Capítulo 1 - A Reviravolta

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Jason era um garoto normal, até onde ele sabia de si mesmo, afinal os seus pais nunca haviam explicado da onde eles vieram, quando, ou até se tinham parentes, por isso que ele não sabia se a sua aparência poderia ser considerada normal, apesar de ter apenas 17 anos ele tinha olhos profundos, de um castanho muito escuro, quase negro, seus lábios eram finos, e ele tinha uma fina cicatriz no cantos dos lábios que por algum motivo sempre instigava a curiosidade feminina, e se isso não fosse anormal o bastante na sua aparência, ele tinha os cabelos da cor de um vermelho vivo.

Ele até gostaria de dizer que os seus cabelos não eram naturais, que ele os tinha pintado para serem assim, porém uma vez seu pai dissera pra ele quando ele tinha 8 anos e chegara chorando por estarem caçoando dele na escola pela cor dos seus cabelos que eram tão vivos que pareciam sangue, "você deve se orgulhar dos seus cabelos, meu filho, pois é por causa deles que eles sabem quem você é, você é Jason Beckson, o menino com os cabelos vermelhos, com uma cicatriz nos lábios e que sente cosquinha na barriga" e então seu pai havia cutucado sua barriga até ele rolar de rir e simplesmente esquecer o prolema.

E mesmo que eles lembrassem de quem ele era, não teriam tantas lembranças, afinal sua família nunca passara mais de um ano num mesmo lugar, sempre se mudavam logo após o ano letivo dele ter acabado, a não ser uma vez quando ele tinha 10 que eles tiveram que sair da cidade no meio da noite nas férias do meio de ano por "motivos pessoais" e Jason ainda lembrava de ter acordado e descido a escada da casa coçando os olhos e ver seus pais guardando todas as suas coisas as pressas enquanto olhavam apavorados para a janela, e por algum motivo ele apenas se lembra de os verem assim, e então a sua mãe o pega no colo e diz "você precisa dormir, mi hijo" e ele simplesmente cairá no sono novamente.

Ele sempre gostou do sotaque da sua mãe, afinal assim parecia que ele vinha de algum lugar, mesmo que esse lugar seja um lugar onde falavam espanhol, porém lembrando disso neste momento, enquanto voltava pra casa após o ultimo dia do ano letivo do ensino médio o faz sorrir sozinho, apesar de serem algumas lembranças tristes ele achava elas divertidas agora que tinha mais idade.

E então que ele percebeu que a sua casa (a sua casa temporária pois sabia que logo estariam de mudança) estava a vista finalmente, porém algo o faz exitar no meio da rua, todas as luzes estavam apagadas, ao ver isso ele põe a mão imediatamente no bolso das calças, que estava o canivete que seu pai tinha lhe dado e dito "não é muito, mas vai te proteger quando você precisar" ele na época não tinha questionado, afinal ele tinha 4 anos, e assim que ele lhe deu o canivete ele começou a ter aula com armas em casa, algo que ninguém que ele conhecia tinha, mas que ele gostava de ter.

Mas então se lembrou de como seus pais são e pensou, eles devem estar pensando em me pegar de surpresa quando eu chegar em casa e meu pai me atacar com a velha espada de madeira e a minha mãe com aquele velho rifle de balas de estalinho, mas ele não deixaria barato, eles o treinaram para ficar atento a tudo e a qualquer ameaça, por isso que parou na frente de casa, pegou uma espada que ficava escondida no porta guarda-chuvas e abriu a porta de vagar.

O que ele viu lá dentro foi tão chocante que o fez soltar a espada de madeira que caiu sem ruido no gramado

Seus pais estavam parados a beira do balcão da cozinha, o meu pai com uma espada, que pelos ensinos dele deveria ser uma espada de folha larga (uma espada pesada e grande que é usada com as duas mãos) e a sua mão com um rifle, mas não com o que ela usava nos treinos, e sim um de verdade, e eles apontavam para dois estranhos encapuzados, porém isto não era tão estranho quanto o fato dos seus pais estarem com asas de corvo gigantes saindo pelas costas e os estranhos , flutuando a 15 centímetros do chão, com gigantes asas de morcego.

Ele solta a respiração que sem perceber tinha prendido, nisto os dois estranhos olham pra ele e a sua mãe também, porém o seu pai não e aproveitou a brecha para atacar o estranho da direita, que aparou a espada dele com uma espada comprida de cavalaria, o que parecia estranho para alguém que estava flutuando e não cavalgando.

