6°Capítulo

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Meus olhos se abrem assustados e eu também.

Eu estou deitada num colchão não muito confortável e no mesmo ambiente de sempre.

olho minhas pernas e estão costuradas e limpas.

Estou com uma camisa diferente, a levanto e vejo a situação da minha barriga.

Deito minha cabeça no travesseiro e suspiro.

Ainda estou nesse inferno.

A porta é aberta e vejo Artur passando por ela

-Achei que não ia acordar nunca.

Fecho os olhos, não irei conseguir aguentar outra sessão de tortura.

-Dois dias desacordada, que privilégio para alguem como você

-Dois dias?! Que ótimo ficar dois dias sem ser torturada por alguém como você.

Minha barriga roncou alto e ele percebeu

-A vadia está com fome...que pena.

Continuo de olhos fechados.

-Você não sabe o quão prazeroso foi escutar seus gritos na hora dos pontos.

Não falo nada, afinal estou sem forças até para responder esse verme

Ele sai e depois de um tempo a porta é aberta por Leandro.

-Bem? -Pergunta

-Nossa eu to ótima não percebe? Eu fui sequestrada, estou sendo espancada, desmaie por dois dias, estou presa aqui nesse lugar imundo a dias, estou morrendo de fome, preciso de um banho, fora essas coisas eu estou bem.

Ele revira os olhos.

-Pelo menos eu estou deitada e não presa numa cadeira.

-Não se alegre muito ele pode entrar aqui e te prender de novo nela.

-Preciso usar um banheiro.

-É ali -Ele aponta a uma portinha que eu nem tinha reparado antes.

Levanto e caminho até ela.

Fecho a porta e vejo um banheiro sujo, imundo, igual o quarto, sem chuveiro e apenas com uma privada, papel e uma pia.

Nenhuma janela. Droga.

Termino de usar o banheiro, lavo a mão e bebo um pouco de água da torneira.

Saio e ainda vejo Leandro ali.

-Não tem como fugir -Fala ele.

-Eu não estava tentando -Digo.

ele ri -Claro que não

sento no colchão.

-O que ele está pensando em fazer comigo?

-Não sei, ele não fala comigo sobre essas coisas -Ele fala -Só sei que você vai ficar pelo menos mais dois dias sem apanhar.

-Ótimo. Sabe se ele vai me dar comida?

-Talvez, quem sabe.

-Você podia falar algo tipo "Ela vai morrer se não comer logo" ou tipo "Se não der algo pra comer ela vai morrer antes de você fazer isso com suas próprias mãos", por mais que eu saiba que ele não vai me matar, fale algo pra mim comer, eu estou faminta.

-Duvido muito que você saia daqui com vida.

Deito a cabeça no travesseiro e de cabeça virada para a parede.

Logo escuto a porta sendo fechada e trancada.

-

SequestradaOnde histórias criam vida. Descubra agora