Rain •Larry Stylinson•

04. HARRY

(n/a: bloqueio mortal, estou tentando fazer o que posso, juro.)
(n/a²: atenção, fortes cenas de citação do filme/livro Como Eu Era Antes De Você e de Shawn Mendes a baixo.)

X•X

Geralmente, eu era paciente, mas ultimamente minha paciência andava do tamanho de uma mosca. Eu já estava todo molhado por não ter trago um guarda-chuva, e nenhum táxi sequer passava nesse lugar.

Não conhecia muita coisa aqui, em Boston, pois havia acabado de me mudar para cá com meus melhores amigos, Niall Horan e Liam Payne. È a vida. Eu nasci em Londres mas tive que me mudar para cá por problemas financeiros, já que mamãe trabalhava por conta própria vendendo bolos e cupcakes de porta em porta e com o que ganhava não podia alimentar quatro bocas, já que Niall e Liam eram como da família.

Desde que cheguei aqui ainda não vi nada nem ninguém que me fizesse gostar dessa cidade geralmente fria e chuvosa, mas ainda estou aqui para poupar minha mãe de ter que se matar de trabalhar dia e noite apenas para comprar comida, roupas, pagar escola e contas. Pelo menos agora sobrava algum dinheiro, mesmo que pouco, mas sobrava, para que ela pudesse ir ao shopping com as amigas nos finais de semana, para que pudesse ver um par de brincos bonito e poder sorrir ao saber que pode comprar.

Eu sei que não è grande coisa, mas è algo importante para mim, vê-la feliz, nem que seja pelo simples ato de ter comprado uma blusa de frio de um tecido mais fino.

Eu a amava tanto por todo o esforço e sacrifício que ela fazia por mim, e meus amigos, até.

E eu ainda sonhava acordado com a esperança de vê-la entrar na igreja usando um lindo vestido branco e segurando um buquê de rosas enquanto sorria para um homem, que ela realmente amasse e que a amasse também, que estaria lhe esperando no altar, com o mais belo dos ternos e o amor mais puro nos olhos.

Eu desejava o melhor para ela.

E eu sabia que ela um dia, em um futuro não tão distante, encontraria esse homem, que a trataria melhor do que ele. Melhor do que meu pai, a tratou.

Eu sabia que a pessoa que faria Dona Anne feliz seria aquela que não mentisse pra ela, que não abandonaria a própria família, uma mulher de na época 19 anos com um filho recém nascido para cuidar.

Porém, eu tinha em mente que mamãe ainda gostava do canalha que era meu pai, Des. Que eu nem cheguei a conhecer, mas já consigo odiar com todas as forças por simplesmente saber que ele fez a pessoa que mais amo no mundo sofrer. E ela pode me dizer que não, mas eu posso ver isso no seu rosto quando ela me diz que ainda è ele que ela quer. Mas tudo na vida pode mudar a qualquer momento, e eu sei que alguém ainda vai fazê-la perceber que não adianta ela ficar sentada, esperando que Des volte, pois ele claramente não vai voltar, afinal, ele teve 22 anos para fazer isso e não fez, certo? Certo.

Minha mãe è a melhor pessoa do mundo e merece sim ser feliz, e algum dia, ela vai ser.

Assim como eu. Eu não estava, -ou pelo menos pensei que estava- apaixonado por Nick, um amigo antigo de escola, e não namorei com ele e quebrei a cara ao vê-lo beijando uma garota? È assim, coisas ruins acontecem para coisas boas acontecerem em seguida, como um efeito, assim como pessoas ruins saem de nossas vidas para dar espaço para pessoas boas que permanecerão conosco para sempre. Pois o que è bom não volta, ele simplesmente não se vai, ele permanece.

E eu acho que eu também mereço ser feliz, ou ao menos tentar. È aquele ditado: è na dor e no sofrimento que estão escondidos os maiores ensinamentos.

Balancei a cabeça jogando água para todos os lados, não que isso fosse fazer diferença com o temporal que caia diretamente em mim. Passei a mão pelos cabelos e me arrependi imediatamente de ter resolvido sair do meu apartamento quentinho e aconchegante para vir procurar algum restaurante japonês nesse lugar que, aos meus olhos, era completamente desconhecido.