Capítulo 2 - Encobrir o erro é errar outra vez.

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Strange deixou que as gotas de água fria escorressem por si abaixo, afinal, nada melhor que um duche frio para refrescar as ideias. Quantas vezes se tinha chateado com Robert, e no dia seguinte, ás escondidas de Hermonie, este lhe tinha vindo pedir desculpas? Não valia a pena o choro, tudo acabaria por se resolver. Uma vez mais fresca, Catherine colocou a mesma roupa que trazia, e secou o cabelo. Pegou nas chaves do quarto e desceu até ao bar.

- Boa noite. – Catherine disse ao chegar-se ao pé de George. – Posso fazer-lhe companhia ou cheguei muito tarde?

- Chegou mesmo na hora H! Ia mesmo agora pedir. – George sorriu. – Posso pagar-lhe uma bebida?

Strange hesitou, mas respondeu afirmativamente.

- Então, o que vai ser? – O empregado do bar tinha um sorriso bonito e brilhante, que se fez notar ao fazer a pergunta.

- Dois Whisky com gelo, se faz favor.

O empregado virou costas durante uns segundos, e serviu as bebidas depois de preencher metade dos copos pequenos com Whisky e colocar duas grandes pedras de gelo dentro deles.

- Posso perguntar-lhe o que faz sozinha por Chickasha, a uma hora destas? – George perguntou com um sorriso atrevido.

- Hm… - Catherine hesitou, novamente. – Foram… Uns problemas de casamento.

Catherine estava agora a mexer na aliança que tinha na mão esquerda. George sorriu e disse-lhe:

- Quer um conselho? Beber para esquecer.

Strange encarou o sujeito, olhando-o nos olhos.

- Sabe, não faz muito sentido quando estamos sóbrios.

         George parecia saber do que falava. Mas Catherine nunca foi muito de se envolver no álcool, e não pretendia mudar. Mas as palavras de Robert vinham-lhe agora à cabeça e Catherine tinha de encontrar uma distração. Viria ela a arrepender-se disto? Olhou o copo com indecisão, mas depois do incentivo de George, Strange conduziu o copo à boca, e num só golo, acabou com o Whisky.

         - Encha-o de novo, por favor. – Catherine levou as suas palavras aos ouvidos do empregado.

         George sorriu-lhe e levou o seu copo à boca também.

*

         À medida que as horas iam passando, o copo de Catherine ia-se enchendo. George estava agora com receio, pois Catherine parecia fora de si. E na realidade, estava mesmo.

         - Obrigada George. – Strange riu-se levando, uma vez mais, o copo à boca.

George também já não estava bem em si. Ambos soltavam gargalhadas descontroladas e exageradas, e a cada cinco minutos os seus copos eram novamente enchidos. Sendo já quase três horas da manhã, Tom, o empregado do bar, pedia pacientemente para George e Catherine abandonarem o bar, pois estava a fazer-se tarde, e o seu turno teria terminado à já algum tempo.

         - Não se preocupe, a gente já vai!

Strange levantou-se junto com George e foi cambaleando até ao elevador.

         - Foi divertido George.

         - A noite ainda não terminou. – Ao dizer isto, a porta do elevador abriu-se para ambos, caminhavam agora na direção do quarto de Catherine.

Strange tinha agora conseguido abrir a porta do quarto, depois de várias tentativas falhadas para acertar na fechadura. George agarrou Catherine pela cintura, esta que caminhava na direção da janela. Strange virou-se, e foi surpreendida por um beijo um tanto sedutor, vindo de um homem alto, moreno e um tanto corpulento.

 A noite era ainda uma criança para estes dois, que em breves segundos, se enrolaram em beijos quentes e gestos fogosos debaixo dos lençóis da cama de Strange.

*

Quando os raios quentes de sol decidiram invadir o quarto de Catherine, já George se teria levantado e ido embora. Strange tinha agora um problema, a grande ressaca. Uma grande dor de cabeça, sem tirar nem pôr… e uma sede incontrolável.

- Onde raios é que eu me fui meter? – Catherine pensou alto.

O telemóvel de Strange estava agora a tremer em cima da mesa de cabeceira do seu lado esquerdo. Depois de um enorme esforço, Catherine agarrou no telemóvel, que levou ao ouvido.

- Estou?

Uma voz grossa e um tanto rouca tinha o nome de “Robert” do telemóvel de Catherine.

- Já tenho os papéis do divórcio. Quando é que podes assiná-los?

Catherine engoliu em seco.

- Eu não vou assinar esses papéis, Robert. – Disse sentando-se agora na cama.

- Catherine, eu não quero ter de discutir sobre isto.

Lágrimas caiam agora do rosto de Strange.

- Eu… - disse com a voz trémula. – Eu não vou assinar esses papéis!

- Deixa-te disso! – Robert gritou. – Já tínhamos chegado a um acordo sobre isto antes!

- Tu e a Hermonie já! Eu não disse nada! – Strange respirou fundo. – Eu, eu não consigo faze-lo Robert! Eu ainda não te esqueci… Não consegues perceber isso?!

- Esquece Catherine, vou mandar os papéis pela tua irmã. – E desligou a chamada.

Strange estava agora lavada em lágrimas. Levantou-se, dirigiu-se à casa de banho e lavou a cara. Ia agora a deitar-se novamente na cama, quando viu umas peças de roupa interior aos pés da mesma.

- O que raios foi que eu fiz?! – Strange perguntou-se, lembrando-se da sua noite passada.

A Lua de CatherineOnde histórias criam vida. Descubra agora