Paixões Sangrentas - O Silêncio Dói

Capítulo 1 - A Transformação

Eu estava ali, paralisada na frente do espelho, não conseguia acreditar que a pessoa que via nele era eu, o que havia acontecido comigo? Toquei minha própria pele e a senti gelada.

- Frio... - Olho para Dominick, que estava sentado ao lado da maca onde eu me encontrava, ele parecia calmo ao me ver daquele jeito. - Dominick... - Perguntei com a voz trêmula.

- Sim? - Ele deu um sorriso de canto.

- O que aconteceu comigo? Estou fria como uma morta, meus olhos... meu cabelo, meu corpo... o que está acontecendo aqui?! - Perguntei já um pouco exaltada, ele então se levantou da cadeira e se aproximou de mim, pegou minha mão e a pousou sobre seu peito.

- O que você sente? - Me assustei um pouco quando ele pegou minha mão, mas logo esse medo insignificante desapareceu... foi sucumbido por outro, ele não tinha batimentos.

- Você... eu não sinto nada... - Comecei a tremer de medo, o que estava na minha frente não era humano. Ele então colocou minha mão sobre meu próprio peito, arregalei os olhos e engoli em seco. Eu também não tinha batimentos. - E-eu morri?! Mas... Eu estou aqui... parada...

- Eu também, e como você pôde ver, eu também não tenho pulso... É parte do que eu, e você, somos.

- E o que... nós... somos?

- Vampiros. - Ele foi curto e grosso, assim que essa palavra saiu de sua boca eu queria gritar, dizer que era mentira, mas minha cabeça se desviou para outro lugar, quando uma garota entrou na enfermaria com o joelho ralado. - Ei, Isabel. - Sua voz já estava distante, a sensação de escassez ficou mais forte, senti meus dentes crescerem como presas, eu queria aquilo... queria o sangue... Queria beber... No fundo sabia que era errado, mas logo perdi o controle e avancei na garota, puxando sua cabeça pra trás, deixando seu pescoço completamente a mostra. Tudo que se passava na minha cabeça naquela hora era rasgar o pescoço daquela garota com minhas presas e drenar seu sangue, aproximei meu rosto de seu pescoço, mas não pude fazer nada. Dominick me afastou da garata e segurou minha mão firme, nos fazendo do nada aparecer no terraço, eu levei um susto e acabei caindo no chão e gemendo um pouco de dor, olhei nos olhos verdes de Dominick então me acalmei, balancei minha cabeça tentando fazer a sede passar e coloquei minha mão sobre meus cabelos platinados.

Era estranho estar em um corpo novo, o que vou dizer para a minha mãe? "Oi mãe, pintei meu cabelo e coloquei lentes de contato." Isso só pode ser o inferno na Terra. Enquanto eu estava distraída com meus pensamentos, senti Dominick pegar minha mão e me levantar do chão, sua mão era gélida, parecia gelo, e sua pele era branca como a neve, mas eu não entendo, se eu e ele somos vampiros, como só o meu cabelo é platinado?

- Dominick. - chamei o maior e ele olhou para mim com um sorriso um tanto simpático, o que me fez corar um pouco e desviar meu olhar. Como apenas um garoto consegue mudar a minha vida para sempre e ainda me fazer corar?! Ele... Ele é único. - Se nós dois somos... Somos vampiros... Por que só eu tenho o cabelo platinado? - O maior ficou em silêncio por alguns segundos e então suspirou. Ele começou a andar em silêncio para fora do terraço e eu o segui, eu queria a minha resposta, então me coloquei na frente do maior e o encarei com um pouco de raiva. - Me responda!

- Tá bom! - Ele praticamente cuspiu aquelas palavras, certamente não queria falar disso, mas eu não ia desistir tão facilmente, agora eu literalmente tenho muito tempo por já estar morta e ter a eternidade pela frente, então eu quero minha resposta agora, mesmo que eu possa esperar muito tempo, eu sou teimosa, e quero minha resposta. - Apenas uma palavra... Re-a-le-za. - Ele falou aquelas palavras com calma e continuou andando. Eu travei por alguns segundos, o que ele quis dizer com realeza? Quer dizer que eu sou de uma família nobre ou algo assim? Parece até um clichê daqueles filmes antigos de vampiros.
Corri até Dominick para acompanha-lo.