-Hijo, quero que você fuja daqui, AGORA!- sua mãe fala porém o estranho da esquerda vai em sua direção enquanto ela está distraída, porém o Jason foi treinado para atacar, e não deixaria aquele estranho tocar na sua mãe, por isso passa o pé por baixo da espada e faz ela se elevar, pega ela pelo punho e lança a espada, seu pai reclamaria com ele por conta disso, e a espada acerta o lado da cabeça do estranho no meio do caminho para a sua mãe assim caindo aos pés dela inconsciente.

Sua mãe olha com os olhos arregalados para ele cheios de surpresa e orgulho, e então volta a atenção para o estranho que seu pai ainda enfrentava e mira nele, pelo que Jason viu ela mirava na cabeça, um tiro de morte instantânea, porém quando ela atira o estranho parece ter prevido que ela faria isso pois desviou do tiro e se afastou de seu pai, e avançou na direção dela e ela rolou pela sala para desviar, porém ele pega o seu colega desmaiado e quebra a janela e sai voando.

Ele estava tão distraído olhando para os dois partindo que não percebeu que seu pai tinha se aproximado até ele lhe dar um cascudo.

- Quantas vezes eu tenho que lhe dizer para NUNCA LANÇAR A SUA ESPADA!?!?- seu pai berrou assim fazendo Jason não saber se ele estava perguntando ou exclamando, porém quando ele olha para o rosto do pai ele está sorrindo para ele - porém hoje você pegou o inimigo desprevenido por isso eu o perdoou, bom trabalho filho.

- Obrigado pai- Jason fala sem conseguir evitar o sorriso pelo elogio do pai.

- Acho que a hora chegou Jon...-minha mãe fala enquanto se aproxima dos dois e abraça Jason tão apertado que ele ficou com dificuldades de respirar, mas logo ela o solta e segura seu rosto para que ele olhe nos olhos dela - Jason, mi hijo, você vai ter que sair dessa cidade e vai ter que ir sozinho...

- Vocês estão me expulsando de casa?- pergunta ele perplexo olhando para sua mãe e em seguida pro seu pai notando os olhos triste de ambos e então algo vem pela mente e ele pergunta- Eles vão voltar é isso?

- Sim- seu pai fala triste - mas provavelmente com mais do seu povo...

- Do seu....povo....- Jason olha mais uma vez para as asas de corvo dos pais.

- Sim, mi hijo, nos não somos humanos- sua mãe fala, e ele percebe um pouco de orgulho e tristeza na sua voz- nos somos anjos, bem, nos eramos anjos, agora somos Fallen Angels, ou anjos caídos como eles falam por aqui, por conta da gente ter pecado enquanto eramos anjos nós nos tornamos anjos caídos....e você também...

- Mas que pecado foi esse?- Jason pergunta olhando de um a outro.

- Ter você Jason - seu pai fala de maneira sombria - então tivemos duas escolhas, nos tornarmos anjos caídos ou perder você, por isso que você tem essa cicatriz.

Jason ficou tão perplexo que não conseguiu nem formar palavras para dizer a ambos, em vez disso lagrimas estavam se formando nos seus olhos enquanto percebia que eles iam ficar para tentar deter os estranhos.

- Filho - seu pai se aproxima e põe a mão no ombro de Jason - seu canivete é magico, ele se transforma em uma espada quando você retira as 3 laminas dele, uma lança quando são 2 e uma pistola quando tira apenas 1, independente da ordem.

- Você vai ficar em segurança quando for para o Rio, mi hijo - sua mãe também se aproxima e abraça ele e sussurra no seu ouvido enquanto chora - temos um amigo lá chamado Breadman, ele vai cuidar de você e explicar pra você das raças que existem neste mundo, ok? - ela olha os olhos dele com lagrimas escorrendo livremente pelo rosto - fique em segurança, não tente usar as suas asas até aprender corretamente sobre elas, pois elas são sua maior força, mas também sua maior fraqueza, cuide-se ta bem?? Eu te amo mi hijo.

- Eu também amo vocês pai, mãe - fala Jason não conseguindo mais segurar as suas lagrimas e abraça os dois, em seguida sobe, arruma suas coisas, da um beijo na sua mãe e um no seu pai, e sai da casa apenas escutando um fraco "eu te amo, filho" do seu pai, ele sorriu pois sabia que seu pai nunca tinha dito aquilo para ninguém fora pra sua mãe e parte na sua jornada.



Nota do autor:

Desculpem pelo longo capítulo mas estou acostumado a capítulos grandes já que leio muito, mas já aviso que todos os capítulos vão variar de tamanho por isso este pode não ser o mais longo dessa série, quando eu atingir o meu objetivo de cada capitulo eu irei posta-lo de imediato.


Obrigado a todos que leram.

Abraços.

Illuminaty Br


Fallen AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora