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Esse foi o dia em que mais demorou para as aulas acabarem, quando bateu doze horas e o sinal tocou foi que me senti aliviada. Higor me esperava na frente da sala, andamos juntos até a saida até ele chegar no estacionamento e ir em direção a uma moto.

- Espero que você seja ajuizado porque se eu morrer, te mato.- falei e ele riu não encontrando sentido nenhum no que eu falei.

- Tudo bem.- ele falou ligando e saindo de la ate um restaurante mais próximo.

Quando entramos no restaurante procuramos os lugares mais afastados para sentar, porque eu queria que ele me falasse o que tava acontecendo.

Sentamos e pedimos massa, que eu adoro e parece que ele também.

- Você vai me falar o que ta acontecendo? - perguntei.

- Olha, ano passado eu namorei uma menina, ela não era aquelas meninas mais desejadas e nem tinha nada de especial, ela só era ela e eu me apaixonei. Acontece que ontem ela entrou em contato comigo disse que sumiu de tudo porque ela ta doente com cançer pensou que ia passar e depois reatar com a vida antiga dela mas ela me disse que as coisas não estavam indo como planejou... Os médicos não dão muito tempo de lucidez e ela se despediu entre choros e desligou. Sem me dar explicações, sem me falar onde ta ou qualquer informação pra que eu possa procura-la.

Nunca imaginaria que seria uma coisa tão séria assim, pude sentir a agonia nos olhos dele, ele estava tão perdido entre pensamentos que eu me senti mal também.

- Eu queria poder te ajudar mas infelizmente eu não tenho como, não lido muito bem em perder pessoas e não imagino como eu reagiria se tivesse em seu lugar. - falei pra baixo.

- Só me escutando você ta fazendo uma boa ajuda- ele sorriu fraco me olhando nos olhos.

A comida havia chegado e comemos em silêncio, havia mandado mensagem pra minha mãe avisando que iria almoçar fora.

Depois de comer pagamos a conta e andamos até uma pista de skate que tinha ali perto, sentamos na rampa encarando o nada. Parecia ter mil coisas na cabeça dele.

- Eu queria ter me importado mais no passado, eu só aceitei quando ela sumiu, eu não fui atrás dela e não estava la quando ela mais precisou. Ela era uma menina de poucos amigos, reservado e mais familia. Ela me olhava de um jeito diferente de todas parecia olhar quem eu sou de verdade e não só a minha superficie.

Ele desabafou e eu só pude chegar mais perto dele e abraça-lo de lado.

- Você vai acha-la- falei tranquilizando enquanto ele estava de cabeça baixa. Então ele levantou e olhou bem nos meus olhos.

- Você me ajuda?- aqueles olhos esperançosos me encaravam com tamanha pressão e não tinha nada mais pra fazer além de apenas concordar.

O filho da diretora 🌷Onde histórias criam vida. Descubra agora