Se não for pra causar eu nem vou!

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Acordei com alguém tocando campainha, deixei pra dona Maria atender e continuei dormindo, e a pessoa não parava de tocar, deve ser alguma criança brincando. Levantei, peguei meu celular e eram 12:23. Porra, dormi demais!
Desci, e abri a porta toda descabelada e de pijama mesmo.

— Bom dia ... - Disse o garoto me encarando da cabeça aos pés. Muito bonito aliás - Patrão mandou vir te buscar.

— Bom dia, primeiramente: Que patrão?! Segundo: Quem é você? - disse nervosa.

— Pode me chamar de Neguinho, mas meu nome é Victor. Teus pais não te contaram que você vai morar no morro? - Ah.

— Ah, tinha me esquecido. Pode entrar, vou tomar um banho, se quiser pode ir guardando as coisas no carro. - dei espaço pra ele entrar e eu segui pra o meu quarto. - E se prepara que é muita coisa! - gritei do segundo andar e ouvi ele rindo.

Tomei um banho, lavei o cabelo, vou deixar secar naturalmente. Coloquei minha roupa ( Abaixo)

 Passei um rímel e um batom vinho matte bem escuro para causar

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Passei um rímel e um batom vinho matte bem escuro para causar. Por que se não for pra chegar causando eu nem vou!

— Que demora vei! - disse o tal do neguinho quando ele me viu. - Mas valeu a pena, tá linda, toda trabalhada no glamour. Novinha do morro vai morrer de inveja. - Adorei ele.

— Para né, não quero confusão com ninguém! - Ele já tinha pegado e guardado as malas no carro. Então fechei a casa e entramos no carro seguindo pro morro. - Mas me fala mais sobre você, sobre o morro, sabe como é né, estou indo pra um lugar totalmente diferente de onde vivo. - sorri sem graça.

— Ah, eu tenho uma namorada, você vai se dar bem com ela, ela chama Lorena. O morro, bom ... Tem tiro pra todo lado, invasão de outros morros, dos vermes, tráfico de drogas, mas além de tudo isso, nois é mó unidos, temos os bailes, nossas crianças, somos pessoas humildes, espero que goste de lá.

— Ah legal! E o ... - Não sabia se perguntava sobre ele.

— Patrão? Ele é muito gente boa com todos os moradores, sempre ajudando todos nós. - Olha, que bom né?!- Chegamos!

Voltei atenção pra frente e vi que estávamos subindo o morro, na entrada tinha alguns caras com umas armas gigantes, deu um aperto no meu coração, e muitas perguntas se passavam na minha cabeça, mas se é pela minha proteção, eu vou fazer o que for preciso. Paramos em frente um casa linda demais, parecia uma mansão.

— Olha entra aí, fica a vontade, chefe deve chegar só de noite, vou chamar minha namorada para vir ficar você. - Sorriu.

— Obrigada Neguinho.- disse rindo.

— De nada patricinha.- disse saindo.
Eu não sou patricinha - murmurei sozinha após ele sair.

Olhei ao meu redor ... É, até que para um dono do morro a casa dele é arrumadinha, bem diferente do que eu imaginava. Aposto que esse "patrão" é um velho gordo e barbudo - pensei isso pela milésima vez- Subi pro segundo andar à procura de um quarto. Achei uma suíte maravilhosa e vazia. Ali seria o meu quarto agora.
Perdi a conta de quantas vezes subi e desci com malas, até porque tava subindo uma de cada vez. Quando deixei tudo no quarto, desci de novo pra comer alguma coisa, fiquei abrindo os armários quando escutei alguém falar.

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