capitulo 23

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Acordei com alguém a abrir-me a pálpebra do olho e apontar com uma lanterna.

‘’ Está morto? ‘’ Ouvi uma vozinha tímida.

‘’ Acho que sim. O que fazemos? Mandamo-lo para o rio? Senão ainda pensam que fomos nós que o matamos. ‘’ Continuaram a apontar-me com uma lanterna e eu levantei-me de repente.

‘’ Eu não estou morto! ‘’ Sacudi o lixo que tinha por cima das calças e olhei para as 3 crianças á minha frente. Uma menina e dois meninos por volta dos 7 anos.

‘’ Então o que estás aqui a fazer? ‘’ Um deles perguntou-me. Eu olhei para o relógio e era 1h23 da manhã.

‘’ Isso pergunto eu. Já não deviam estar na cama a estas horas? Onde vivem? ‘’ Perguntei-lhes.

‘’ Oh meu deus, ele quer saber onde vivemos! Será que nos vai comer vivos? ‘’ A menina perguntou.

‘’ Não nos sugues o sangue por favor. Se tiveres fome dou-te o meu hamster. ‘’ Puseram as mãos á frente.

‘’ Vêm filmes a mais. ‘’ Revirei os olhos e dirigi-me até ao carro nas calmas.

‘’ Não és um vampiro? ‘’ Um dos meninos veio a correr atrás de mim.

‘’ Não, caso saiba os vampiros não dormem. ‘’ Respondi sem olhar para ele.

‘’ Então existem mesmo vampiros? ‘’ Encolheu-se.

‘’ Façam uma coisa, ide para casa. ‘’ Sugeri.

‘’ Temos medo de ir até lá sozinhos. ‘’ Respondeu-me.

‘’ Onde é a vossa casa? ‘’ Perguntei.

‘’ Não te podemos dizer! Podes ser um criminoso! ‘’ Disse.

‘’ Sendo assim não vos posso ajudar. Tenham uma boa noite com os lobos e ratazanas. ‘’ Fechei a janela do carro e ele bateu nela três vezes. Abri-a novamente.

‘’ Que é que foi? ‘’ Perguntei com alguma arrogância.

‘’ Juras que não é um criminoso nem um ser mítico? ‘’ Perguntou.

‘’ Sim. ‘’ Revirei os olhos novamente.

‘’ Então levas-nos até minha casa? É ali á frente. ‘’ Apontou para uma casa ao lado da casa da Nora.

‘’ Está bem. ‘‘ Saí do carro impaciente e acompanhei-os até casa.

‘’ Como te chamas? ‘’ A menina perguntou.

‘’ Harry. ‘’ Respondi.

‘’ Eu também me chamo Harry. ‘’ Um dos meninos falou.

‘’ Não parece. Tens ar de quem se chama… ‘’ Observei-o com intenções de lhe chamar ‘ Nerd ‘ mas as minhas memórias encheram-se de imagens minhas desde a infância até há uns anos atrás. Ele era tal e qual eu, só que em miniatura.

‘’ O quê? ‘’ Ele olhou-me e ajeitou os óculos.

‘’ Nada. ‘’ Sorri.

‘’ Tenho ar de quem se chama ‘Nada’? ‘’ Perguntou confuso.

‘’ Não, tens ar de quem se chama Harry. Agora entrem lá em casa. ‘’ Apontei para a porta.

‘’ Queres entrar? Temos bolo e chocolate quente. ‘’ O outro menino ofereceu.

‘’ Não, obrigado. Tenho que ir embora. ‘’ Esperei que eles entrassem e depois fui para o carro.

O meu telemóvel encontrava-se em cima do assento ao meu lado. Peguei nele e liguei-o com esperanças de ter alguma mensagem ou chamada da Luana. Ao contrário do que eu esperava não tinha nada. Pousei o telemóvel de volta no assento e conduzi pelas ruas escuras.

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