Paixões Sangrentas - O Silêncio Dói

Prólogo - O Ínicio

Era um dia normal na escola, como sempre tinha acordada atrasada, meus cabelos ondulados estavam todos bagunçados, concordo que as vezes ele fica até bonito, mas hoje estava um pesadelo, ainda tinha alguns fios soltos sobre meus olhos azuis celestiais, coloquei os fios atrás da orelha para observar o que estava escrevendo. No meio da prova de Química um garoto alto de cabelos médios e lisos, com uma franja cobrindo um dos olhos entrou na sala, ele estava ofegante e um pouco suado, como se estivesse correndo a mais de 30 minutos, ele então respirou fundo e olhou para o professor abrindo a boca para falar.

-Me desculpe, professor Jefferson. Eu acabei acordando tarde...-Sua voz era calma e doce, parecia me acalmar, não entendia exatamente o por que. Logo o professor se levantou, parou no meio da sala, ajeitou a gravata.

-Turma, por favor, parem todos por um instante. -Assim que ele falou todos largaram seus lápis e olharam direto para o professor, inclusive eu, mas desviei minha atenção, enquanto o professor falava, para o tal garoto, ele estava distraído olhando para todos, até que seu olhar parou em mim, ele deu um sorriso de lado, olhei pra trás para ver se ele estava olhando para algumas das patricinhas da minha sala, mas apenas tinha alguns meninos atrás de mim, olhei ele de volta meio envergonhada, enquanto ele não tirava aquele sorriso meigo do rosto. - Senhorita Hills?

- Ahn? O que? -Me levantei e fiquei vermelha ao ouvir as risadas dos garotos e garotas da minha sala, logo me sentei novamente e abaixei a cabeça. - Er... Pr-professor, posso ir na enfermaria? Não estou me sentindo bem... - Eu precisava dar uma desculpa para sair dali, para fugir dessas risadas e deboches, então usei minha saúde frágil como desculpa, pelo menos nisso ela pode me ajudar.

- Claro. -Ele olhou para o garoto novo e deu um sorriso de canto. - Senhor Ômori, por favor, leve a senhorita Hills até a enfermaria, a saúde dela é fragil, não quero que nada aconteça com uma aluna como ela.

- Claro, professor Jefferson! -O garoto se aproximou de mim e estendeu sua mão para mim, olhei para ele, e o mesmo deu um sorriso meigo, senti os olhares das pessoas todos virados pra mim, bati na mão dele e saí correndo da sala. - Ei!

Pude ouvi-lo ao longe me chamando, mas também podia ouvir as risadas e deboches que as pessoas estavam falando. De repente uma dor forte no meu peito me fez parar de correr e me encostar na parede, eu estava ofegante, meu peito doía, minha cabeça parecia que havia levado um tiro, de tanta dor que estava sentindo, minhas pernas ficaram bambas e acabei caindo de joelhos no chão, apoiei as mãos no chão, minha boca estava com uma sensação de escassez, como se ansiasse por beber algo que não bebia a séculos. Senti uma mão em meu ombro, logo tudo passou, a sede, as dores, tudo, como se aquelas coisas apenas estivessem na minha cabeça, olhei pra trás e vi o tal garoto novo.

-Você está bem? -Perguntou ele, me ajudando a levantar do chão, o que me deixou um pouco constrangida.

- E-estou... o-obrigado...

-Se sua saúde é fragil você não pode sair correndo assim. -Ele deu novamente aquele sorriso, eu logo desviei o olhar. - Mas... vamos logo para a enfermaria, você pode piorar. -Ele segurou minha mão e me puxou até a enfermaria, pude sentir o calor de sua mão, logo corei e fiquei de cabeça baixa, ninguém nunca tinha sido gentil comigo desse jeito, então várias perguntas começaram a surgir na minha mente, como: "Por que ele faria isso comigo?" ou "Será outra brincadeira de mau gosto da Angélica?" . Bom eu não sabia ao certo o por que dele estar me ajudando, só sabia que era bom estar junto dele.

Entramos na enfermaria e ele me ajudou a me sentar em uma das macas, o olhei nos olhos, ainda estava um pouco corada, então tomei coragem e resolvi abrir a boca. - Por que... por que esta me ajudando?