Os Deuses mortais - O legado do tempo. Part 1

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OS DEUSES MORTAIS
O LEGADO DO TEMPO

"O que demora a ser visto, carrega tudo o que foi sentido"


A poeira cintilava pela abertura da janela do quarto, na qual podia ser visto um feixe de luz do sol entrando pela mesma, indicando que o mesmo estava raiando forte. Conforme o tempo passava e o sol mudava sua posição, o feixe que passava por dentre a fresta, agora estava no olho direito de Joshua, causando certa irritação no sono do garoto, que havia madrugado a noite anterior, pensando em métodos de decifrar as mensagens que vinha recebendo anonimamente pela janela, aquela mesma que agora o acordava junto ao feixe de luz.
Assim que acordou, incomodado com a luz, ainda sonolento, pensando nas cartas e seus símbolos estranhos, demorou a perceber que já passavam das 11 horas da manhã, e que novamente, estava atrasado para o colégio. Pouco tempo depois, o garoto se sentou na cama, agora com lençóis emaranhados e cobertores bagunçados espalhados pela cama, fazendo com a poeira subisse ainda mais pelo local, agora iluminado pela luz do sol. Com olheiras devido a noite anterior, o rapaz, preocupado com o horário, se movimentou para pegar o celular que estava acima do criado mudo, ao lado de sua cama. O criado mudo era azul, com aspectos de tinta desgastada que o tempo lhe dera como presente, porém o mesmo não fora tão gentil com o restante do quarto, que agora se encontrava com tinta branca desgastada e descascada em todas as paredes, mostrando a antiga pintura do mesmo. Assim que tocou o celular, ascendendo sua tela de notificações, observou com atenção o horário. Eram 12:00 da manhã. Seu período no colégio começava as 11:00. Assim que observou aquilo, em uma fração de segundos, a face de calma e sonolência se desfez, dando lugar a uma de desespero, correndo para o banheiro na parte de baixo da casa enquanto gritava:

–Merda! Merda! Merda! – Dizia o rapaz, enquanto descia as escadas com rapidez, fazendo com que o barulho da madeira ecoasse pela casa inteira enquanto seus pés colidiam com os degraus da escada. Assim que desceu, se dirigiu rapidamente ao banheiro, abrindo a porta do mesmo com certa intensidade e pressa, enquanto murmurava que novamente, Phelps iria reclamar com ele devido á seu atraso. Assim que fechou a porta, se despiu rapidamente, sem se preocupar com o estado das roupas e simplesmente jogava-as pelo chão. Logo entrando no box do banheiro, Joshua pressionou a válvula de agua, e em poucos segundos, sentiu a torrente levemente pressionada de agua que caía por seus ombros, e que em pouco tempo alterava sua temperatura de fria para quente. Enquanto reparava nas gotículas de agua que corriam pelo seu corpo, mantinha seus pensamentos perdidos por outro local. Por outra ocasião. Já faziam semanas que estava recebendo as cartas, com símbolos completamente estranhos, sem nexo ou padrão algum que conseguisse visualizar. Porém sempre, sempre no mesmo local, toda quarta-feira, as 21:35, a carta o estava esperando abaixo do carpete de entrada do seu quarto, com os mesmos símbolos, mesmas escritas e mesma tintura. Já havia passado horas tentando desvenda-los, procurando significados em quais quiser fóruns, sites ou livros que conhecesse sobre simbologia. Porém o resultado era sempre o mesmo. Falha.
Assim que terminou o banho, desligando rapidamente a válvula, Joshua secou-se de maneira que gotículas continuassem presentes em sua pele, mas mesmo assim se vestiu rapidamente e logo saiu do banheiro. Assim que fechou a porta do banheiro, saiu a procura de seu tênis, o qual havia deixado ao lado da cama. Porém, assim que havia colocado seu pé no primeiro degrau da escada, escutou o som da voz de Marrian Mirage ao longe, fazendo-o parar onde estava. Até que novamente escutou, porém desta vez nítida o suficiente para que entendesse:

- Josh? - Escutou ao longe, enquanto escutava o som de passos se aproximando na madeira de tacos do chão, até que escutou novamente – Josh? Joshua?

- Aqui do lado! – Respondeu Joshua, enquanto cruzava o corredor ao lado da escada, até que chegou a cozinha de madeira rústica, a qual continha uma bancada com adornos de madeira envernizada ao seu redor, assim como a cozinha inteira. A frente da bancada, se encontrava sua mãe, a qual andava constantemente de um lado para o outro, buscando utensílios para auxiliar na torta de maçâ que estava fazendo em comemoração ao novo emprego de instrutora de artes visuais, o qual Joshua detestava, pelo fato de que sua mãe teria que se mudar para outra cidade, em outro estado até que Josh entrasse na faculdade.
A mulher usava um avental colorido, e prendia seus cabelos cor de mel em um coque, tomando cuidado para que seus cabelos não caíssem na massa, juntamente a delicadeza para que a mesma não respingasse em sua camiseta ou calça. Assim que Marrie viu que Joshua entrou no local, com a mesma feição de semanas atrás, quando haviam recebido a notícia de que havia conseguido adentrar no processo seletivo para lecionar em Sweet Hight Visual, na cidade de Cansas. Assim que observou seu filho, iniciou o mesmo assunto da noite passada:
- Achei que já havíamos conversado sobre isso, Josh – Dizia ela, enquanto mantinha seus olhos fixos nos movimentos uniformes que fazia com a massa.

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⏰ Última atualização: Jan 07, 2017 ⏰

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