Marés Inesquecíveis.

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No início teus lábios se curvavam para mim. E era bonito de ver que de repente seu rosto emoldurava um belo sorriso que eu jurava ser por minha causa. Queria que fosse. Me agarrei nessa ideia como qualquer louco apaixonado que enxerga em cada detalhe do indivíduo amado como uma bóia de salvação jogada a um náufrago. Eu me afundava em amores por você. E era bom afundar sem se afogar. Mas ninguém se afoga num primeiro instante. É necessário um certo tempo para que o oxigênio acabe e o cérebro avise para o corpo que é hora de subir e respirar. O aviso veio quando teu sorriso se trancou. Eu notei que havia algo errado mas neguei. Não quis acreditar que tudo que criara em minha mente duraria apenas poucos instantes e depois se perderia no mar de esquecimento. Insisti em nadar, tentando de todas as formas te motivar a me querer tanto quanto eu queria você. Poderíamos mergulhar juntos, sugeri, mas tu tinha interesse em outras águas e logo saiu do meu alcance. Eu ainda tentei, da forma mais desesperada possível, te segurar e, te motivar a ficar comigo, a querer quase se afogar no mesmo mar de sentimentos que eu. Mas tu simplesmente me deixou, me lançou em águas profundas e sem qualquer chance de retornar. Agora me afoguei de vez, Minha morte causada por falta de reciprocidade no sentimento, pois, amar sozinho é como submergir e não voltar para respirar.

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