resolveu fazer algo de útil. -assenti sem abrir os olhos e ele tossiu- Não vai trabalhar hoje?

Ed riu da minha careta. Era tudo muito injusto. Eu havia tido uma noite horrível por causa dos pesadelos que me atormentavam constantemente e ainda assim era obrigado a ir trabalhar entre quatro paredes enquanto o sol brilhava e sorria pra mim lá fora.

-Quer que eu vá lá e peça pro seu patrão mala te dar o dia de folga? -sua pergunta soou como música pros meus ouvidos, mas quando lembrei que amanhã era dia de pagamento logo a música se transformou em um rock pesado do qual eu fazia questão de deixar bem longe das minhas músicas. Eu realmente queria passar o dia sem ter que ficar olhando pra cara feia dos clientes ou de ter de aguentar a bronca que Michael com certeza vai me dar assim que eu jogar café na cara do cliente que vive me rondando no período de trabalho.