Sensitive

Capítulo 37

Pov Lauren:
Porra.
Porra.
Porra. 

Que diabos alguém quer tocando minha campainha às sete e meia da manhã, eu juro que se for uma das garotas, ou todas elas, eu faço questão de assassinar pura e friamente cada uma.
Sai procurando alguma peça de roupa, já que minha noite foi incrível e eu ainda estava nua, assim como ela.
Desci as escadas amaldiçoando quem quer que tenha me acordado uma hora dessas.
-Porra, espero que o mundo esteja desabando e que a terceira guerra mundial tenha explodido exatamente agora para que você me faça sair da cama a essa hora.  - Eu disse sem olhar para a porta.
-Lauren, desculpa!
-Alejandro! Desculpe minha grosseria, mas eu realmente odeio ser acordada. Entra.
-Sabe, Lauren, eu pensei muito na nossa conversa ontem e eu não posso perder a minha filha!  Onde está a Karla? Eu preciso vê-la!

-Ela está dormindo, espera um minuto, vou tentar acordar aquela oncinha, sem sair assassinada. - Ele riu fracamente e eu indiquei o lugar para que ele se sentasse. Subi rapidamente as escadas.
-Camz? - Rocei o nariz em sua bochecha, e ela se encolheu. - Acorda, meu amor!
Deixei inúmeros beijos molhados por seu pescoço e rosto.
-Beija mais, ainda não acordei!
-Manhosa! Levanta.
-Não! 

-Camila, dez minutos, lá embaixo ok?! - Ela bufou irritada e assentiu rapidamente, de olhos fechados. - Dez minutos!
Desci e o Alejandro observava atentamente cada canto da minha sala de estar.
-Gostou?
-Oh... Desculpe! É realmente linda, minha esposa não exagerou.
-Vantagem de se ter uma empresa no ramo imobiliário. E ser arquiteta. 

-E a Karla?
-Já vai descer. Quer beber algo?
-Só uma água, por favor.
Rumei para a cozinha, sendo seguida por ele.
-Lauren, obrigado.
-Por quê? 

-Lolo? Amor, onde está... Papa?
Camila, estava com os lindos olhos castanhos marejados. Ela paralisou na grande porta da cozinha de nossa casa.
-Hija! Como você está?! Me perdoa...
-Vou deixá-los sozinhos. Camz, qualquer coisa, eu estarei em meu escritório. 
Beijei sua testa demoradamente e sai, eles necessitam deste momento.
-Amo você! - Ela moveu os lábios em uma confissão muda, que rapidamente foi retribuída.

Pov Camila:
Eu fiquei sem reação ao ver meu pai. Cinco meses.
Cinco meses sem um abraço.
Cinco meses desde aquele dia.
-Hija, me perdoa. Eu fui um idiota.
-Sim, eu sei.
-Essa era a hora em que você deveria dizer: "Claro que não papa, você é o mais inteligente que eu conheço!" 

Não consegui conter a gargalhada.
-Senti sua falta!
-Senti sua falta, Kaki! Como vai esse bebê?
-Muito bem! Papa?
-Kaki.
-O que te fez mudar de ideia? Afinal, você deixou claro que nunca mais queria me ver.
-Lauren. 

-Lauren?
-Sim, ela foi em casa ontem e usou toda a sua petulância. Abusada e autoritária sua namorada.
-Ela não me contou isso. E sim, abusada, autoritária e petulante.
-Garanto que você ama, tudo isso! Ela se aproximou lentamente.
-Convencida também! Lo, por quê não me contou?!
-Feliz aniversário, Camz! 

-Você me proibiu de te dar qualquer coisa material... Se importa se eu for até a empresa?
-Vai estar aqui para almoçar comigo?
-Claro! Com licença, fique à vontade, sogro.
Meu pai fez uma careta e a cozinha foi tomada pela maravilhosa gargalhada da Lolo.
Ela deixou um beijo casto em meus lábios e saiu. 

-Então, hija, eu fui um completo idiota, egoísta, não percebi que você precisava de amor e apoio naquele momento. Eu só pensava no que iam falar de nossa família. Me perdoa?
-Papa, eu realmente precisava de apoio, amor, compreensão. Mas agradeço por ter me mandado embora...
-Agradece?!
-Pai, eu tenho a Lauren! Graças aquele maldito dia, eu conheci a pessoa mais incrível do universo!
-Ela te ama.
-Eu a amo, até mais que a mim.
-Podemos ter a maravilhosa manhã de aniversário com o papa?! 

-Óbvio! Onde vamos?
-Onde quiser meu anjo.
-Vou me trocar! Ah papa, vem ver uma coisa.
Arrastei meu pai até o segundo andar de casa e parei em frente à enorme porta de madeira negra.
-Uma bela porta, hija.
Gargalhei alto, que saudade de fazer isso com ele.
Abri e pude observar algumas lágrimas se formar em seus olhos.
-Esse é o quarto da sua neta.
-Simplesmente lindo! Kaki?
-Sim. 

-Como ela vai se chamar?
-Não sabe? - Ele meneou negativamente a cabeça.
-Eu estive curioso por todo esse tempo, mas não quis dar o braço a torcer.
-Liz! Liz Cabello-Jauregui.
-Nome forte, imponente! Ei Liz, o vovô é um idiota e muito burro, mas te ama, nunca se esqueça ou duvide disso. 

Naquele momento eu chorei feito um bebê, chorei por todos aqueles meses, simplesmente chorei nos braços do meu pai, até que os soluços entrecortassem minha fala.
-Não chore hija, me perdoe, nunca mais vou te abandonar. Nunca.
Apenas apertei ainda mais o nosso abraço e um pequeno chute tornou aquele momento mais lindo. 

-Karla? E o Austin?
-Pai, não estrague tudo falando desse idiota!
-Ele não te procurou?! - Apenas neguei e dei fim naquele assunto.
Ele me seguiu até meu quarto, eu fui tomar banho e ele ficou vendo as fotos dos últimos meses.

  -Mila! Seu quarto cheira a sexo selvagem... Oh my God, tá traindo a Laur com um velho?!

Dinah e sua discrição!
-CHINA CALA A BOCA. Esse é o meu pai!
-E eu não preciso ouvir sobre a vida sexual da Kaki!
-Cadê minha vaca albina?
-Empresa.
-Deveria ter desconfiado. Vou organizar sua festa então! Foi um prazer, pai da Kaki.
-Alejandro, e o prazer é meu!
-Dinah Jane, e sim, o prazer é seu!
-São todos petulantes nesse lugar?!
-Sim. Todas.
-Só existe mulheres aqui?
-Sim! Vamos?

Pov Lauren:
-Não, Lucy!
-Velha.
-Só não posso chegar bêbada em casa, não hoje!
-Virou um cachorrinho encoleirado mesmo.
Revirei os olhos e virei rapidamente o shot de tequila.
-Então, Laur, que tal relembrar os velhos e bons tempos?

Pov Camila:
-Continua uma ótima pescadora.
-Eu sei!
-Convencimento é contagioso?!
-Bobo!
-Já é quase hora do almoço, preciso buscar a Sofi na casa de uma amiguinha, quer vir?
-Adoraria, mas a Lo e eu...
-Não preciso saber da sua vida sexual, hija. Vamos, eu te deixo em casa!
Meu pai me deixou em casa e pela quinta vez eu ligava para Lauren e aquela maldita voz da secretária eletrônica soava em meus ouvidos.