Um cordel sobre o cordel

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Um cordel sobre o cordel
Eu pretendo apresentar.
É uma arte versejada
Da cultura popular
Que nasceu lá no Nordeste
Para o mundo apreciar .

São rimas de cordel
Encaixadas nas sextilhas
Nos martelos e galopes
Nas oitavas e nas setilhas
Que encantam muito mais
Do que as sete maravilhas.

O cordel só é aceito
Com os versos bem rimados .
Cada verso bem medido
Todos bem metrificados
Assim manda a tradição
Dos poetas inspirados

É na forma de folhetos
Que ele tem sua tradição
Porém hoje outras formas
Temos de publicação
Como livros e internet
E outras tantas que virão

O cordel pode conter
Alguns temas atuais
Ou histórias inventadas
Ou mil causos naturais
Pois os versos do cordel
Contam isso é muito mais

O folheto nordestino
É uma arte genial
E a origem desse nome
Provém lá de Portugal
Esse nome porque era
Pendurado no varal

Pendurar os folhetinhos
Não é nossa tradição
Ora iam em barbantes
Ora em bancas ou no chão
O barbante não foi regra
Do poeta do sertão

O cordel era vendido
Lá nas feiras do Nordeste
Lá no Brejo ou Cariri
No Sertão ou no Agreste
Hoje está pelo Brasil
Desde Norte até o Sudeste

O cordel vendido em feiras
Precisava entonação
Pra história ficar boa
E chegar ao coração
Corpo e voz tinham que ter
Uma grande expressão

Pra dizer um bom cordel
Tem que ser bem inspirado
Pois ninguém aguenta ouvir
Um cordel desanimado
Mas o verso fica lindo
Quando é bem declamado

Vejam só qual é a técnica
Dos poetas do Sertão
Que paravam sua história
Num momento de emoção
Para o povo então comprar
Seu folheto campeão

E assim muitos poetas
As famílias sustentaram
Com a venda dos folhetos
Muitos lucros aumentaram
Porém hoje,os folhetos
Novos passos conquistaram

O cordel hoje é presente
Lá nas feiras culturais
Faculdades e escolas
E também outros locais.
Todo mundo abriu as portas
Para os versos naturais

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